Capítulo 21. Novo Emprego

2.3K 21 2
                                    

Enrico levantou com cuidado, tentando não acordar Layla, que dormia serenamente ao seu lado. O apartamento parecia iluminado pela presença dela. Com passos leves, ele seguiu até a cozinha e improvisou um café com os poucos itens disponíveis. As xícaras, ligeiramente desiguais, eram um reflexo da simplicidade do lugar, mas naquele momento, ele sentia que tinha tudo o que precisava.

Na pequena cozinha, ele abriu os armários e improvisou o café da manhã com o que encontrou: um pouco de pó de café, uma xícara e nada de açúcar. Enquanto a água fervia, seus pensamentos vagaram até Layla. Ela tinha transformado aquele pequeno apartamento em um lugar que parecia um lar.

Com a xícara de café pronta, Enrico voltou ao quarto, onde o sol agora iluminava delicadamente os contornos do rosto dela. Ele deixou a xícara no criado-mudo, mas não resistiu à vontade de se juntar a ela novamente. Deitou-se com cuidado, puxando as cobertas sobre os dois e envolvendo-a com um abraço. O corpo dela, ainda morno de sono, instintivamente se acomodou no dele.

Layla resmungou algo inaudível, mas depois suspirou e abriu os olhos devagar.

Buongiorno, amore mio (bom dia meu amor) — Enrico murmurou contra seus cabelos, sua voz grave carregada pelo sotaque italiano.

Layla sorriu, o coração aquecendo com aquelas palavras familiares. Ela se virou levemente, encontrando o olhar suave dele, e esticou os braços em um espreguiçar preguiçoso.

— Bom dia... que horas são? — perguntou, a voz rouca de sono.

Enrico sorriu e acariciou seu rosto com o polegar, adorando o jeito que ela parecia tão natural e vulnerável naquele momento.

— Não importa a hora — sussurrou, seus lábios roçando a testa dela. —È importante che tu sia con me. (É importante que você esteja comigo.)

Ela riu suavemente, sentindo o calor de sua voz e o toque reconfortante dele.

— Certeza? — brincou, ajeitando-se para ficar mais próxima.

Sì, amore mio (sim meu amor)

O aroma sutil do café se misturava com o perfume que ela usava na noite anterior, e ele percebeu que seu sabonete havia deixado um leve cheiro floral em sua pele. Para ele, aquele cheiro combinava perfeitamente com Layla: delicado e marcante.

— Gosto quando você fala italiano — comentou ela, fechando os olhos por um instante. — Sua voz fica... mais sensual.

Enrico soltou uma risada baixa, cheia de diversão. Seus dedos desceram para acariciar o ombro dela, onde ele plantou um beijo suave.

— Quer aprender algo para dizer? — perguntou, inclinando-se para mais perto.

— Sempre! — respondeu, animada.

Ele sorriu com malícia e sussurrou devagar:

— Diga: Vuoi sposarmi. (você quer casar comigo?)

Layla franziu o rosto, tentando repetir sem tropeçar nas palavras.

Vuoi... sposarmi.

Sì.

Ela piscou, confusa, antes de perguntar:

— O que quer dizer?

Enrico riu novamente, seus olhos brilhando de travessura.

— Quer casar comigo? — explicou ele. — E eu disse que sim.

Layla revirou os olhos, embora não conseguisse esconder o sorriso que crescia em seus lábios.

— Ah, Enrico, você é muito bobo.

— Agora que me pediu em casamento — respondeu ele, virando-a gentilmente para encará-lo de frente — e eu aceitei, acho que podemos planejar o casamento.

A garota do CapoOnde histórias criam vida. Descubra agora