Ecos do Passado - AutumnFall HS (1)

Capítulo 35 - Bruno Rodriguez

Estava na quadra me preparando para o início dos testes oficiais do jogo no final da semana.

Confesso estar bem nervoso pois eu era um dos jurados técnicos que iria assessorar de perto os jogadores, vai ser um trabalho difícil e parece que os BullsRoyce não estão vindo para brincadeira.

Professor Marcos, um cara extremamente gente boa, e rígido quando quer, chamou a atenção de todos para ele.

-Pessoal, foco aqui, como sabem a Interliga dos Colégios é essa sexta-feira e voltaremos a nossa aula normal semana que vem, mas agora vamos focar em torcer e dar forças para os StarFalls! Estamos direto na final pois os bebezões dos BullsRoyce pediram revanche, então vamos torcer muito para que nosso colégio ganhe! – ele se vira para nós jogadores e da um sorriso confiante. – Vocês conseguem meninos! Vamos iniciar a avaliação Bruno?

Assinto que sim e olho para o time.

-Então galera, sei que muitos aqui são meus amigos, mas também sou o capitão do time, como o Marc nos disse, os BullsRoyce pediram revanche e parece que não estão para brincadeira, vou avaliá-los conforme sua habilidade e não afinidade, posso não ser bom igual o Marc mas sei do que nosso time precisa, em seus postos que já vamos começar.

Eles entendem e assentem com a cabeça entendendo, logo formando três filas, vejo Lucas chegar atrasado e ficar bem lá no final, o que ele está aprontando, por que chegou só agora?

Não importa isso agora, preciso ter foco.

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Passamos primeiro o condicionamento físico de todos os jogadores para depois trabalharmos em equipe. Inclusive acho que já sei quem irá me substituir caso eu queira sair do time, Adam é incrível, sua coordenação motora e bastante habilidade surpreendem a todos!

Mas ao chegar na vez de Lucas ele nos surpreende, pois Lucas sempre foi mais de ficar na defesa, sempre foi o nosso zagueiro, mas ao ver seu teste, ele está mais para atacante.

Ele realmente está aprontando alguma, vou deixá-lo em observação mas ainda na zona da defesa.

Depois de finalizar esse teste percebi que os jogadores têm se esforçado bastante, já liberei alguns e fiz substituições enquanto ouvia as pessoas atrás de nós bradar e torcer gradualmente, me sentia melhor para poder fazer minhas decisões.

-Pessoal, junta aqui – eles vêm em minha direção e vou coordenando-os – agora vamos jogar em equipe, bora uma mais normal, mais tranquila, dois times, 4-4-2, camisa e sem camisa.

Quando todos entram em campo na tática em que falei, entro em campo junto já retirando minha camisa, a arquibancada vibra e grita, principalmente as meninas, olhei pela primeira vez para lá e avistei Íris usando uma camisa de time, ela fica belíssima desse jeito...

Minha imaginação voa e penso que talvez ela ficaria melhor com minha camiseta de uniforme do time, vou providenciar uma urgentemente.

Ouço o apito de Marc soar, dando início ao jogo.

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Fiz dois gols.

E esses dois dediquei a Íris.

Tenho certeza de que ela sabe que foi para ela, foi discreto, mas tenho certeza de que ela sabe.

O condicionamento do time está muito bom, pude perceber isso, as estatísticas nos confortam em dizer que temos chances satisfatórias contra nosso maior adversário.

Marcos se despede de todas as pessoas dando um fim a sua aula e os jogadores saem de campo indo ao vestiário, fico na quadra para organizar as coisas e, também ter uma palavrinha com o professor.

Conversamos até que bastante e tomamos decisões em conjunto, peguei meu celular vendo o grupo dos jogadores e do BLAF todos curiosos sobre o resultado, aviso que irá sair em breve e meus amigos me chamam para ir ao bunker.

Entrei no vestiário, que estava uma nojeira, não demorei em entrar no chuveiro.

Mas ouço alguns passos e algumas conversas paralelas dentro do banheiro. Pelo visto não sou o único aqui.

-Ew, aqui está horrível! Não tem um lugar melhor para se conversar não?

Espera aí... Essa é a voz da Scarllet? O que ela está fazendo aqui? E com quem está falando?

-Me desculpa, é que todos já se foram e aqui é o único lugar que ninguém pode nos ver. – essa voz me é familiar...

Decido ficar em silêncio para ouvir a conversa.

-Tá bem, que seja, como está indo o plano? – Scar inicia.

-Acho que está dando certo sim, estamos nos aproximando aos poucos e o Bruno não desconfia nem um pouco. - Meu sangue ferve apenas ao ouvir meu nome no meio da conversa.

-Claro, o plano foi totalmente meu! É obvio que vai dar certo! Quero ver aquela piranhazinha sofrer e quem sabe sumir da minha frente, el está atrapalhando todas as minhas chances com o Bruninho. – Ah filha da puta. Sabia que estava aprontando!

-Mas... E sobre a minha recompensa?

Ela fica em silêncio, mas logo posso ouvir uma risadinha dela.

-Está tão desesperado por mim, não é queridinho? - Sua voz de escárnio chega em meus ouvidos e sinto uma repulsa enorme por isso. 

Um baque dá para ser ouvido e quase torci para que desse certo o que ele estava fazendo, afinal ele só está sendo usado e nem percebe isso.

-Scarllet você sabe que eu sempre gostei de você, eu sempre fiz e farei tudo por você, não foda comigo porque mesmo te amando eu ainda posso pôr um fim nesse seu plano estúpido.

Seja o que for o que essa outra pessoa estiver fazendo, acho que colocou medo em Scarllet, pois ela se cala.

Um tapa pode ser ouvido e estranhei de início, mas ao ver irritação na voz da outra pessoa, percebo que quem bateu foi Scar.

-Não me desafia porra! Você não sabe do que eu sou capaz! Preciso ir, você e esse banheiro fedem.

Esperei um tempo até que ouço os passos sumirem e se afastarem, ligo o chuveiro e fico pensativo sobre o que eu acabei de ouvir.

Quem era essa pessoa? Porque Scar ficou tão irritada? Ela claramente gosta de mim e está fazendo mal para outros, está usando outras pessoas inocentes para isso! E se ela quiser prejudicar Íris?

E se essa pessoa já estiver prejudicando minha Íris...

Ah isso não vai ficar assim não.