Capítulo 14 - o sequestro:

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P.O.V – Narradora:

O dia começou como qualquer outro, com o sol a brilhar forte sobre a cidade. O Gabriel estava no seu escritório, revendo alguns relatórios quando o telefone tocou. Ele olhou para o número desconhecido no visor por um breve instante antes de atender.

- Olá? - disse ele, com o tom formal de sempre.

A voz que respondeu era fria, cortante.

- Temos a Isa. E se quiseres vê-la viva de novo, vais seguir as nossas instruções à risca.

O coração do Gabriel parou por um segundo. Ele endireitou-se na cadeira, o corpo todo em alerta.

- Quem és tu? O que queres? - perguntou ele, tentando manter a voz calma, apesar do pânico crescente.

- Quem somos não importa, Gabriel. Sabemos quem és, sabemos do teu passado. Achamos que seria interessante testar até onde irias estar disposto a ir para proteger alguém que amas. - A voz deu uma pequena pausa, como se estivesse a saborear o momento. - Não vamos pedir dinheiro agora. Serás contatado quando for a hora. Até lá, mantem-te afastado, ou ela sofre as consequências.

Antes que o Gabriel pudesse responder, a linha foi cortada. Ele ficou ali, segurando o telefone, com a mente a girar em mil direções. A Isa, a mulher que havia se tornado tão importante para ele, estava em perigo, nas mãos de alguém que sabia exatamente como atingi-lo. Ele sabia que não podia lidar com aquilo sozinho.

Sem perder tempo, o Gabriel saiu do escritório e foi direto ao apartamento do Leo. Precisava da ajuda dele. Por mais que os dois tivessem as suas diferenças e tivessem se confrontado duramente nos últimos dias, o Gabriel sabia que o Leo importava-se com a Isa tanto quanto ele.

Quando o Leo abriu a porta e viu o rosto perturbado do Gabriel, soube de imediato que algo estava errado.

- O que aconteceu? - perguntou o Leo, a preocupação evidente.

- A Isa foi raptada! - respondeu o Gabriel sem rodeios, a voz mais baixa do que o habitual, mas cheia de urgência. - Acabei de receber uma chamada dos sequestradores. Eles querem dinheiro, mas disseram que ainda não é a hora. A única coisa que disseram foi para eu não tentar nada, ou ela magoa-se.

O Leo sentiu o sangue gelar nas veias. O choque tomou conta dele por um instante, antes de a raiva misturar-se com o medo. Ele passou a mão pelo cabelo, tentando processar a gravidade da situação.

- Filho da mãe... – murmurou o Leo, com o maxilar tenso. - Eles disseram mais alguma coisa? Algum prazo? Local? Qualquer coisa?

- Nada além de ameaças. - o Gabriel sacudiu a cabeça. - Só disseram-me para esperar. E isso mata-me. Não podemos simplesmente esperar e ver o que acontece!

O Leo começou a andar de um lado para o outro, pensando rápido. Ele estava tomado pela sensação de impotência, mas sabia que tinham que fazer alguma coisa, qualquer coisa.

- Eles querem dinheiro, certo? - perguntou o Leo, finalmente parando e olhando diretamente para o Gabriel. - Então damos a eles o que querem. Quando eles entrarem em contato, tu vais fazer a troca. A Isa pelo dinheiro. Isso é o que eles querem, não? Fazemos o jogo deles por agora, mas nos preparamos para rastrear o local e agir quando for a hora.

O Gabriel ficou em silêncio por um momento, considerando as palavras do Leo. Ele tinha a experiência, a frieza para lidar com situações assim. Mas algo no plano do Leo parecia simples demais para o caos que eles estavam prestes a enfrentar.

- Também pensei nisso! – disse o Gabriel, suspirando profundamente. - Mas o problema é que... eles não querem o dinheiro agora. É como se quisessem fazer-me esperar de propósito, torturar-me. E quanto mais tempo esperamos, mais em perigo a Isa está.

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