Capítulo 25

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Pete farejou a nuca de Vegas e franziu os lábios, pensativo.

— Não, ainda não é o certo. Muito cítrico.

Vegas apoiou o cotovelo na bancada de vidro, contente e impaciente ao mesmo tempo.

— Pete, daqui a pouco não vai ter mais lugar em mim para testar.

Já era quase fim de tarde, e, depois do almoço no centro da cidade — no qual Vegas experimentou seu primeiro tiramisù e gostou! —, eles estavam de volta ao hotel. O capitão parecia estar bem inclinado a levar Pete para o andar de cima o mais rápido possível, porém ele o arrastou até uma loja masculina ao lado do saguão para ver se conseguiam encontrar um perfume para ele.

Ele estava enrolando? Talvez um pouco.

Por algum motivo, seus nervos estavam à flor da pele.

O que era maluquice. E daí que iriam subir para transar? Já tinham feito isso duas vezes, certo? Não havia razão para a pulsação acelerada. Exceto que ele saía de controle toda vez que Vegas beijava sua mão ou colocava o braço sobre seu ombro. E, mesmo sob o ar-condicionado, a pele da sua nuca pegava fogo. Pete se viu respirando fundo, muito fundo, na tentativa de acalmar o coração disparado.

Se conseguisse focar apenas na busca pelo perfume perfeito para Vegas, teria tempo suficiente para relaxar. Ou pelo menos descobrir por que não conseguia fazer isso.

Ele se apoiou no vidro para pegar um frasco verde-musgo quadrado, e Vegas espalmou a mão na base de sua coluna. De maneira casual. Mas o coração de Pete disparou como se ele estivesse fazendo um teste com detector de mentiras e sendo questionado sobre os hábitos de consumo do passado. Tremendo mentalmente, ele ergueu o frasco e o cheirou.

— Ah — sussurrou, cheirando de novo para ter certeza. — É esse. Esse é seu cheiro.

Talvez fosse loucura, mas achar aquele essência elusiva de Vegas, segurá-la bem ali nas mãos e deixá-la inundar seus sentidos... derrubou o véu que vinha ocultando seus sentimentos. Pete estava perdido e completamente apaixonado por aquele homem.

A mudança de cenário tornou impossível não notar todos os motivos que o atraíam nele. Sua honra, paciência, segurança e firmeza de caráter. Sua capacidade de liderar e ser respeitado sem ter ânsia de poder. Seu amor pele natureza, pele tradição e pelo lar. Até o fato de ele ter lidado com os sentimentos do sogro com tanta sensibilidade mexia com ele.

Assim que Pete compreendeu a profundidade de seus sentimentos, aquelas três palavrinhas ameaçaram sair de sua boca. Aquele era a fonte do seu nervosismo. Pois onde isso o levaria? A um relacionamento. Um relacionamento permanente. Não com aquele homem, mas com Pattaya.

— Pete — chamou Vegas, urgente. — Você está bem?

— Claro que estou — respondeu ele, com uma alegria exagerada. — Eu... eu encontrei. É perfeito.

Ele ergueu uma das sobrancelhas, cético, enquanto girava o frasco.

— Splendid Wood?

— Vocês foram feitos um para o outro. — Ele o olhou nos olhos como um filhotinho apaixonado por longos segundos antes de quebrar o encanto. — Hum, mas temos que sentir em você.

Vegas o observava com o cenho franzido, quase confirmando que seu comportamento estava estranho.

— Você já passou nos meus pulsos e nos duas lados do pescoço — avisou ele. — Não tem mais lugar.

— O peito? — Ele olhou ao redor da pequena loja. O balconista estava ocupado do outro lado com um cliente. — Só um teste rápido. Para a gente não gastar dinheiro à toa. — Ele se animou. — Ah, olha só o que estou dizendo, Vegas! Estou quase usando cupons de desconto aqui.

NAQUELE VERÃO - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora