A cidade de Porto Real fervilhava de vida enquanto se preparava para o grande torneio que aconteceria em duas semanas. As ruas estavam movimentadas, com carruagens de todas as partes do reino chegando à capital. O burburinho de excitação preenchia o ar, com os cidadãos ansiosos pela festa que aconteceria tanto dentro quanto fora da Fortaleza Vermelha. Era um período de paz, uma breve calmaria antes da tempestade.
Tudo parecia normal até que, de repente, três enormes sombras passaram sobre a cidade, lançando uma escuridão momentânea sobre os becos e praças. Os habitantes levantaram seus olhos para o céu e, por um momento, o caos se transformou em silêncio atônito. Três dragões majestosos voavam sobre Porto Real, suas asas enormes bloqueando o sol. Os murmúrios começaram rapidamente, com muitos reconhecendo as criaturas lendárias que sobrevoavam suas cabeças.
Esses dragões eram bem conhecidos: Maelys, a Rainha Vermelha, montada por Rhaenys Targaryen, a senhora dos mares; Seasmoke, a montaria de Sor Laenor Velaryon; e Vhagar, a colossal e antiga montaria de Lady Laena Velaryon. Cada dragão era mais impressionante que o outro, e seus tamanhos descomunais causavam tanto temor quanto admiração nos olhos dos observadores.
Os três dragões rumaram para o Fosso dos Dragões, onde seriam acomodados. O primeiro a pousar foi Maelys, suas escamas vermelhas brilhando sob a luz do sol, enquanto suas garras poderosas tocavam o chão com autoridade. Em seguida veio Seasmoke, ágil e elegante, aterrissando ao lado da Rainha Vermelha. Por último, Vhagar, a mais velha e imponente de todos os dragões, pousou atrás da estrutura do Fosso, pois seu enorme corpo não caberia no local destinado aos outros dragões. O impacto de sua aterrissagem fez o chão tremer levemente, e até os mais corajosos dos cidadãos sentiram o peso da história viva diante deles.
Os montadores desceram de suas majestosas criaturas e foram levados às suas carruagens, prontos para seguirem à Fortaleza Vermelha. Rhaenyra estava exatamente na porta da Fortaleza, ansiosa pela chegada de seus parentes. Laena Velaryon, sua melhor amiga e prima, era a quem ela mais aguardava. Nos braços de Rhaenyra, o pequeno Aegon estava vestido com as cores vibrantes da casa Targaryen, o vermelho e preto, símbolos da Casa dos Dragões.
Enquanto o vento suave balançava os cabelos prateados de Rhaenyra, ela sentiu uma onda de emoção. Ver Laena e os Velaryon chegando a Porto Real com tanto prestígio lhe trouxe uma sensação de alívio e esperança.
Assim que as carruagens dos Velaryon pararam diante da Fortaleza, Rhaenyra sorriu ao ver Laena descer, suas longas tranças prateadas brilhando. Laena a viu imediatamente, e seus olhos se iluminaram de felicidade. As duas amigas se entreolharam, sabendo que, apesar de todas as incertezas que o futuro reservava, naquele momento estavam juntas novamente, prontas para enfrentar o que viesse.
O grupo adentrou a Fortaleza Vermelha com um ar de familiaridade que misturava passado e presente. Rhaenyra caminhava ao lado de Laena, que segurava Aegon em seus braços, brincando suavemente com o garotinho, que sorria e esticava as mãozinhas para a prima. Laenor acompanhava de perto as duas, rindo de vez em quando dos gestos de Laena com o bebê. Atrás deles, um pouco mais distante, vinha Rhaenys Targaryen, a Rainha que Nunca Foi, observando os três jovens com um olhar distante.
Ver Rhaenyra, Laena e Laenor juntos novamente despertou um sentimento de nostalgia em Rhaenys. A imagem dos três tão próximos, tão confortáveis na companhia um do outro, fez sua mente viajar de volta aos tempos em que eles eram apenas crianças, correndo sem preocupações pelos corredores da Fortaleza, sempre em busca de alguma travessura. Ela e sua querida amiga Aemma costumavam segui-los de perto, rindo e tentando impedir que os pequenos se metessem em confusão.
O sorriso nostálgico de Rhaenys, porém, aos poucos deu lugar a uma leve tristeza. Aemma Arry, sua amiga tão doce e gentil, não estava mais ao seu lado. A lembrança de sua morte trágica ainda pesava em seu coração, e Rhaenys não conseguia evitar culpar, ao menos em parte, Viserys, por sua perda. Ela sabia que o rei amava Aemma, mas a insistência dele em ter um filho homem levou a sua morte precoce, e essa ferida nunca cicatrizou completamente.
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A Herdeira Das Chamas | A casa do dragão
FanfictionApós sua trágica morte na Dança dos Dragões, Rhaenyra Targaryen recebe uma segunda chance que jamais esperaria. Ao abrir os olhos, ela se vê transportada para o momento exato do nascimento de seu irmão Aegon II, o mesmo que em sua vida anterior a tr...