Capítulo 20

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– Você não, Sofia. Nossa sessão vai começar agora. – Eduarda disse, e acompanhou Natália para fora.

A morena olhou sobre o ombro para a fotógrafa, a mulher parecia uma criança sendo abandonada.

O mesmo olhar que Vitória na aula de ballet antes de começar.

Natália sorriu para a esposa. Teve vontade de voltar até ela e abraça-la, dizer que tudo estava bem, afinal era só uma sessão, porém não conseguiu, Eduarda fechou a porta atrás dela.

Sofia sentou novamente. Contou até dez mentalmente. Ela estava ali por Natália, não iria decepcionar a mulher.

– Vamos começar? – Eduarda perguntou ao voltar para sua poltrona.

– Eu tenho escolha? – Sofia respondeu fria.

Sentia-se marcada pela psiquiatra desde a primeira sessão. Afinal, ela tinha ido apenas como companhia e apoio para Natália, e a médica, tinha praticamente lhe imposto sessões individuais agora.

– Você se sente obrigada vindo aqui? – a médica começou suas perguntas.

– A Natália devia ser a paciente... Quer dizer, nós viemos aqui por ela, por causa dos remédios, porque ela fica melhor com eles. Eu não sei porquê você resolveu me chamar para sessões.

– Porque você precisa, tanto ou até mais que a Natália. – respondeu séria para a loira. – Mas essa é a minha opinião, você é livre para discordar e não vir até aqui.

– Você disse que ajudaria a Natália. – a fotógrafa respondeu nervosa.

Livre para não ir, ela não era, afinal a médica tinha dito na frente de Natália, e agora a morena contava com isso.

Apertava a mão com tamanha força, que sentia as unhas entrando na palma de sua mão.

– Eu disse que ajudaria as duas. – Eduarda olhou para as mãos de Sofia e levantou.

Pegou uma caixa de lenço e a colocou na frente da fotógrafa.

– Com que frequência você faz isso? – apontou para as mãos de Sofia.

A fotógrafa abriu as mãos. Tinha machucado sua pele, mas não o suficiente para sangrar.

– Pouca. – Sofia esfregava as mãos, tentava aliviar a tensão que sentia. – Quase nunca nos últimos meses.

– Desde que a Natália voltou?

– É, acho que desde que ela voltou. – a fotógrafa olhou para a médica. As duas se encaravam.

– E a Vitória, tem alguma mania?

– Não. – Sofia falou rápido demais.

Claro que a filha tinha, mas ela não iria admitir para a médica.

– Nenhuma? – a médica sorriu. – Ela é realmente uma criança especial, praticamente todas as crianças tem, é natural.

– Ela tem algumas. – Sofia acabou cedendo.

Não era fácil admitir as manias da filha, já que ela não só tinha dado algumas, como incentivado outras.

– Ela tem um cheiro para dormir, ela sempre vem para a nossa cama, dormir comigo, ela não gosta de dormir sozinha. Ela não gosta que outras pessoas sequem o cabelo dela, nem de comer sozinha. Eu só lembro dessas agora.

– Ela dorme com vocês? – perguntou.

– Ela vai de madrugada para a nossa cama. Se bem que essa noite ela não foi. Ficou na cama dela, com as mascotes.

Born To Die - StaliaOnde histórias criam vida. Descubra agora