Enrico estava na cozinha, tentando se concentrar na tarefa simples de fazer um sanduíche para Layla. Ele ria sozinho, achando graça no fato de ela tê-lo pedido algo tão simples, mas ao mesmo tempo tão encantador. Ela era, sem dúvida, uma das pessoas mais fascinantes que ele já conhecera. E quando ela pediu que ele preparasse algo para ela, isso só o fazia sentir-se mais próximo dela.
O som da porta se abriu, e Lecce entrou na cozinha. A expressão em seu rosto estava séria, tensa. Enrico não precisou de mais nada para perceber que uma tempestade estava se formando.
— O que houve com Layla? — Lecce perguntou, a voz carregada de desconfiança.
Enrico suspirou, deixando a faca de lado enquanto olhava para o irmão.
— Ela bebeu um pouco e torceu o pé. Nada demais.
Lecce, no entanto, não parecia satisfeito com a resposta. Ele se aproximou da bancada, os olhos penetrantes fixados em Enrico.
— E você acha que era uma boa ideia levá-la para sua casa? — Lecce disse, a irritação começando a transparecer. — Você realmente acha que é uma boa ideia ficar com ela?
Enrico ergueu uma sobrancelha, sentindo a tensão no ar.
— Era só isso que você queria me perguntar? — ele respondeu, com uma calma que contrastava com o tom agressivo de Lecce. — Ela estava atrás de você, não de mim. Queria falar com você. E o que você estava fazendo quando ela chegou? Se pegando com outra mulher.
Lecce congelou por um momento, claramente irritado com a acusação. Ele se aproximou de Enrico com um passo firme, seu rosto agora vermelho de raiva.
— E o que, ora? Você acha que tem o direito de falar assim comigo, como se eu fosse um completo idiota? — Lecce gritou, as palavras saindo em um turbilhão. — Ela não é sua. Nunca foi! E você... você se acha no direito de tomar o que é meu, como sempre faz. Você acha que pode ser o herói da história, Enrico? Você realmente acha que eu vou deixar isso acontecer?
Enrico, por sua vez, manteve a calma, mas suas palavras foram afiadas como facas.
— Não estou querendo tomar nada, Lecce. Eu só quero ela ao meu lado. Eu me declarei para Layla. E você? O que pode oferecer a ela além de confusão? Ela está cansada disso, de ver você com outra mulher. Você não a merece, e eu sei disso. Não fique no meu caminho, porque eu vou fazer o que for preciso para ficar com ela.
A tensão entre os irmãos explodiu em um momento. Lecce, tomado pela raiva, não pensou duas vezes antes de socar Enrico no rosto. O impacto foi brutal, e Enrico foi empurrado para trás, o sangue começando a escorrer pelo seu nariz. Eleonor entrou na cozinha no exato momento em que o soco aconteceu, seu olhar atônito ao ver seus filhos brigando.
— O que você pensa que está fazendo? LIBERA TUO FRATELLO! (Liberte seu irmão) — Eleonor gritou.
Lecce ainda segurou Enrico pela camiseta e o jogando contra a bancada. Mas Enrico não revidou. Ele estava ciente de que, naquele momento, era melhor não revidar. Ele não queria mais alimentar a briga. Lecce estava fora de controle, ele apenas se afastou.
Eleonor, horrorizada com a cena, olhou para Enrico, que ainda tentava controlar a dor no nariz, agora sangrando.
— O que foi isso, Enrico? — Ela perguntou, a preocupação evidente na voz.
Enrico passou rapidamente a camiseta no rosto, tentando estancar o sangramento. Ele estava irritado, mas também sentia uma pontada de tristeza pela situação.
— Lecce não aceita o que aconteceu. Ele sabe que Layla gosta de mim, e isso o deixa furioso. Ele simplesmente não sabe lidar com isso.
Eleonor olhou para Enrico com um olhar cansado.
— Mas Layla gosta de Lecce, Enrico. Você sabe disso.
Enrico olhou para a mãe com um sorriso forçado, embora o sentimento de frustração tomasse conta dele.
— Bom, isso vai mudar em breve. Eu só preciso garantir que Lecce fique fora do caminho. Eu tenho meus próprios planos para Layla. Não vou deixar ele atrapalhar o que já está acontecendo.
Eleonor suspirou, claramente desconfortável com a situação, mas sabia que, se Enrico havia tomado uma decisão, não havia muito o que ela pudesse fazer para impedi-lo.
Enrico se levantou, com o sangue ainda escorrendo do nariz, e pegou a bandeja com o sanduíche. Seus olhos estavam decididos, mas havia uma frieza neles que Eleonor não gostava. Ele estava obcecado por Layla, e nada, nem mesmo Lecce, o impediria de tê-la ao seu lado.
— Vai dar tudo certo, mãe. Eu vou conseguir o que quero. — Enrico disse, saindo da cozinha com a bandeja nas mãos, determinado a seguir em frente com seu plano.
Ele se virou para o corredor, com a mente cheia de ideias. Sabia que só havia uma pessoa que poderia ajudá-lo a conquistar Layla: seu pai. Ele precisaria do apoio de Don Corallo, pois sabia que sua mãe jamais o apoiaria nessa escolha. Ele sentiu uma onda de confiança tomar conta de si. Ele tinha um objetivo agora, e nada o faria desistir.
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A garota do Capo
RomanceATENÇÃO, ESSE LIVRO É EXTREMAMENTE ERÓTICOE CHEIO DE FETICHES. SE VOCÊ FOR SENSIVEL NÃO LEIA, NÃO ABRA, NÃO INCOMODE (PODE HAVER CENAS QUE OS PURITANOS CONSIDEREM NOJENTAS) Livro 1. da Serie "os Herdeiros da Máfia" Layla, uma jovem que perdeu tud...