𝐗𝐗𝐕𝐈𝐈𝐈. 𝐖𝐈𝐃𝐄 𝐀𝐖𝐀𝐊𝐄

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    O sol já sumia no horizonte enquanto Alicent Hightower andava de um lado para o outro pelos corredores da Fortaleza Vermelha, uma sensação crescente de pânico apertando seu peito. Já havia procurado Olivia em seu quarto, nos jardins e na sala do trono, mas não havia sinal da filha.

— Deuses, onde ela está?

   Murmurava Alicent para si mesma, sentindo o desespero crescer a cada passo enquanto os guardas buscavam pela princesa em todos os cantos. Ela começou a imaginar os piores cenários, inclusive que sua filha poderia ter sido sequestrada pelos Pretos, por ordem de Rhaenyra ou Rhaenys. E só de pensar naquilo, a rainha verde ficava à beira de um colapso.

  Ao ver Aemond atravessar o pátio da Fortaleza, com o semblante fechado e indiferente como sempre, Alicent correu até ele, agarrando seu braço com força.

— Aemond, onde está Olivia? - Ela perguntou, a voz trêmula e carregada de desespero. — Ela está com você? Ela não está em parte alguma...

   Aemond, com seu único olho frio e sem emoção, se desvencilhou do aperto da mãe. — Perdão, quem disse que isso é problema meu? - Questionou ele, seco e impassível, antes de seguir em frente, deixando sua mãe paralisada e incrédula.

— É claro que é problema seu. Você é o rei e Olivia é sua esposa!

— E justamente por eu ser o rei - Aemond continuou, sem parar de caminhar. — Tenho coisas mais importantes a resolver do que ficar me preocupando com minha irmãzinha louca. 

— Como pode ser tão cruel?

  Alicent murmurou para si mesma, lágrimas escorrendo por seu rosto enquanto observava Aemond se afastar, mesmo que a culpa por seu filho ser daquela forma fosse inteiramente dela.

    O anoitecer chegou à Porto Real e ainda não haviam notícias de Olivia. O rei caolho não estava dando a menor importância para o desaparecimento da esposa e Alicent parecia ser a próxima na fila da loucura. Até que o som de passos pesados ecoou pelos corredores, seguido pela visão do príncipe Daeron que carregava o álcool no hálito e a mentira no olhar.

— Mãe.

— Daeron, pelos deuses! - Alicent correu até ele, seu rosto levemente inchado de tanto chorar. — Onde você estava? Olivia... Olivia desapareceu...

— Mãe - O príncipe repetiu, não sentindo remorso algum internamente. Talvez ele já tivesse se tornado tão podre quanto seu irmão. — Você precisará ser forte.

— O que?

   Alicent questionou com a voz trêmula enquanto seus olhos castanhos se direcionavam para a porta da sala onde um cavaleiro carregava algo. O coração da Hightower batia lentamente a medida que ele chegava mais perto e a fazia perceber, horrorizada, que aquele era o corpo inerte de sua filha.

— OLIVIA! - Alicent gritou aos prantos, correndo em direção ao corpo da filha. — NÃO, NÃO PODE SER! OLIVIA! - Em desespero, ela puxou o corpo da filha a envolvendo em seus braços e sentindo o quão gelada ela estava.

  A rainha verde caiu de joelhos enquanto segurava o cadáver de Olivia, seu rosto contorcido de dor ao ver a filha morta, o corpo cheio de marcas e com um forte cheiro de sangue. Alicent soluçava, seus gritos de desespero ecoando pelos corredores da Fortaleza Vermelha.

— Eu encontrei Olivia na Baixada das Pulgas - Daeron iniciou sua onda de mentiras, forçando a tristeza em sua voz. — Mas já era tarde demais. 

— Quem fez isso? QUEM?

   Alicent questionou, tremendo em profunda dor e ódio. Houve alguns longos segundos de silêncio antes que Daeron resolvesse culpar a inimiga: — Um capanga dos Pretos. Rhaenys ordenou que Olivia fosse levada à Baixada das Pulgas e estuprada até a morte.

𝐖𝐀𝐑 𝐎𝐅 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐒 • 𝐀𝐞𝐠𝐨𝐧 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora