Capítulo 20 - O fim de tudo:

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P.O.V – Narradora:

A notícia chegou numa manhã fria e cinzenta, como se o próprio céu soubesse do que estava por vir. O Gabriel estava no seu escritório, imerso no trabalho que sempre lhe dera a ilusão de controlo. Os papéis, os relatórios, as operações — nada daquilo o preparara para o que estava prestes a ouvir. O telefone tocou, e ele atendeu sem hesitar, esperando mais um dos assuntos triviais que dominavam os seus dias. Mas a voz do outro lado era urgente, quebrada.

- Gabriel... - a voz do Leo era quase irreconhecível, como se cada palavra fosse um esforço doloroso. - A Isa... ela... morreu.

O mundo parou. Ele sentiu o chão abrir-se debaixo dos seus pés, e por um momento, o silêncio no escritório foi ensurdecedor. Cada respiração que tentava tomar parecia inútil, e um nó apertou-lhe o peito de uma forma que ele nunca havia sentido antes. A Isa, o seu porto seguro, a mulher que o fizera acreditar numa vida além da escuridão... tinha partido.

- O quê? - foi tudo o que conseguiu sussurrar. A palavra soava-lhe vazia, uma tentativa vã de negar o que acabara de ouvir.

O Leo engoliu em seco, a dor na sua voz clara.

- Ela... não resistiu, Gabriel. O tratamento... o corpo dela não aguentou mais.

O Gabriel apertou o punho sobre a mesa, a madeira dura a ceder sob a sua força. Ele não conseguia pensar, não conseguia aceitar. Tudo parecia um pesadelo do qual ele não conseguia acordar. Como? Como a Isa, a mulher mais forte que ele conhecera, poderia ter sido levada assim?

Sem dizer mais uma palavra, desligou o telefone. Levantou-se da cadeira num movimento brusco e saiu do escritório. Cada passo que dava parecia um peso insuportável. A dor crescia dentro dele como uma tempestade, ameaçando consumi-lo por completo.

Quando chegou ao apartamento da Leo, as portas pareciam mais pesadas do que nunca. O Leo abriu a porta, o rosto pálido e devastado, os olhos vermelhos de tanto chorar. O Gabriel nunca o tinha visto assim, e isso apenas intensificava a dor.

Entrou sem dizer uma palavra, e os dois homens ficaram em silêncio por um longo momento. Havia tanto a ser dito, tanto a ser perguntado, mas ao mesmo tempo, nada parecia suficiente. A presença da Isa estava em todo o lado, mesmo na sua ausência.

- Ela... tentou lutar até o fim! - disse o Leo, a voz a quebrar-se com o peso das palavras. - Mas... não foi o suficiente.

O Gabriel olhou para ele, o peito a arder de raiva e dor. Sentia-se impotente, algo que ele sempre detestara. Ele queria ter feito mais. Queria ter protegido a Isa, salvá-la de tudo, mas agora... ela já não estava ali. E nada que ele pudesse fazer mudaria isso.

- Eu devia ter feito mais! - murmurou o Gabriel, a voz rouca, o olhar perdido.

O Leo abanou a cabeça, os olhos inundados de lágrimas.

- Não, Gabriel. Tu fizeste tudo o que podias. Não havia mais nada a fazer. Ela sabia disso. Sabia que tu estavas lá... até ao fim.

Mas isso não trouxe consolo. O Gabriel sempre fora um homem de ação, alguém que resolvia problemas com as suas próprias mãos, que eliminava ameaças antes que elas pudessem causar danos. Mas em relação à Isa... ela não era algo que ele pudesse consertar. A doença roubou-a lentamente dele, e agora, ele ficara apenas com a dor e a saudade.

- Ela não merecia isto. - disse o Gabriel, sentindo o peso das suas palavras como facas no coração. - Ela merecia viver. Ser feliz.

O Leo assentiu, lágrimas caiam livremente pelo rosto. Ele sempre fora o melhor amigo da Isa, o irmão de alma que a acompanhara em cada passo da sua vida. Ver a destruição do Leo espelhava a dor que o Gabriel sentia, mas também a multiplicava. Porque o Leo também estava a perder uma parte de si.

Depois de algum tempo, o Gabriel sabia o que tinha de fazer. Por mais que a dor fosse insuportável, havia outra pessoa que merecia saber, que precisava da verdade. A Clara, a mãe adotiva da Isa, que a criara com todo o amor do mundo, precisava ser informada. E o Gabriel sabia que não poderia adiar esse encontro.

Dirigiu-se à casa da Clara, o percurso familiar a parecer-lhe agora tão distante. As mãos suavam no volante, e o nó no seu estômago crescia. Não sabia como iria contar a Clara, não sabia sequer se tinha forças para o fazer. Mas sabia que era o seu dever.

Quando a Clara abriu a porta, o sorriso acolhedor que sempre lhe dera desfez-se ao ver o rosto do Gabriel. Ela sabia que algo estava errado. Ela sentia.

- Gabriel... o que aconteceu? - perguntou, com a voz hesitante.

Ele olhou para ela, tentando encontrar as palavras certas, mas tudo parecia escapar-lhe. Como se explica o inexplicável? Como se diz a uma mãe que a sua filha partiu?

- Clara... – começou ele, a sua voz a falhar. - A Isa... ela... ela morreu.

A reação da Clara foi instantânea. O rosto dela ficou branco, os olhos arregalados, e por um momento, ela apenas ficou ali, parada, como se não pudesse acreditar no que ouvira. Depois, o som de um grito sufocado saiu dos seus lábios, e ela caiu no chão, as mãos a cobrirem o rosto enquanto soluçava.

O Gabriel ajoelhou-se ao lado dela, sentindo-se impotente. Ele sempre fora forte, sempre soubera como lidar com as situações mais difíceis, mas ali, naquele momento, não havia nada que ele pudesse fazer para aliviar a dor da Clara.

- Eu sinto muito... — murmurou, sabendo que aquelas palavras nunca seriam suficientes. Nada seria suficiente.

A Clara chorava, o corpo a tremer com a intensidade da sua dor, e o Gabriel ficou ao seu lado, em silêncio, permitindo que ela sentisse cada pedaço da perda. Não havia nada a dizer. A Isa tinha partido, e o mundo nunca mais seria o mesmo.

Horas passaram-se, e, eventualmente, a Clara parou de chorar, exausta pela dor. Olhou para o Gabriel com olhos inchados e desesperados.

- Ela... sofreu? - perguntou, a voz a quebrar-se.

O Gabriel balançou a cabeça lentamente.

- Não. Ela foi forte até ao fim, Clara. E tu sabes o quanto ela era forte.

A Clara assentiu, mas a dor no seu peito parecia insuportável. O Gabriel sabia que a ferida que a perda da Isa deixaria nunca cicatrizaria completamente. E, de alguma forma, sabia que dentro de si, ele também nunca se recuperaria verdadeiramente.

A Isa tinha mudado tudo. E agora, sem ela, o vazio que restava era tão profundo que parecia impossível de suportar.

Hoje é um dia muito especial para mim – é o meu aniversário! 🎉 Mas quem vai receber o presente são vocês, que acompanharam-me nesta jornada incrível

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Hoje é um dia muito especial para mim – é o meu aniversário! 🎉 Mas quem vai receber o presente são vocês, que acompanharam-me nesta jornada incrível. Para celebrar este dia, preparei algo especial: não uma, mas duas atualizações da história que têm seguido com tanto entusiasmo. Estou super empolgada para partilhar o que vem a seguir, e mal posso esperar para saber as vossas reações! 📚✨

E como se isso não fosse suficiente, tenho ainda uma novidade exclusiva para partilhar com vocês! Algo que tenho vindo a preparar e que em breve vai ser revelado – tenho a certeza que vão adorar. 😉

Obrigada por todo o apoio, por cada mensagem, teoria e comentário. Vocês fazem cada passo desta aventura valer a pena, e espero que gostem deste pequeno presente de agradecimento. Vamos continuar juntos a escrever esta história!

Com amor e carinho, 

Luna 🥰💙  

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