Pequenas vitórias

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Rhaenyra, após uma semana sem ver o pequeno Aegon, estava retornando de uma inspeção pela cidade quando, ao passar pelo jardim da Fortaleza Vermelha, ouviu um choro estridente. Seguindo o som, encontrou Aegon em prantos nos braços de sua serva, que tentava, sem sucesso, acalmá-lo. O bebê estava vermelho de tanto chorar, e a serva parecia desesperada, sem saber o que fazer.

Com passos rápidos, Rhaenyra se aproximou e estendeu os braços para pegar Aegon.

- Dê-me o príncipe - ordenou com firmeza, mas não sem uma pitada de gentileza em sua voz.

A serva, assustada, olhou para a torre da rainha e depois para Rhaenyra, hesitando.

- A rainha... ela não quer que o príncipe Aegon esteja perto de você, princesa - disse a serva, sua voz trêmula.

Rhaenyra, já sem paciência, fez valer sua autoridade.

- Eu sou a princesa herdeira, e estou ordenando que você me entregue o príncipe. Se a rainha tiver algum problema com isso, ela pode falar diretamente comigo.

Ainda relutante, mas incapaz de desobedecer a ordem direta da herdeira do trono, a serva finalmente entregou Aegon a Rhaenyra. Assim que o menino estava em seus braços, Rhaenyra percebeu que ele estava quente além do normal. Com a mão na testa do bebê, confirmou suas suspeitas: Aegon estava com febre.

Imediatamente, Rhaenyra começou a niná-lo, caminhando de volta em direção à Fortaleza. Enquanto o acalmava, ela começou a cantar suavemente uma canção de ninar em Alto Valiriano, a mesma que sua mãe cantava para ela quando era pequena, e que Rhaenyra havia cantado para seus próprios filhos em sua vida passada:

- Umbās skorī syt, mēre issa, ēdrus nyke jaelāks... (Durma agora, meu doce filho, eu vou te proteger...)

A melodia suave e familiar parecia fazer efeito. Aos poucos, o choro de Aegon foi diminuindo até que ele adormeceu em seus braços. Rhaenyra continuou a cantar até chegar aos aposentos, onde Sor Criston Cole, sempre vigilante, a acompanhava de perto.

Ao chegar no quarto, Rhaenyra olhou para Sor Criston com uma expressão de urgência.

- Sor Criston, chame um meistre imediatamente. A saúde do príncipe não está boa - disse ela, com um tom que não deixava espaço para questionamentos.

Sor Criston assentiu e partiu rapidamente para cumprir a ordem. Rhaenyra entrou no quarto, fechando a porta suavemente atrás de si, enquanto observava o pequeno Aegon dormindo em seus braços, seu coração pesado com a preocupação. Ela sabia que a febre poderia ser um sinal de algo sério e não deixaria que nada acontecesse ao seu irmão caçula.

Assim que Sor Criston retornou com o meistre, Rhaenyra explicou rapidamente a situação.

- O príncipe está com febre, e eu temo que seja algo sério - disse ela, entregando Aegon ao meistre.

O meistre, com o semblante preocupado, pediu licença para examinar o bebê. Rhaenyra o colocou gentilmente na cama e permaneceu ao lado, observando atentamente enquanto ele removia as roupinhas de Aegon. Porém, o que foi revelado a seguir deixou Rhaenyra e o meistre horrorizados. Assim que a blusa foi retirada, o corpo de Aegon mostrou uma série de hematomas espalhados pelas costas, barriga e braços. Marcas arroxeadas, feridas abertas e até sinais de beliscões cobriam a pele do bebê. O corte na coxa esquerda, inchado e infectado, parecia ser a causa da febre, mas as outras lesões indicavam algo muito mais perturbador.

O sangue de Rhaenyra ferveu de raiva. Sentindo uma mistura de choque e ira, ela deu um passo para trás, deixando o meistre cuidar do tratamento de Aegon. Sem dizer uma palavra, ela começou a caminhar em direção à porta do quarto, o coração batendo forte no peito. Ela precisava agir.

A Herdeira Das Chamas | A casa do dragão Onde histórias criam vida. Descubra agora