A garota do Capo

Capítulo 05. Limpando o quarto

Layla subiu as escadas e voltou para a ala que era de sua responsabilidade, determinada a começar. Ao abrir as cortinas e as janelas principais, a luz do dia inundou o corredor, revelando as intricadas entalhes em cada porta, que reluziam sob os raios do sol. Ela parou por um momento, admirando a beleza e a complexidade do trabalho artesanal, antes de se dirigir ao quarto de Matteo.

Entrando no aposento, Layla começou sua tarefa meticulosamente. Primeiro, tirou a fina camada de poeira que, na verdade, mal existia. Em seguida, passou o pequeno aspirador de pó nos móveis, garantindo que nenhum grão de poeira permanecesse. Ao limpar o espelho, ela não pôde deixar de notar como tudo ali era incrivelmente bonito, caro e brilhante.

O quarto de Matteo era uma mistura de luxo e elegância. Os móveis de madeira escura brilhavam com a nova limpeza, e o tapete macio parecia convidativo sob seus pés e uma grande estante com diversos livros de direito. Layla movia-se com agilidade e precisão, cada movimento revelando um pouco mais do esplendor do ambiente. As cortinas pesadas, agora abertas, deixavam o sol dançar nas paredes, destacando as cores ricas e os detalhes finos da decoração.

Enquanto trabalhava, Layla não podia evitar uma sensação de maravilha e respeito pelo cuidado que cada elemento da mansão refletia. A opulência do lugar era evidente em cada detalhe, desde os tapetes persas até os lustres de cristal que pendiam do teto. Ela limpava com um toque leve, quase reverente, ciente do valor e da história que cada peça carregava.

Com o quarto de Matteo limpo e brilhando, Layla deu um passo para trás para admirar seu trabalho. Havia um sentimento de satisfação ao ver o quarto em seu estado impecável, como um reflexo da própria dedicação dela. Preparando-se para seguir para o próximo quarto, ela respirou fundo, pronta para enfrentar o restante da mansão com o mesmo cuidado e atenção aos detalhes.

Layla seguiu para o próximo quarto, o de Enrico. Ao abrir as janelas, ficou surpresa com a quantidade de coisas espalhadas pelo ambiente. O quarto de Enrico era um contraste marcante com o de Matteo; onde havia organização e ordem, aqui reinava o caos de uma vida agitada.

Ela avistou o telefone de Enrico em cima da cômoda, notando que a bateria estava quase descarregada. Com um suspiro, pegou o aparelho e colocou-o no carregador. Em seguida, começou a arrumar a cama, ajeitando os travesseiros e alisando os lençóis com cuidado. Cada movimento era meticuloso, mesmo no meio da desordem, pois Layla sempre se esforçava para deixar tudo em perfeita ordem.

Com o cesto que carregava, ela recolheu as toalhas e roupas espalhadas pelo quarto. As toalhas molhadas lhe chamaram a atenção, e ao ver a desorganização, ela não pôde evitar imaginar o que Enrico poderia ter feito para deixar o lugar assim. Sua mente vagou brevemente, mas logo voltou ao presente.

Ao abrir a porta do banheiro, Layla foi recebida pelo som suave do chuveiro ligado. Enrico estava tomando banho. O vidro do box era transparente, e, apesar de estar um pouco embaçado pelo vapor, permitia ver muito do que estava acontecendo dentro.

Enrico estava de costas para a porta, lavando seus cabelos, a água escorrendo pelas suas costas definidas. A curva cheia de músculos saltava aos olhos de Layla, que por um momento, não conseguiu desviar o olhar. Ele era uma presença imponente, mesmo em um momento tão íntimo e rotineiro. A força e a masculinidade que emanava dele eram inegáveis.

Layla ficou hipnotizada pela visão. Cada movimento de Enrico, cada gota de água escorrendo pela sua pele, parecia acentuar a escultura perfeita de seu corpo. Ela se deu conta de que estava prendendo a respiração e, com um esforço consciente, se obrigou a respirar fundo e desviar o olhar, o rosto levemente corado.

— Minha nossa senhora! — Layla gritou, jogando os produtos de limpeza no chão e tapando os olhos com as mãos.

— Você não bate? — Enrico havia se assustado, mas a reação dela era maior que seu constrangimento.