𝐈𝐈𝐈. 𝐂𝐇𝐄𝐑𝐑𝐘𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐖𝐈𝐍𝐄

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     Após sair da sala secreta com seu tio, a princesa Rhaenys estava eufórica. Não conseguia parar de olhar para o anel em seu dedo e sorrir como uma tola, não conseguia conter seu coração acelerado e o formigamento de seus lábios após beijar o príncipe inúmeras vezes. E o fato de tudo aquilo ser um segredo, a deixava mais arrepiada ainda. Por que o proibido era tão bom?

    Durante o restante da tarde, a garota e o avô competiram em Reis, um jogo bastante desafiador envolvendo peças de prata em um tabuleiro de granito, do qual Viserys era fascinado e havia ensinado todas as táticas para a neta, já que ela foi a única interessada em aprender. No entanto, ao fazer isso, ela selou seu destino, pois se tornou tão habilidosa quanto ele. Quando a última peça do rei foi derrubada, ele ficou um tanto surpreso.

— Deuses, você venceu de novo - disse Viserys, arrumando o tabuleiro após perder pela terceira vez. Bem humorado, ele disse: — Não sente pena de derrotar seu velho avô todas as vezes, Rhaenys?

— Foi o senhor mesmo que me ensinou tudo isso. E honestamente, não sinto pena de ninguém, seja no jogo ou na vida real.

— Oh, é mesmo? - O rei riu baixinho com a perspicácia de sua neta. — Um bom rei ou rainha deve ser sério e centrado em seus objetivos mas também não pode ser tão frio, Rhaenys. Muitas vezes é necessário deixar o coração dominar.

— Eu discordo. Quando se joga o jogo dos tronos ou vence ou morre, não há meio termo. Uma rainha deve decidir se vai guiar-se pela mente ou pelo coração, não pelos dois.

  Apesar de ter um ponto de vista diferente, Viserys estava impressionado com o quão inteligente sua neta era para tão pouca idade. Quando notou a imensa semelhança que Rhaenys tinha com sua mãe e quando a jovem princesa domou Meraxes, o rei ficou preocupado se teria que lidar com a mesma imprudência e rebeldia que sua filha costumava ter naquela idade.

  Mas então ele percebeu que Rhaenyra a estava criando muito bem e que quando partisse, o trono estaria em boas mãos. Além de que, Rhaenys não estava apaixonada por nenhum de seus tios. Ou pelo menos, era isso que Viserys acreditava.

— Pronta para mais uma rodada? Sinto que terei sorte desta vez! - O Targaryen disse animado até notar o anel que reluzia no dedo de sua neta. — Rhaenys?

— Não adianta me mandar olhar para o outro lado apenas para roubar, vovô. Onde está a honra do rei? - Ela riu, movendo sua peça para frente mas Viserys permaneceu sério, com os olhos fixos no acessório.— Se sente bem?

— Por que está usando o anel da rainha Rhaenys?

  A princesa empalideceu, escondendo a mão rapidamente. Era óbvio que seu avô conhecia aquela sala, aquele anel. Rhaenys engoliu em seco, tentando pensar em uma boa desculpa até ouvir uma voz reclamona passar pelo jardim.

— Eu já disse para me soltar, minha mãe não precisa saber disso!

— Aemond? - Rhaenys arregalou os olhos ao ver o jovem tio descabelado e sujo de fuligem, sendo praticamente arrastado para dentro por Sor Criston. Ela se ergueu de pé, correndo até ele. — Solte-o.

— Sinto muito, princesa. Mas estou levando o príncipe Aemond até a rainha, apenas ela pode resolver isso e com todo respeito, creio que não seja de sua conta.

— Não, eu não quero!

  Mas Rhaenys não desistiu. Irritada com a audácia de Cole, ela se colocou na frente dele, o impedindo de passar. O escudo juramentado engoliu em seco, Criston sempre ficava tenso quando estava muito perto de Rhaenys.

— Ele não quer ir, você o ouviu - Rhaenys ergueu o rosto e deu mais alguns passos à frente, conhecendo o efeito que causava em Criston. — Solte-o ou irá se arrepender.

𝐖𝐀𝐑 𝐎𝐅 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐒 • 𝐀𝐞𝐠𝐨𝐧 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora