Lecce estava do outro lado da porta, viu seu irmão abraçar Layla e se declarar para ela, como poderia falar algo? Não era um bom sinal, ele sentia algo por ela, não sabia exatamente o que sentia mas sentia algo, como descrever uma emoção que ele mesmo não entendia.
Ele havia ouvido tudo, a declaração de seu irmão e como ele mudava do romântico ao estupido tão rapidamente. Enrico sempre foi instável, era como seu pai, ia do 0km ao 300km em 3 minutos.
Lecce entrou, sem bater na porta. Enrico já estava indo para seu lado obscuro.
— Bom dia, pra quem dormiu, não foi o meu caso — Ele falou tentando dissipar a tensão no ar.
— Quer um café?
— Sim Layla, por favor.
A moça pegou uma xícara de café e colocou ao lado de Enrico, ele se sentou e bebericou, Enrico ainda estava com a cara fechada, ele não olhava em direção a Layla.
— Todos estão bem?
— Lucca, dormiu lá no Valete no seu escritório e Matteo estava bem quando eu levei para casa, mas ele realmente não queria ir.
— Ele está com problemas?
— Acho que seu único problema é odiar sua própria vida. — Lecce disse suspirando. — Ele devia ter aprendido melhor, família em primeiro lugar.
— Papai evita o chamar. — Enrico comentou — Mas imagino que deva ser complicado, sei que ele deve favores a muita gente. Vamos ter jogo de pôquer, era isso que ele queria.
— Quando vai acontecer.
— Não quero saber. Sabe como eles são, vão fazer uma bagunça.
— Sabe exatamente o que eles querem. — Lecce comentou sem dizer o que eles queriam em respeito a presença da Layla. Ambos se entreolharam como se falassem em silêncio — Vamos Layla, irei levar você pra casa.
— Obrigada.
Ela tirou o avental e soltou os cabelos, Enrico a olhava, era impossível para quem o conhecia não ver como ele a olhava, era quase necessário um babador.
Eles entraram no elevador e desceram em silêncio completo, Lecce suspirou pesadamente, como se estivesse sufocando naquele ambiente com ela — Eu dei comida para bola de neve. — Layla sorriu para ele, Lecce deu um passo em direção a ela e ela ficou em silêncio. — Sabe que é irônico a bola de neve ser preto.
— Sei sim — Ela disse olhando para o chão
— O que houve?
— Estou cansada, seu irmão é... um canalha.
— É, eu sei, todos somos.
— Você é gentil, não é como eles.
Layla olhou para Lecce, ela sorriu para ele, sim, ela sentia seu coração ir mais rápido, isso era incrível. Lecce era tudo que Enrico não era, doce, gentil, tinha um tom de voz suave e Enrico era o oposto bruto, ele acha que era perfeito demais.
Seus pensamentos começaram a pender para os dois lados, ela sentiu-se uma pessoa péssima, quando as portas do elevador se abriram ela foi quase correndo para o carro, pensando em ficar um longo tempo com Lecce a sós.
Ele tentava puxar assuntos mas acabava se frustrando sempre, já que era reta em suas respostas. Lecce se perguntava se a declaração de Enrico havia mexido com ela.?
Ao chegar à mansão dos Corallo, Layla praticamente pulou do carro antes mesmo de Lecce desligá-lo. Ele observou enquanto ela corria para dentro, rindo sozinho, o cabelo balançando levemente, como se estivesse deixando sua presença para trás sem hesitar. Quando ela desapareceu pelas portas imponentes, Lecce cerrou os punhos e bateu com força no volante, sentindo a frustração correr
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A garota do Capo
RomanceLivro 1. da Serie "os Herdeiros da Máfia" Layla, uma jovem que perdeu tudo, ousa invadir o submundo em busca de sua mãe. No entanto, não esperava encontrar Enrico Corallo, conhecido como Hades, o senhor desse domínio obscuro. O capo se vê desafi...