𝐖𝐀𝐑 𝐎𝐅 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐒 • 𝐀𝐞𝐠𝐨𝐧 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧

𝐗𝐗𝐗𝐈𝐈𝐈. 𝐏𝐑𝐎𝐏𝐇𝐄𝐓𝐈𝐂 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐒

Obs: Este capítulo contém cenas +18.

FLASHBACK ON

    Rhaenys Velaryon se encontrava no pátio da Fortaleza Vermelha naquela manhã. Com seus onze anos, a princesa segurava firmemente um arco em suas mãos pequenas, os dedos trêmulos tentando manter a corda esticada. Seus longos cabelos prateados caíam sobre os ombros, balançando levemente enquanto seus olhos violetas, que tanto lembravam os da mãe, fixavam-se no alvo à frente. Ao seu lado, Harwin Strong, o robusto e experiente comandante da Guarda Real, observava atentamente cada movimento.

   Harwin, com seus músculos forjados em batalhas e seu coração moldado pelo afeto, olhava para a pequena princesa com um olhar carinhoso e protetor. Ele via nela uma força bruta, ainda a ser lapidada, mas que já pulsava em seu sangue.

   Como alguém que amava profundamente a princesa Rhaenyra, e sendo pai dos pequenos príncipes Jace e Luke, ele não podia deixar de tratar Rhaenys quase como se fosse sua própria filha. No entanto, mesmo com todo o carinho que nutria por ela, nunca esquecia que estava diante de uma princesa Targaryen, com um futuro destinado ao trono e ao poder dos dragões.

— Respire fundo, princesa - Disse Harwin, a voz baixa e tranquilizadora. — Não pense no alvo como algo distante. Imagine que a flecha já está lá, e que tudo o que você precisa fazer é deixá-la voar.

   Rhaenys, franzindo levemente o cenho, tentava seguir as instruções. Seus braços finos tremiam ao manter a corda tensionada, mas ela não queria desistir. O olhar determinado em seus olhos mostrava que, mesmo jovem, ela já possuía a força e a teimosia características de sua linhagem.  Sentindo a tensão em seu corpo, Harwin deu um passo mais próximo, inclinando-se para ajustar sua postura.

— Não deixe os ombros tão rígidos - Ele aconselhou gentilmente, colocando as grandes mãos sobre os ombros dela para soltá-los. — Relaxe. A força vem da calma, não da pressa.

   Ela assentiu, tentando absorver cada palavra, como se o sucesso dependesse disso. Com um suspiro profundo, Rhaenys relaxou os ombros e soltou a corda. A flecha voou em um arco suave pelo ar antes de cravar no alvo, não exatamente no centro, mas próxima o suficiente para que ela soltasse um pequeno sorriso de satisfação.

— Bem melhor! - Exclamou o Strong com um brilho de orgulho nos olhos. Ele riu, batendo de leve no ombro da princesa. — Dê mais uns anos e você será tão boa quanto eu.

— Tão boa quanto você? - Rhaenys retrucou, o tom brincalhão, olhando para ele com desafio. Um olhar que Harwin sabia bem de quem a princesa havia puxado. — Quando for tão boa quanto você, já serei melhor que todos os homens de Westeros!

— Não duvido, princesa. Aliás, acho que você já tem mais habilidade que muitos por aí.

  Harwin olhou para a jovem Targaryen com admiração genuína, sem qualquer indício de condescendência, como se de fato acreditasse no que dizia.

— Mas lembre-se, princesa, que segurar um arco não é apenas sobre força. É sobre controle - Ele se abaixou um pouco, para ficar à altura dos olhos da menina. — Assim como no jogo do poder. O verdadeiro guerreiro é aquele que sabe esperar o momento certo para agir.

   Rhaenys olhou para ele, absorvendo não apenas as palavras, mas o respeito que Harwin lhe transmitia. Para ela, ele era mais do que apenas o comandante da guarda. Era um homem que, mesmo sem ter laços de sangue, parecia entender as complexidades de ser quem ela era. Rhaenys sorriu de leve, um raro momento de vulnerabilidade para alguém tão jovem e já tão acostumada às expectativas de grandeza.

— Gostaria de tentar mais uma vez?

— Sim, claro que sim - Rhaenys sorriu e pareceu pensar um pouco antes de seus olhos brilharem com evidente perigo. — Meu próximo alvo poderia ser Sor Criston Cole?