𝐗𝐕𝐈𝐈. 𝐔𝐋𝐓𝐑𝐀𝐕𝐈𝐎𝐋𝐄𝐍𝐂𝐄

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Obs: Este capítulo contém cenas +18, violência e relacionamento abusivo (o qual não deve ser romantizado!)

     Quando Aegon praticamente empurrou a esposa para dentro do quarto, Olivia estava atônita. Lágrimas desciam por seu rosto assim como o sangue escorria por seu braço, sujando o tapete verde de vermelho. Aegon estava discutindo com ela mas Olivia sequer ouvia, ela sentia-se mergulhada em um oceano de dor e desespero.

   Cada palavra que Aegon proferia parecia uma punhalada em seu coração já dilacerado. A revelação de que era uma bastarda, filha de Alicent e Criston Cole, havia desmontado o frágil castelo de cartas que era sua vida. As lágrimas não paravam de escorrer, salgadas e quentes, misturando-se com o sangue que manchava seu braço e o tapete.

   Ela era uma bastarda. B-a-s-t-a-r-d-a.

— VOCÊ SÓ PODE TER ENLOUQUECIDO DE VEZ! - Aegon berrou mas sua detestável esposa pareceu sequer ouvir, lágrimas escorrendo de seus olhos enquanto a verdade ecoava em sua cabeça.

   O turbilhão de emoções a deixava entorpecida. Era como se todas as certezas que tinha sobre sua identidade, sobre quem ela era, tivessem sido arrancadas brutalmente. Crescera acreditando ser uma Hightower legítima, criada com todos os privilégios de sua posição. Agora, essa revelação tornava cada memória, cada gesto de carinho de sua tia Alicent, uma mentira cruel.

  Não podia mais chamá-la de tia Alicent pois ela era na verdade sua mãe.

— Depois de deixar nossa filha passar fome, agora resolveu ferir crianças também?! - Aegon prosseguiu, seu rosto ficando mais vermelho de raiva a cada segundo.

  E sor Criston Cole era seu pai. Filha de um mero escudo juramentado.

Eu estou cansado de você, Olivia. Cansado! - O príncipe exclamou, passando os dedos entre seus fios esbranquiçados. — E agradeça aos deuses por ela não ter pedido a sua cabeça!

  Toda a sua vida havia sido uma mentira.

— Mas eu não vou tolerar, não vou permitir que chegue perto dela de novo. Nem dela e nem das filhas dela! - Ao notar que Olivia não estava prestando atenção, Aegon a agarrou pelos braços, a sacudindo. — VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO, OLIVIA? VOCÊ NÃO VAI SEQUER OLHAR PARA ELA...

— De quem você está falando?

   Olivia finalmente conseguiu perguntar, sua voz estava embargada e só agora ela conseguia sentir a imensa dor que o corte em seu braço lhe causava ainda mais com seu marido o apertando com força.

— Rhaenys.

  O príncipe quase cuspiu aquele nome e a raiva tomou conta de Olivia outra vez, um rápido alívio para o caos que sua mente se encontrava. Empurrando Aegon para trás, a princesa questionou em alta voz:

— Por que eu me importaria com ela?

— PORQUE EU ME IMPORTO COM ELA! - Aegon gritou, não se importando se mais alguém ouviria. — DE MANHÃ, DE TARDE E DE NOITE, EU ME IMPORTO COM ELA!

   O ódio e a raiva que sentia por Rhaenys eram um alívio momentâneo para a dor insuportável. Como Aegon ousava gritar seu amor por outra mulher? Como podia ele, seu marido, ignorar seus sentimentos e desprezar sua dor?

  Cada berro de Aegon sobre sua preocupação com Rhaenys era como um ácido, corroendo qualquer vestígio de autoestima que Olivia ainda pudesse ter. A revelação de que ele nunca deixara de amar sua antiga paixão era um golpe final, uma humilhação pública e privada.

— E você magoou ela - O príncipe continuou, desta vez em um tom mais baixo mas ainda assim com a voz embargada, lágrimas fazendo seus olhos violetas brilharem. — E quando você magoa ela, você me magoa.

𝐖𝐀𝐑 𝐎𝐅 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐒 • 𝐀𝐞𝐠𝐨𝐧 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora