Capítulo 13. Briga de irmãos.

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Enrico estava na cozinha, tentando se concentrar na tarefa simples de fazer um sanduíche para Layla. Ele ria sozinho, achando graça no fato de ela tê-lo pedido algo tão simples, mas ao mesmo tempo tão encantador. Ela era, sem dúvida, uma das pessoas mais fascinantes que ele já conhecera. E quando ela pediu que ele preparasse algo para ela, isso só o fazia sentir-se mais próximo dela.

O som da porta se abriu, e Lecce entrou na cozinha. A expressão em seu rosto estava séria, tensa. Enrico não precisou de mais nada para perceber que uma tempestade estava se formando.

— O que houve com Layla? — Lecce perguntou, a voz carregada de desconfiança.

Enrico suspirou, deixando a faca de lado enquanto olhava para o irmão.

— Ela bebeu um pouco e torceu o pé. Nada demais.

Lecce, no entanto, não parecia satisfeito com a resposta. Ele se aproximou da bancada, os olhos penetrantes fixados em Enrico.

— E você acha que era uma boa ideia levá-la para sua casa? — Lecce disse, a irritação começando a transparecer. — Você realmente acha que é uma boa ideia ficar com ela?

Enrico ergueu uma sobrancelha, sentindo a tensão no ar.

Era só isso que você queria me perguntar? — ele respondeu, com uma calma que contrastava com o tom agressivo de Lecce. — Ela estava atrás de você, não de mim. Queria falar com você. E o que você estava fazendo quando ela chegou? Se pegando com outra mulher.

Lecce congelou por um momento, claramente irritado com a acusação. Ele se aproximou de Enrico com um passo firme, seu rosto agora vermelho de raiva.

— E o que, ora? Você acha que tem o direito de falar assim comigo, como se eu fosse um completo idiota? — Lecce gritou, as palavras saindo em um turbilhão. — Ela não é sua. Nunca foi! E você... você se acha no direito de tomar o que é meu, como sempre faz. Você acha que pode ser o herói da história, Enrico? Você realmente acha que eu vou deixar isso acontecer?

Enrico, por sua vez, manteve a calma, mas suas palavras foram afiadas como facas.

— Não estou querendo tomar nada, Lecce. Eu só quero ela ao meu lado. Eu me declarei para Layla. E você? O que pode oferecer a ela além de confusão? Ela está cansada disso, de ver você com outra mulher. Você não a merece, e eu sei disso. Não fique no meu caminho, porque eu vou fazer o que for preciso para ficar com ela.

A tensão entre os irmãos explodiu em um momento. Lecce, tomado pela raiva, não pensou duas vezes antes de socar Enrico no rosto. O impacto foi brutal, e Enrico foi empurrado para trás, o sangue começando a escorrer pelo seu nariz. Eleonor entrou na cozinha no exato momento em que o soco aconteceu, seu olhar atônito ao ver seus filhos brigando.

O que você pensa que está fazendo? LIBERA TUO FRATELLO! (Liberte seu irmão) — Eleonor gritou.

Lecce ainda segurou Enrico pela camiseta e o jogando contra a bancada. Mas Enrico não revidou. Ele estava ciente de que, naquele momento, era melhor não revidar. Ele não queria mais alimentar a briga. Lecce estava fora de controle, ele apenas se afastou.

Eleonor, horrorizada com a cena, olhou para Enrico, que ainda tentava controlar a dor no nariz, agora sangrando.

— O que foi isso, Enrico? — Ela perguntou, a preocupação evidente na voz.

Enrico passou rapidamente a camiseta no rosto, tentando estancar o sangramento. Ele estava irritado, mas também sentia uma pontada de tristeza pela situação.

— Lecce não aceita o que aconteceu. Ele sabe que Layla gosta de mim, e isso o deixa furioso. Ele simplesmente não sabe lidar com isso.

Eleonor olhou para Enrico com um olhar cansado.

— Mas Layla gosta de Lecce, Enrico. Você sabe disso.

Enrico olhou para a mãe com um sorriso forçado, embora o sentimento de frustração tomasse conta dele.

— Bom, isso vai mudar em breve. Eu só preciso garantir que Lecce fique fora do caminho. Eu tenho meus próprios planos para Layla. Não vou deixar ele atrapalhar o que já está acontecendo.

Eleonor suspirou, claramente desconfortável com a situação, mas sabia que, se Enrico havia tomado uma decisão, não havia muito o que ela pudesse fazer para impedi-lo.

Enrico se levantou, com o sangue ainda escorrendo do nariz, e pegou a bandeja com o sanduíche. Seus olhos estavam decididos, mas havia uma frieza neles que Eleonor não gostava. Ele estava obcecado por Layla, e nada, nem mesmo Lecce, o impediria de tê-la ao seu lado.

Vai dar tudo certo, mãe. Eu vou conseguir o que quero. — Enrico disse, saindo da cozinha com a bandeja nas mãos, determinado a seguir em frente com seu plano.

Ele se virou para o corredor, com a mente cheia de ideias. Sabia que só havia uma pessoa que poderia ajudá-lo a conquistar Layla: seu pai. Ele precisaria do apoio de Don Corallo, pois sabia que sua mãe jamais o apoiaria nessa escolha. Ele sentiu uma onda de confiança tomar conta de si. Ele tinha um objetivo agora, e nada o faria desistir.

A garota do CapoOnde histórias criam vida. Descubra agora