Capítulo 31 - Bruno Rodriguez

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-Cara, eu posso tá maluco, mas tenho certeza de que essa festa vai bombar! – Adam me diz enquanto mexe no celular, provavelmente está divulgando e convidando o pessoal para a festa de última hora que ele planejou.

Depois do almoço fiquei com Adam, Ceci preferiu ficar na dela e longe dos pais e Davi foi se acertar com o pai, tendo em vista que seu lugar no time foi ameaçado novamente.

Preferi ficar atolado de coisas para fazer do que tentar me preocupar com eles, minha família virou um problema para mim desde a morte do meu pai e nunca mais toquei nesse assunto com eles. As vezes ele faz falta, se mamãe não o tivesse traído, ele estaria vivo hoje em dia?

-Terra chamando Bruno, você está bem mano? – Adam me tira dos meus pensamentos e o olho fingindo normalidade. –Você ouviu o que eu te disse agora?

-Claro cara, você disse que essa ia ser a festa do ano. – Virei a cara enquanto pegava as bebidas e colocava no cooler já com gelo.

-O que está se passando nessa sua cabeça hein? É aquela mina ainda?

Puta que pariu esqueci de ir conversar com Íris.

-Pelo visto era outra coisa te incomodando... – ele da uma risadinha baixa e me levanto com uma expressão de preocupado. -Ei cara, calma aí, você precisa primeiro me ajudar aqui!

Ele tem razão... Não posso deixá-lo na mão.

-Relaxa cara, ela não vai sair de lá e talvez ela até venha na festa, quem sabe vocês não conversam por lá.

-Verdade né, então do que você está precisando?

-Pega essas caixas aqui, que eu levo os coolers, nós vamos na quadra mesmo e decidimos por lá o que fazer.

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-Uau, a festa tá muito boa! – uma garota ruiva aleatória diz para Adam que se enche ao ouvir o elogio.

-Ah valeu gatinha, quer escolher a próxima música? – Tá bom, já entendi que estou sobrando aqui.

Então saio de lá deixando Adam e a ruiva sozinhos, pensei em pegar um pouco de bebida para relaxar um pouco.

E também pensei em Íris, olhei para todos os lados a procurando, ela realmente não vai vir?

Cheguei no local onde tem um minibar improvisado e peguei a garrafa de Gin, o que eu não imaginava era ver uma mão feminina com as unhas bem-feitas segurando a garrafa ao mesmo tempo em que eu. Ergui meu olhar para a dona da mão e lá estava ela.

Íris estava mais bela que nunca, usando um vestido azul claro e seus cabelos com cachos exuberantes, nos pés ela calçava seus tênis costumeiros. Em seu rosto havia uma maquiagem leve, mas o seu lindo sorriso que tanto gostava sumiu de seu rosto assim que seus olhos esverdeados se encontraram com os meus, sua mão se afastou rapidamente da garrafa e senti falta de seu toque.

Ela já estava de saída quando larguei a garrafa e segurei seu braço de forma delicada, apenas para impedir que ela vá embora.

-Íris espera, você não acha que precisamos conversar? – um riso de escárnio surgiu em seu rosto e ela se aproximou de mim.

-Eu não tenho nada para conversar com alguém que me acha uma louca varrida.

-Eu não te acho louca.

-Ah é? Não foi o que disse para mim aquele dia, Bruno. – Observei ao nosso redor vendo que algumas pessoas nos olhavam e a puxei para um canto.

-Não vamos fazer um show aqui. Vamos conversar em um lugar mais calmo. – Ela ficou quieta e apenas me seguiu para um canto mais afastado perto do jardim.

-Fala logo o que quer comigo Bruno, quero aproveitar a festa, não perder meu tempo com você.

-Aquele dia eu estava falando sério sobre o que somos... – ela me corta.

-Então você realmente acha que meu irmão matou meus pais?

-Íris me deixa eu continuar por favor, e não, não disse que seu irmão é um assassino.

Ela finalmente para e se encosta em uma árvore, me ouvindo em silêncio.

-Íris eu gosto muito de você, você é uma ótima amiga pra mim, você é a pessoa mais legal que eu já conheci... Mas o fato de você estar mais preocupada com o passado do que os seus amigos, do que a sua família, do que comigo, me deixa revoltado. Eu amo a sua curiosidade, eu amo tudo sobre você, mas você está se esquecendo do principal que é a sua própria vida! Apenas quero saber o que você pensa sobre mim. – fui totalmente honesto com ela e me declarei a ela de todo coração.

Sua reação foi indecifrável, sua testa se enrugou e sua boca entreaberta pelo choque do que eu acabei de falar enquanto me olhava de forma pensativa e um tanto quanto perdida.

-Fala alguma coisa Íris, eu já não sei mais o que fazer agora...

-Bruno, eu não sei. – ela finalmente diz algo e fico confuso. -Eu simplesmente não sei o que pensar sobre isso, eu também gosto muito de você, mas ainda assim não sei o que pensar, o que fazer, tem tanta coisa acontecendo agora...

Isso foi um fora ou ela tá realmente confusa?

-Apenas me dê um tempo para pensar nisso okay? – fico mais tranquilo.

-Tudo bem, só peço que não suma novamente e deixe de me ignorar, seja lá o que tiver acontecendo, eu quero saber de tudo... – ela assente com a cabeça e ela vai embora, enquanto eu fico ali, suspirando profundamente.

-Cara, você está lascado...

Ouço uma voz atrás de mim e vejo que era Lucas, até ele veio?

-Foi mal, mas essa mina ai tá te enrolando. - Ele não parece estar muito sóbrio no momento agora, o que é um problema, então apenas sigo a conversa normalmente.

-Que nada cara, ela só está confusa. – Tento defende-la mas ele dá risada.

-E se depois de passar esse tempo ai, ela disser que não? - Ui, essa ai doeu...

-Eu não quero desistir dela mano, se ela não gostar de mim, eu tento conquista-la.

Ele da uma pequena risadinha convencida, alguns tapinhas em minhas costas e saí dali, retornando para a festa.

E eu fiquei ali, encostado na árvore extremamente pensativo com o que Lucas havia me dito.

E se fosse verdade? E se Íris não me amar do jeito que eu a amo?

Mas me manterei firme, nunca desistirei dela.

Ecos do Passado - AutumnFall HS (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora