𝐗𝐗𝐗𝐈𝐕. 𝐁𝐀𝐓𝐓𝐋𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐔𝐋𝐋𝐄𝐓

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⚠️ Tw: Tristeza absoluta que pode fazer os leitores cometerem suicídio.

   Após o banquete, Aegon e Rhaenys caminharam juntos em direção ao quarto, os ecos do casamento de Helaena e Myles ainda reverberando nas grandes muralhas da Fortaleza Vermelha. O peso da noite parecia amolecer os corpos e as mentes, mas, ao cruzarem a porta do quarto, o ambiente acolhedor e a intimidade do espaço os envolveu.

   Aegon bufou assim que fechou a porta, jogando-se contra a madeira e cruzando os braços com a testa franzida como uma criança emburrada.

— Você viu? Eles saíram escondidos do banquete - Ele resmungou, com o tom levemente irritado. — Aquele maldito caranguejo mal pôde esperar para...

    Ele não conseguiu terminar a frase, deixando-se ser consumido pelo ciúme já que sempre enxergaria Helaena como sua irmãzinha. Rhaenys, ao seu lado, revirou os olhos e cruzou os braços, mas o sorriso sutil que brincava em seus lábios deixava claro que ela entendia bem o humor do marido.

— Ao menos eles esperaram pelo casamento - Retrucou a princesa, com o olhar brilhante de lembranças passadas. — Coisa que nós dois não fizemos, se bem me lembro...

   As palavras de Rhaenys provocaram um brilho imediato nos olhos de Aegon. Ele não resistiu ao comentário dela, abrindo um sorriso largo e sedutor que transformou sua expressão completamente. Aproximou-se de sua esposa com passos lentos, como se fosse um predador a encurtar a distância com sua presa.

— Como eu poderia me controlar perto da mulher mais linda do mundo? - A voz dele saiu rouca, carregada de carinho e desejo.

   Rhaenys riu suavemente, mas não recuou. Ao contrário, ela permitiu que Aegon a envolvesse, seus braços a puxando delicadamente contra seu peito. Aquele toque, aquela proximidade familiar, sempre a fazia sentir um conforto indescritível.

  Com um gesto suave, o príncipe a guiou até a cama e sentou-se, puxando-a para o seu colo com naturalidade, como se os corpos soubessem exatamente como se encaixar: — Como foi nas Terras Fluviais? - Aegon perguntou, seus dedos brincando com uma mecha do cabelo prateado de Rhaenys, enrolando-a entre os dedos com carinho.

— Cansativo, devo admitir - Rhaenys suspirou, ajeitando-se no colo dele. — Tive que fazer alguns acordos... prometi Nymeria para um Frey, para garantir a lealdade deles. - Ela fez uma pausa, os olhos momentaneamente distantes. — E você? Como foi na Campina?

   Aegon suspirou pesadamente, uma sombra de incômodo passando por seus olhos. Afinal, considerava Nymeria como uma filha e ele não se sentia muito a vontade de saber que a pequena já estava prometida em casamento para um completo desconhecido.

— Prometi Maelor à filha de Lorde Tarly. Foi o preço pela lealdade deles - Ele fez uma pausa, sua mão deslizando suavemente pelas costas da esposa. — Mas sei que isso pesa, Nys... depois de tudo que passamos, fazer promessas assim para nossos filhos...

   Rhaenys inclinou a cabeça, seu olhar agora mais sombrio, o peso da preocupação tomando conta de sua expressão. Ela afastou-se levemente, mas sem sair do colo dele, descansando as mãos no peito de marido.

— Tenho medo de que estejamos condenando nossos filhos, Aegon - Sua voz saiu suave, quase um sussurro, carregada de angústia. — Não quero ver Nymeria sendo abusada ou agredida pelo marido, ou Maelor atormentado por uma esposa louca. Não quero que eles sofram como nós sofremos...

   A dor em suas palavras era evidente. Aegon, por um instante, sentiu o próprio coração apertar-se diante da ideia de que seus filhos pudessem passar pelo que eles passaram, mas não demorou a reagir. Com ternura, ele segurou o queixo da Velaryon, erguendo seu rosto até que seus olhos violetas se encontrassem.

𝐖𝐀𝐑 𝐎𝐅 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐒 • 𝐀𝐞𝐠𝐨𝐧 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora