As três tiveram um jantar divertido. Sempre conversando e respondendo as milhares de perguntas de Vitória em relação ao Brasil e ao Rio de Janeiro.
A pequena soltava uma pergunta atrás da outra, parecendo que as respostas recebidas nunca eram suficientes para ela.
Já no táxi, no caminho de volta para casa, Vitória adormeceu nos braços de Sofia.
– Ela tá uma pilha de ansiedade. – Natalie comentou ao perceber que a menina havia adormecido, sorrindo para Sofia. – Tá parecendo a mãe dela.
– Somos duas ansiosas, porém nossa ansiedade agora é por razões diferentes. – Sofia respondeu.
– Você sabe minha opinião quanto á esse retorno. – Natalie falou.
Ela já tinha dito inúmeras vezes para a fotógrafa que não valeria a pena retornar ao Rio de Janeiro, ainda mais nessa fase ótima em que estava a carreira dela.
– Eu sei, Nath, já até cansei de ouvir. – Sofia respondeu impaciente. – Mas o Brasil é o único país que não fui expor meu trabalho. E além do mais, é a nossa casa. Eu me criei lá, quero que a minha filha tenha esse contato com a cultura do país.
– Mavie está muito bem onde está. Pra mim você tá querendo...
– Não estou querendo nada, Natalie, chega disso. – Sofia falou um pouco alto, chamando não só a atenção do motorista, mas também da filha.
– Mommy? – Vitória acordou chorosa.
– Tudo bem, meu amor, não é nada, já estamos chegando. – Sofia deu um beijo na filha e voltou a fazer a pequena dormir.
Até chegarem ao apartamento, ninguém disse mais nada. A assistente pagou o taxista, enquanto a fotógrafa já subia com a filha nos braços.
Sofia foi direto para seu quarto, e deitou a pequena em sua cama. Antes mesmo de terminar de arrumar a menina, Natalie entrou em seu quarto.
– O pijama dela. – entregou para Sofia. – Desculpa, Sofia, não queria brigar com você. Não hoje.
– Tudo bem, Nath, eu também ando nervosa demais essa semana.
A assistente se aproximou da fotógrafa e começou uma massagem em seus ombros, enquanto Sofia trocava as roupas de Vitória.
– Eu sei, e por isso queria que você relaxasse um pouquinho hoje. – Natalie sorriu. – Por que não vamos pra a sala, bebemos um vinho? – inclinou seu rosto e deu um beijo no pescoço da fotógrafa. Pôde sentir o corpo de Sofia arrepiar.
– Não, Natalie, hoje não. Amanhã temos que levantar cedo, terminar de juntar as coisas, viajamos á tarde esqueceu? – Sofia chegou a cogitar a hipótese de se entregar mais uma vez aos carinhos de Natalie, mas sempre que isso acontecia, a assistente se enchia de esperanças, esperanças que ela nunca conseguia atender.
– Não, eu não esqueci. – respondeu decepcionada. – Mas posso dormir aqui? Minha cama já era, e o sofá não é confortável.
– Claro que pode. – Sofia olhou para a assistente e sorriu.
Com um misto de ansiedade e exaustão, Sofia deitou e abraçou a filha junto ao seu peito. Era assim que ela dormia com a pequena em sua cama. Próxima demais dela, a ponto de poder ouvir seu coração bater.
Afundou seu nariz nos cabelos de Vitória, e deixou o sono chegar até ela.
Não viu quando Natalie chegou, e deitou no lado oposto da cama, cobrindo mãe e filha com um sereno beijo de boa noite.
[...]
Já não bastasse a terrível sessão que teve com Marcela, o dia de Natália seguiu caótico. Seu mais novo emprego tinha virado velho. Não precisavam mais de uma professora de inglês no cursinho. E como um cachorro velho demais para brincar com as crianças, perdeu o emprego.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Born To Die - Stalia
RomanceNatália e Sofia se conheceram durante uma viagem da dona de casa pra Nova York. Sofia é uma fotógrafa em ascensão, e Natália recém-separada tentando se reencontrar, ambas com 25 anos na época. A paixão foi imediata, e logo tudo que começou como uma...