NAQUELE VERÃO - VEGASPETE

Capítulo 24

Vegas esperara ter muito tempo sozinho com Pete enquanto estivessem em Seattle. Não tinha esperado conseguir isso tão cedo, mas com certeza não iria reclamar. Enquanto os quatro estavam parados no saguão luxuoso do hotel se aprontando para se separar, ele fazia o melhor para não se sentir malvestido com sua calça jeans, camisa de flanela e botas. Tinha tirado o gorro assim que entrara no quarto, meio abobado com o nível de extravagância. O preço da diária deles tinha lhe dado um indício de que seria chique, porém Vegas iria passar o tempo todo com medo de deixar pegadas de bota no carpete.

Ele estava acostumado com isso. É isso que você vai dar a ele.

Pete ria da cara inconformada de Porsche.

— Foi tão ruim assim?

— Ele nem me avisou. Só arrancou.

— Quem não avisou você? — perguntou Kinn, dividindo o olhar curioso entre os irmãos. — Meu Deus. O que aconteceu depois que nos separamos?

— Nos depilamos — explicou Pete, alegre. — No quarto. Porsche cutucou as costelas do irmão.

— Pete.

Ele parou no meio do ato de afofar o cabelo.

— Que foi? É, tipo, uma função humana básica.

— Não para todo mundo. — Porsche riu, o rosto corado. — Ai, meu Deus. É melhor eu ir antes que meu irmão me envergonhe mais. — Ele se virou para Kinn, a sobrancelha erguida. — Pronto?

Pele primeira vez, o melhor amigo de Vegas parecia estar sem palavras.

— Hum, sim. — Ele tossiu com o punho na frente da boca.

— Vamos comprar discos.

— Me encontrem aqui às seis para o jantar — pediu Vegas.

Kinn bateu continência displicentemente e seguiu Porsche até a saída.

Eles estavam quase perto da porta giratória quando Pete puxou a camisa de Vegas, fazendo-o olhar para ele.

— Eles me preocupam um pouco. Ele diz que são só amigos, mas não quero que meu irmão tenha o coração partido.

Vegas não diria em voz alta, porém tinha se preocupado com a mesma coisa. Kinn não tinha amigos, mas sim casos de uma noite só.

— Vou conversar com ele.

Pete assentiu, mas deu mais uma olhada meio aflito para o irmão e Kinn.

— Então... — Ele se virou para Vegas e lhe deu sua total atenção. — Estamos só nós dois. A tarde toda. Vamos fazer um tour?

— Não.

— Não? — perguntou ele, com olhos brincalhões. — O que tem em mente?

É claro que ele pensou que ele iria jogá-lo sobre os ombros e levá-lo de volta para o quarto. E, caramba, ele estava tentado a passar a droga do dia todo transando com um gostoso naquela cama ridícula de grande, mas ser previsível não iria contar a seu favor.

— Vou levar você às compras.

O sorriso dele desmoronou. Um brilho revestiu seus olhos. A mão trêmula pressionava a garganta.

— V-você vai? — sussurrou ele.

Vegas pôs uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.

— Vou.

— Mas... sério? Agora?

— Sim.

Ele abanou o rosto.