Born To Die - Stalia

Capítulo 10

– O que? – Sofia olhou para as mãos de Natália, viu o sangue que tinha assustado a mulher. – Não, Natália. Você brigou com a Natalie, lembra?

– Meu Deus, ela tá bem? Sofia, esse sangue... – Natália balbuciava, as lágrimas escorriam descontroladamente.

– Calma, ei, eu tô aqui.. – Sofia segurou as mãos de Natália em volta de sua cintura, longe dos olhos da mulher. – Olha pra mim.

A fotógrafa deixou uma mão sua segurando os pulsos de Natália em volta de sua cintura, e a outra levantou o rosto da mulher para si.

Os olhos de Natália estavam fechados, sua face molhada pelas lágrimas.

– Olha pra mim, Natália.

Com muita vergonha, a morena abriu os olhos para Sofia.

– A Natalie está bem, está tudo bem. – Sofia fazia carinho no rosto de Natália. – Ok?

– A Vitória... – um desespero tomou conta de Natália, ela tentou andar, e quase caiu com Sofia. As duas voltaram a se equilibrar.

– Ela tá lá fora com a Lívia e a Amanda, ela também está bem.

– Eu tenho que ir... Se ela me ver.... – a morena tentou se soltar de Sofia, mas a fotógrafa estava presa a ela.

– Não, calma. Me escuta. – a loira segurou o queixo de Natália, seus olhos se encontravam.

Todo o amor que sentia, Sofia tentou transmitir, não demorou para que Natália entendesse e caísse num choro descontrolado.

Pela segunda vez naquele dia, escondeu seu rosto no ombro de Sofia e chorou. Suas mãos agora traziam o corpo da fotógrafa para junto de si. A morena sentia os carinhos de Sofia.

– Tá tudo bem, Natália, tudo bem, meu amor... – Sofia sussurrou.

Natália soluçava nos braços de Sofia quando Priscila voltou para a cozinha.

Ela não sabia se interrompia ou deixava as duas sozinhas. Era visível que a tal estabilidade de Natália estava balançada.

Estranho era Sofia permanecer tão forte e tão perto. Mas, não era uma decisão dela. Embora doesse ver a mulher que amava se dedicando tanto a outra.

– Sofi... – Priscila falou um pouco receosa. A fotógrafa olhou discretamente sobre os ombros. – A Natalie foi pra casa da Nil, mas ela tá bem, só alguns... Machucados. – Priscila sussurrou as últimas palavras e a loira concordou com a cabeça.

– Amor, vamos pro quarto, vem. – Sofia saiu da frente de Natália, ficando ao seu lado, sem soltar o abraço.

A face de Natália recebia as lágrimas sem parar. Seus olhos já estavam vermelhos e inchados. Lentamente, Sofia levou Natália para o seu quarto.

Não tinha percebido que Priscila seguiu as duas. Discretamente, a mulher colocou uma garrafa de água em cima do criado mudo, próxima de onde Sofia deitava Natália.

– Dá um pouco de água pra ela. – a morena disse.

– Pega uma roupa para ela vestir, por favor? – Sofia pediu a Priscila, que foi até o closet da fotógrafa, buscar a roupa.

Enquanto a fotógrafa tirava o roupão e o biquíni de Natália. Pegou a camisa de dormir que Priscila trouxe, e com a ajuda da modelo, vestiu a morena.

Natália não tinha mais forças, ela só conseguia chorar. Aos poucos, sua mente foi trazendo as lembranças do que tinha acontecido.

Natalie no chão, os braços dela tentando se defender, mas ela era fraca perto de Natália, e perto da fúria que ela despejou na assistente. Sua mão descia contra o corpo de Natalie, os tapas eram estalados. Natália sentiu que sua mão doía, mas ela não parava. Foi o rosto de Natalie que sangrou, o sangue na sua mão era dela e não de Sofia. Por um momento, Natália agradeceu. Depois lembrou da filha, de Sofia, da própria Natalie, ela não conseguia parar de chorar.