Capítulo 09. Declaração

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Enrico e Layla chegaram em casa de madrugada, ele estacionou o carro, ela recostou a cabeça no banco e suspirou

— Tudo bem? — Enrico perguntou

Ela se virou e sorriu fracamente, sua alma estava doendo — Acho que você viu muita coisa, não precisava de tudo isso — Ele encarou Layla — Eu não conheci meu pai, fomos eu e minha mãe até meus oito anos, quando Agnaldo apareceu, ele parecia uma boa pessoa de início, mas acho que minha mãe só atrai gente que a destrói. Quando eu fiquei mocinha ela me mandou embora, acho que quis evitar algo pior, ele estava sempre bêbado e fazendo besteira.

Layla engoliu seco, ela mesma não tinha coragem de contar que aquele homem havia a atacado, sua mãe preferiu acreditar nele que ela, Enrico era tão impaciente neste assunto que a deixou temerosa.

— E sua avó?

— Minha avó nem sabia que eu estava indo, fiquei muito tempo trancada no banheiro da rodoviária assustada. Coitada — Enrico sentiu pena de Layla, os dedos dele deslizaram pelos cabelos de Layla — a verdade é que a gente não se falava, acho que ela não sabe quando é meu aniversário. Claro agora ela está "arrependida" mas não consigo esquecer, minha avó não tinha como me criar, ela não tinha condições sabe, a gente morava em uma casa tão pequena.

— Eu queria ser uma boa pessoa, capaz de perdoar minha mãe — Layla sentiu lágrimas descendo pelo seu rosto.

— Você não precisa, tesoro.

— É mesmo? Eu acho que preciso.

— Bom, você pode ir embora agora.

— Devendo pro seu pai.

— Meu pai não vai te cobrar — Enrico ficou sério — Vamos?

— Quer me levar embora?

Enrico não respondeu, ele deu partida no carro e saiu de da garagem, acabou pegando no sono no banco do carro, quando acordou estava no colo de Enrico dentro do elevador

— Você tem essa mania?

— Você tem mania de dormir em qualquer lugar.

— Onde estamos? — Layla perguntou se debateu suavemente para Enrico a soltar.

— Na minha casa. Eu moro aqui também, moro nos dois lugares, preciso ficar um pouco longe da minha família às vezes, não é grande coisa, mas tudo bem.

Layla entrou em casa, Enrico mostrou tudo, ela foi para o quarto, tomou um banho, usando um roupão que parecia um coelho fofo ela se deitou na cama e dormiu.

Enrico havia se deitado ao lado dela, ele estava com mais intenção torcendo para Layla se deitar ao lado dele, sentir seu calor novamente. Ele poderia a beijar? Ela o odiaria novamente.

Durante a noite, Layla se aproximou dele novamente, ele acordou e segurou como se fosse uma tábua de salvação. Os olhos dela se abriram fracamente, ela sorriu e acariciou o rosto de Enrico — Por que você aparece nos meus sonhos? — Enrico notou que ela pensou estar sonhando, ele beijou sua mão que desliza suavemente pela face dele. Seus lábios encontraram, mesmo que fosse um sonho dela ele sentia suas entranhas queimar, ela o beijava intensamente de uma forma que jamais pensou que fosse capaz — você me faz sentir coisas.

Ele se sentiu um canalha, seu corpo respondeu a uma pessoa que estava mais dormindo do que acordado, ele era um imbecil, lentamente ele se afastou de Layla, ele tinha uma ereção. Foi para o banho frio, quando recebeu uma chamada.

O nome de Lecce piscava na tela, o irritando.

— Onde você está?

— QUE MERDA DE JEITO É ESSE DE FALAR COMIGO.

A garota do CapoOnde histórias criam vida. Descubra agora