Infectada

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O túnel era estreito, e o grupo avançava com passos cuidadosos. As paredes de concreto faziam ecoar o som dos seus pés enquanto avançavam, mal iluminados pela luz fraca que vinha de longe. Sonya, sempre à frente, olhou e gritou:

— Afasta o caminhão!

O eco de sua voz se espalhou pelo túnel, e, logo à frente, um grande caminhão começou a se mover lentamente, revelando a saída antes bloqueada. O veículo estava estrategicamente posicionado para impedir a entrada ou saída de qualquer um. Assim que o caminho ficou livre, a luz do dia inundou o restante do túnel, e eles finalmente saíram.

Vic, aliviada, pisou no solo do lado de fora e foi imediatamente tomada por uma mistura de curiosidade e esperança. À sua frente, um grande campo se estendia com barracas montadas em fileiras. Havia tantas que ela mal conseguia contar. O som de risadas e conversas alegres preenchia o ar, trazendo uma atmosfera de alívio e paz, algo que Vic não sentia há muito tempo.

Será que finalmente encontramos o braço direito?, ela pensava, ansiosa.

Sonya e Harriet guiavam o grupo até a maior barraca de todas, situada no centro do acampamento. Assim que se aproximaram, a entrada da tenda se abriu, revelando um homem de aparência imponente. Seus cabelos claros e barba por fazer contrastavam com seus olhos duros e penetrantes. Ele tinha o porte de alguém que já havia enfrentado muitos desafios, e sua expressão era de desconfiança.

— Quem são esses? — Ele perguntou, com a voz grave.

— São novos refugiados, eles precisam de um abrigo — respondeu Sonya, com firmeza.

O homem deu um passo à frente, seu olhar severo percorrendo cada membro do grupo. — Não é bom trazer qualquer um para cá, Sonya. Você nem sabe se estão infectados.

Harriet, com a mesma determinação no olhar, virou-se para o grupo e perguntou: — Algum de vocês foi infectado?

Todos negaram com a cabeça, mas Vic não conseguiu evitar lançar um olhar preocupado para Brenda. Ela estava pálida, seu corpo tremia e suava de maneira alarmante. Seus olhos, semicerrados, mostravam o cansaço, e a respiração era pesada e irregular. Vic sentiu o coração apertar.

— Brenda... — Vic murmurou, preocupada, quase como se esperasse uma explicação, mas antes que pudesse falar mais, o homem apontou diretamente para Brenda, sua voz cheia de alarme.

— Aquela ali está infectada! Como puderam trazer ela para cá?!

O pânico se espalhou rapidamente. Brenda, num último suspiro, desabou no chão. Vic correu até ela, logo seguida por Jorge e o restante do grupo. Ambos se ajoelharam ao lado dela, tentando de todas as maneiras reanimá-la.

— Sonya! Harriet! Tirem eles daqui! — O homem gritou. — Eles podem infectar todos nós!

Thomas, ainda em choque com a situação, gritou:

— Tem que haver uma maneira de salvá-la!

— Não tem, Thomas! — gritou Vic, a voz tremendo.

Ela se levantou, o coração batendo descompassado, a mente em caos. Jorge continuava ao lado de Brenda, tentando qualquer coisa para acordá-la. Vic, afastando-se lentamente, colocou as mãos na cabeça, nervosa. sem saber o que fazer. Nesse momento, uma mulher apareceu no meio da multidão que agora os cercava. Ela era alta, de expressão calma e decidida, com olhos que pareciam brilhar com confiança.

— Podemos salvá-la! — Ela gritou, fazendo todos ao redor se voltarem para ela. — Só precisamos dele!

Ela apontou para Thomas, surpreendendo a todos.

𝐀 𝐏𝐑𝐈𝐌𝐄𝐈𝐑𝐀 || Maze runner Onde histórias criam vida. Descubra agora