Capítulo 5

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PETE

Mas que porra é essa...? Quem é esse babaca?

Pete se forçou a levantar a cabeça e acompanhou a fera até os fundos do bar, o qual era praticamente do tamanho do seu closet em Bel-Air. Em seguida, continuaram por uma escada estreita, com Porsche em seu encalço. Senhor, ele era bizarramente alto. Usava um gorro e, para não bater a cabeça no teto, precisava se abaixar um pouco.

Por uma fração de segundo, ele achou seus olhos castanhos- acinzentados, escondidos pele barra do gorro, um tanto cativantes. Aqueles ombros teriam sido bastante úteis na competição de briga de galo de umas semanas atrás, para não falar do restante. Ele era todo grandão, e nem mesmo o moletom surrado escondia os músculos robustos do peitoral, dos braços.

Mais cedo, ele ficou olhando para ele, então Pete pôs em prática o que fazia de melhor quando um homem demonstrava interesse. Uma pose elegante.

O movimento sutil do quadril era tão natural quanto respirar. Ele virava o rosto para os lados até encontrar a melhor luz, chamar a atenção para a boca e sugar a alma do cara com o olhar. Era uma manobra com alta taxa de sucesso. Mas, ao que parecia, isso só o tinha deixado puto.

Como é que ele ia saber que ele era casado? Eles entraram no bar do pai e se depararam com aquele monte de gente, cerca de vinte pessoas, pelo visto todos os moradores da cidade. Era muita coisa para processar de uma só vez. Não fosse isso, talvez ele tivesse percebido a aliança no dedo. Pareceu que ele a exibiu de propósito para ele, e, por não ser nem um pouco do tipo que corre atrás de caras comprometidos, Pete interrompeu na mesma hora o olhar convidativo.

Pete endireitou os ombros, um de cada vez, e decidiu que tentaria ser simpático com a fera, pelo menos mais uma vez. Até que era louvável da parte dele, não? Ser fiel à esposa com unhas e dentes? Se ele se casasse um dia, esperava que o marido também agisse assim. Quando percebesse que ele não estava querendo chamar sua atenção, talvez ele relaxasse. Ele e Porsche iriam morar em Pattaya por noventa dias. Arranjar desafetos logo de primeira seria péssimo.

— A gente não precisa pegar a chave do apartamento com o Tanner? — berrou Pete, da escada.

— Não — respondeu ele, sem hesitar. — Não tem fechadura.

— Ah.

— A entrada do bar tem — disse ele, ao chutar a porta do apartamento para abri-la. Em seguida, sumiu lá para dentro.

— Mas quase todo mundo lá embaixo tem uma cópia. - Pete mordeu o lábio.

— Não me parece muito seguro... - O desprezo dele era evidente.

— Tem medo de que alguém entre e roube sua bolsa em forma de batom? - Porsche arfou por um instante.

— Ele foi para lá.

Determinado, Pete manteve a compostura e se juntou a ele no apartamento. A luz ainda estava apagada, então ele deu um passo para o lado, abrindo caminho para Porsche entrar, e esperou, mais grato do que nunca pelo fato de o irmão ter se recusado a deixá-lo ser banido sozinho para Pattaya.

— Talvez a gente tenha começado com o pé esquerdo — disse Pete para o homem, onde quer que ele estivesse. — Qual é mesmo seu nome?

— Não cheguei a falar. — A voz de barítono, em tom de escárnio, veio da escuridão. — É Vegas.

— Vegas...?

A luz se acendeu.

Pete se agarrou no braço de Porsche para não cair dura no chão.

NAQUELE VERÃO - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora