– Você não, Sofia. Nossa sessão vai começar agora. – Eduarda disse, e acompanhou Natália para fora.
A morena olhou sobre o ombro para a fotógrafa, a mulher parecia uma criança sendo abandonada.
O mesmo olhar que Vitória na aula de ballet antes de começar.
Natália sorriu para a esposa. Teve vontade de voltar até ela e abraça-la, dizer que tudo estava bem, afinal era só uma sessão, porém não conseguiu, Eduarda fechou a porta atrás dela.
Sofia sentou novamente. Contou até dez mentalmente. Ela estava ali por Natália, não iria decepcionar a mulher.
– Vamos começar? – Eduarda perguntou ao voltar para sua poltrona.
– Eu tenho escolha? – Sofia respondeu fria.
Sentia-se marcada pela psiquiatra desde a primeira sessão. Afinal, ela tinha ido apenas como companhia e apoio para Natália, e a médica, tinha praticamente lhe imposto sessões individuais agora.
– Você se sente obrigada vindo aqui? – a médica começou suas perguntas.
– A Natália devia ser a paciente... Quer dizer, nós viemos aqui por ela, por causa dos remédios, porque ela fica melhor com eles. Eu não sei porquê você resolveu me chamar para sessões.
– Porque você precisa, tanto ou até mais que a Natália. – respondeu séria para a loira. – Mas essa é a minha opinião, você é livre para discordar e não vir até aqui.
– Você disse que ajudaria a Natália. – a fotógrafa respondeu nervosa.
Livre para não ir, ela não era, afinal a médica tinha dito na frente de Natália, e agora a morena contava com isso.
Apertava a mão com tamanha força, que sentia as unhas entrando na palma de sua mão.
– Eu disse que ajudaria as duas. – Eduarda olhou para as mãos de Sofia e levantou.
Pegou uma caixa de lenço e a colocou na frente da fotógrafa.
– Com que frequência você faz isso? – apontou para as mãos de Sofia.
A fotógrafa abriu as mãos. Tinha machucado sua pele, mas não o suficiente para sangrar.
– Pouca. – Sofia esfregava as mãos, tentava aliviar a tensão que sentia. – Quase nunca nos últimos meses.
– Desde que a Natália voltou?
– É, acho que desde que ela voltou. – a fotógrafa olhou para a médica. As duas se encaravam.
– E a Vitória, tem alguma mania?
– Não. – Sofia falou rápido demais.
Claro que a filha tinha, mas ela não iria admitir para a médica.
– Nenhuma? – a médica sorriu. – Ela é realmente uma criança especial, praticamente todas as crianças tem, é natural.
– Ela tem algumas. – Sofia acabou cedendo.
Não era fácil admitir as manias da filha, já que ela não só tinha dado algumas, como incentivado outras.
– Ela tem um cheiro para dormir, ela sempre vem para a nossa cama, dormir comigo, ela não gosta de dormir sozinha. Ela não gosta que outras pessoas sequem o cabelo dela, nem de comer sozinha. Eu só lembro dessas agora.
– Ela dorme com vocês? – perguntou.
– Ela vai de madrugada para a nossa cama. Se bem que essa noite ela não foi. Ficou na cama dela, com as mascotes.
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Born To Die - Stalia
RomanceNatália e Sofia se conheceram durante uma viagem da dona de casa pra Nova York. Sofia é uma fotógrafa em ascensão, e Natália recém-separada tentando se reencontrar, ambas com 25 anos na época. A paixão foi imediata, e logo tudo que começou como uma...