Ecos do Passado - AutumnFall HS (1)

Capítulo 17 - Íris Allencar

Voltamos por volta das 20:00 (8:00 PM) ainda conversando e mais confortáveis um com outro.

Descobri que Bruno não gostava de comida muito apimentada e que ele era realmente muito divertido. Gostei bastante do nosso momento na clareira, fomos sinceros um com o outro e nos entendemos. Acho que uma ótima amizade se formará a partir daquele momento.

Confesso que adorei ficar com alguém que entendesse hoje, não que Theo e Felícia fossem ruins, eu amo muito eles, mas me sinto uma intrusa na amizade deles e, também não fui 100% honesta com eles, fico sempre mentindo do fato que eu e Bruno estamos passando algum tempo juntos.

Não juntos tipo namorados..., mas amigos não fazem as coisas que fazemos.

Uma pergunta que surgiu na minha cabeça enquanto estávamos em silêncio na clareira.

O que ele quer de mim? Ele gosta de verdade de mim ou só quer diversão? O que somos agora?

Não que eu goste dele, sabe romanticamente, ele é um ótimo amigo, mas não sei se acostumaria dele me chamando de amor e do campus inteiro me reconhecer como 'namorada do Bruno'. E, também temos o problema entre nós chamado Scarllet. Ela não me deixaria em paz nunca se descobrisse da nossa relação. Por mais confusa que ela seja.

Já dentro de AutumnFall, olho para Bruno e sorrio.

-Te confesso que me diverti bastante hoje, riquinho. Obrigada por hoje. - Ele se aproxima de mim e com um sorriso divertido nos lábios me encara.

-Não recebo nada em troca? - rio baixo e dou-lhe uma tapinha em seu braço.

-Tá, só um abraço, nada mais. - Abro os braços e ele me pega no colo com extrema facilidade, me apertando e me girando no ar antes de me pôr no chão.

Seus olhos fisgam os meus e ficamos naquela posição por alguns longos segundos.

Corto o contato e me solto dele.

-Bom, tenho coisas para fazer, você não ia com seus amigos? - ele se afasta um pouco e olha para os lados.

-É verdade.

Em seus olhos eu vi o sentimento de não querer acabar com esse momento por medo de não saber quando irá tê-lo novamente.

Eu sei que ele se sentia assim, eu também sentia a mesma coisa.

-Até breve... - digo e já vou saindo, não querendo prolongar mais a nossa despedida.

-Ei! - olho para trás curiosa e ele vem em minha direção. -Pega meu número, se precisar de ajuda com o livro, ou qualquer outra coisa. - Sorrio pela sua iniciativa e ele anota seu número no meu celular. O ligo para que ele tenha meu número também e vou saindo fazendo um tchauzinho com a mão.

Finalmente posso dizer que tenho o número do gatinho do KitKat.

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A biblioteca estava vazia, mas estava bem iluminada, parecia que muitos alunos não vinham aqui, não se interessavam por leitura. Ou só vinham para se comerem.

Começo por procurar pela leitura da semana que facilmente acho na sessão de ficção, que inclusive tinha muitos livros bons nessa sessão. Mas nada de muito excelente.

Continuei andando pelos corredores tomando cuidado para não topar com algum casal com hormônios a flor da pele, mas aparentemente só existia eu ali. Havia pegado dois exemplares que tinha achado bem interessantes e iria dar uma lida mais a fundo, mas ainda não achei O LIVRO, se é que me entendem.

Até que entro em um corredor chamada de arquivos antigos, estava uma completa bagunça, as prateleiras cheias de papeis antigos de jornais e livros de diversos tamanhos espalhados, mesmo assim organizados por épocas. O que poderia dar de errado em dar uma olhadinha, né?

Começo pelos anos 70, abro alguns jornais e vejo as matérias escritas na época, sempre elogiando a escola e premiando alunos, fora alguns anuários mostrando as roupas e estilos das pessoas da época. Anos 80, o meu favorito, tanto a moda da época quanto as músicas, vejo também os jornais, mas agora tudo mais detalhado por ser minha época preferida e descubro que foi inventado um baile de primavera chamado 'Flowers Blast', me pergunto se ele existe hoje em dia, adoraria participar de algo assim.

Ah os famosos anos 90, o tempo das festas mais badaladas, me pergunto onde está todas essas pessoas que se divertem nas fotos do jornal, até que...

O que ela está fazendo aqui?

Por que a mulher morta do meu sonho está no jornal juntamente com outra menina e um garoto?

Esse garoto é o do sonho também..., essa garota logo ao lado me parece extremamente familiar também.

Puta merda e se o sonho na verdade foi uma visão do que aconteceu aqui na escola?

Início as buscas por acidente nos anos de 1996 a 1999, apenas porque estava mais perto. Sem sinal algum de informações. Passo para um pouco mais antigo e percebo que preciso de ajuda.

Será que eu o chamo ou não? Ah quer saber, foda-se. Minha curiosidade é maior que meu orgulho.

-Que surpresa, achei que não ia me ligar nunca. Sentiu saudades foi? - Ouço a voz de Bruno do outro lado da linha e dou uma pequena risadinha.

-Como se você fosse importante, riquinho. - Ele reclama do outro lado fazendo drama, mas continuo, agora de forma séria. -Agora é sério, para de brincar. Achei uma coisa aqui que eu vou te provar que não sou louca!

-Nunca achei que fosse. Diga, o que precisa.

-Vem na biblioteca, é sobre o meu sonho, ou visão, sei lá que porcaria é essa!

Ele murmura um "já estou chegando" e desliga.

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Não o espero muito e ele já está aqui do meu lado sentado. Eu mostro a foto do trio para ele no anuário e ele fica meio sem entender.

-Tá, você achou o arquivo da escola e daí?

-Bruno presta atenção! Essa garota aqui ela estava morta no meu sonho! E esse é o cara que foi "salvar" ela! Você está entendendo a gravidade da situação? - vou apontando conforme eu explico para ele.

Ele fica paralisado e um tanto quanto chocado.

-Você me disse que não conseguiu ver eles direito por estar escuro, como pode ter tanta certeza assim de que são eles?

-Eu não sei..., eu só sinto que são eles, não sei te explicar.

-Tá e por que você me chamou aqui? - ele me encara e cruza os braços.

-Eu preciso saber o que aconteceu, porque caralhos ela foi assassinada e o que esse homem tem a ver com ela. E principalmente, quem é essa mulher aqui.

Aponto para a garota de cabelos castanhos escuros, ao lado do homem alto e moreno, com aparência latina.

Logo ao lado dele, a mulher loira sorridente.

Que no meu sonho aparece morta.