Capítulo 11

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Vegas estava sentado no passadiço do Della Ray encarando a tele do celular.

Ele deveria estar ajudando a tripulação a guardar os mantimentos e o gelo que usariam para manter os peixes frescos no porão. Todavia, eles iriam desatracar em dez minutos, e Vegas precisava aproveitar os últimos momentos de acesso à internet, mesmo ele sendo instável no porto.

O capitão havia baixado o Instagram. Naquele momento, estavam lhe pedindo informações pessoais. Vegas precisava ser um membro daquele bobagem para ver as fotos? Meu Deus. Não deveria estar fazendo aquilo. Mesmo que Pete tivesse dado de livre e espontânea vontade a informação de que ele, aparentemente, estava meio despido naquele droga de aplicativo, ele não deveria estar olhando. Na verdade, se ele esperava se concentrar um pouco que fosse na viagem, com certeza não deveria estar aumentando a coleção preciosa de imagens de Pete que já flutuava em sua mente.

Em primeiro e mais importante lugar, estava a lembrança de Pete atendendo à porta usando aquele calcinha branca. Branca. Ele não esperava aquilo. Talvez rosa-choque ou azul-pavão. Mas, caramba, ver o algodão branco envolvendo o pau dele, um contraste entre inocência e sensualidade, provocou nele uma semiereção uma hora depois do ocorrido, além de tê-lo feito baixar aplicativos como um adolescente ridículo. Ele estava rangendo os dentes desde que saíra do Sem Nome, privado de ter a palma das mãos alisando as curvas macias da bunda dele

— meu Deus, não devia estar pensando nisso.

Por que ele tinha se coberto com o travesseiro da segunda vez? Será que ele estava tão claramente excitado que o deixou desconfortável? Ao considerar a possibilidade, Vegas franziu o cenho. Não gostava da ideia de ver Pete nervoso.

Não perto dele. Não mesmo.

— Tudo carregado. Prontos pra ir — anunciou Kinn, entrando no passadiço, o chapéu de marinheiro abaixado sobre os olhos. Mas não baixo o suficiente para que Vegas não os visse se iluminando.

— Baixou o Instagram, Cap?

— Quem está baixando o Instagram? — perguntou Sanders, abaixando a cabeça ruiva rechonchuda sob o batente da porta. — Quem ainda não tem Instagram?

— Quem tem mais o que fazer — resmungou Vegas, calando a boca dos dois. — Eles estão me pedindo pra criar um nome de usuário.

Um terceiro membro da tripulação, Deke, também entrou, dando um gole na garrafa de Coca-Cola que segurava entre seus dedos negros.

— Usuário pra quê?

Vegas jogou a cabeça para trás.

— Meu Deus do céu.

— Instagram — respondeu Sanders para Deke.

— Está pesquisando o Pete, não é? — questionou Kinn, com aquele eterna cara de malandro. — Está baixando umas fotos pra manter você aquecido na viagem?

— Dá pra fazer isso? — perguntou Vegas, subindo um pouco o tom. — Qualquer um pode simplesmente baixar fotos dele?

— Ou minhas, ou suas, ou de qualquer um — respondeu Deke. — Está na internet, cara.

Vegas encarou o celular com uma nova onda de contrariedade. Até onde sabia, aquilo era mais uma razão para entrar naquele aplicativo idiota e ver como era.

— Ele não me deixa usar meu próprio nome como usuário.

— É provavelmente porque uns novecentos Vegas Theerapanyakul entraram antes de você.

— O que uso, então?

— CapitãoGato69 — sugeriu Kinn.

— @TenhoSiriPraVc — acrescentou Deke.

NAQUELE VERÃO - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora