Capítulo 27 - Bruno Rodriguez

6 2 0
                                    

Fui acordado por Felícia, Theo e Tory dizendo que Íris não estava nada bem e que estava implorando para me ver. Me cortou o coração na mesma hora ao ouvir as palavras "crise de pânico" e "Íris" na mesma frase. Fui correndo imediatamente e sem nem me preocupar um segundo com nada.

Com toda certeza ela esteve em algum pesadelo.

Continuei a abraçando, pedindo para que ela se acalmasse e a peguei no colo, a levando de volta para cama.

A cobri e me deitei junto dela, acariciando seus cabelos com cuidado, deixando-a que se aconchegasse em mim.

-Eu só queria que tudo isso acabasse logo antes que acabe com minha mente... - ela sussurra já um pouco mais calma e beijei sua testa com carinho.

-Tente descansar, carinho, prometo não sair de seu lado esse resto de noite. - Continuei com as carícias.

Ficamos ali por mais algum tempo até que Íris pegou no sono.

✿✼:゚:.。..。.:・゚゚・。・::・゚★,。・::・゚☆・゚゚・:.。..。.:*゚::✼✿

Não consegui pegar no sono a noite toda, cada vez que cochilava e ela se mexia em meus braços eu acordava preocupado com ela.

Ouvi seu despertador tocar e o desliguei para que não a incomodasse e lhe acordasse. Nós poderíamos faltar aulas hoje, era sexta feira e não tinha nada demais. Não queria ficar longe dela, não com ela estando nesse estado.

Vejo quando ela acorda e a primeira coisa que se foca é em meus olhos, dou um sorriso pequeno e acaricio sua bochecha.

-Bom dia riquinho...

-Bom dia gatinha, conseguiu dormiu? - ela assente com a cabeça e se senta na cama, desvencilhando de meus braços.

Me sento na cama e a agarro pela cintura, a puxando para mais perto de mim, ela sorri e me olha com aquele seu sorriso que somente ela consegue dar e que ilumina os meus dias.

-Poderia me acostumar em acordar com você tão manhoso desse jeito... - ela diz e eu dou uma risada baixa.

-Isso é um convite Srta. Allencar?

-Entenda como quiser! Agora se me der licença preciso tomar banho... - ela tenta sair de meus braços, mas a aperto em meu abraço. -Bruno é sério, eu realmente preciso ir.

-Toma um banho comigo então, não há nada nesse seu lindo corpo que eu já não vi... - ela me devolve um tapa em meu peitoral, fazendo-me desvencilhar dela. Seu rosto se tornou um tom rosado e dei uma pequena risadinha. -Então vá tomar seu banho gatinha, te espero aqui...

Ela fica parada por poucos segundos e me olha, se aproximando de mim.

-Não quer vir comigo então?

Senhor, se for um sonho por favor não me acorde!

Pulo da cama imediatamente e puxo sua mão, levando-a em direção ao banheiro. Ela não se recusa e nem faz cara feia, apenas me segue de forma sorridente e brincalhona.

✿✼:゚:.。..。.:・゚゚・。・::・゚★,。・::・゚☆・゚゚・:.。..。.:*゚::✼✿

-Pronto para sair daqui? - Íris me pergunta e aceno que sim com a cabeça.

Ela fica tão linda desse jeito espontâneo e feliz que me torna mais feliz apenas de olhar para ela.

Íris aos poucos foi se tornando uma pessoa mais que especial em minha vida e o medo constante de perdê-la me afeta mais do que deveria, afinal somos amigos, né?

Ainda meio em dúvida sobre o que somos agora, saímos do quarto as pressas e passamos pela recepção nos escondendo pelas paredes até que enfim estejamos do lado de fora do dormitório feminino.

Demos risadas e caminhamos para fora, já se passava das 8:00 e não tinha muitas pessoas perambulando por aí, por estarem em suas devidas salas de aula.

-Vamos fazer uma coisa doida? - a puxei para mais perto de mim e ela sorri me olhando de forma curiosa.

-O que tem em mente?

-Confia em mim? - ela fica em silêncio por poucos segundos e assente com a cabeça.

Segurei em sua mão e passamos pelo pátio indo em direção a saída pelos portões.

-Aonde vamos? Devo avisar a Fe e o Theo?

-Fala para eles nos cobrirem pois vamos passar o dia fora.

Ela para e me para junto, me encarando com uma cara de desaprovação.

-Confia em mim, essa é uma das vantagens de ser filho da diretora. - ela apenas me segue quieta e me aproximo do guarda.

-Ei Jonas, minha mãe avisou que eu iria em um almoço de família? - consigo pegar a atenção dele e fiz Íris se abaixar para passar na guarita sem ser percebida. Ela passa com sucesso e me espera na esquina.

O policial mais idoso chamado Jonas me dá um sorriso grande.

-O Rodriguez sei não, cheguei aqui faz pouco tempo, o turno da noite do Miguel acabou agorinha e vim fazer o turno da manhã.

-Ah sim, então ela deve ter avisado o Miguel que eu iria sair agora para ajudá-la com as coisas para o almoço.

-Entendi Rodriguez, deixa eu abrir aqui para você então.

Ele abre a guarita e passo sem dificuldades dando um tchau para ele que logo em seguida a fecha, deixando que eu saia sem nenhumas complicações.

-Ei você só pode ser doido! Enganar o coitado do Sr. Jonas? - olhei para ela com um olhar firme e sorri de lado.

-Eu não menti.

Ela fica paralisada, perplexa, mas logo dou risada e coloco meu braço em torno de seus ombros.

-É brincadeira gatinha, você não vai ir conhecer minha família... - "pelo menos não tão cedo assim" quis completar, mas fiquei quieto de não saber qual a definição do nosso relacionamento.

Continuamos o caminho e ela puxa assunto comigo.

-Imagino que não deve estar sendo fácil a preparação desse jogo aí.

-Ei, não é apenas um jogo qualquer, é a Interliga do Colégios, todos os anos jogamos contra os colégios vizinhos. Mas o jogo do ano vai ser os StarFall's contra os BullsRoyce's, estou bem animado até para jogar. - Ela me ouve atentamente e continuo falando. -Eles pediram revanche então esse ano vamos ser o primeiro jogo e quem ganhar se classifica direto para a semifinal. Mas estamos com falta de jogadores, sabe como é, não temos reserva e o nosso atacante principal saiu do time. Então temos que nos virar com o nosso time atual. Procuramos alguém para participar do time titular, mas ninguém é tão bom quanto o que saiu.

-Vocês vão conseguir, com um jogador a mais ou a menos, confio em vocês e irei estar lá torcendo na arquibancada. - Ela comenta feliz e eu dou um sorriso ao ver sua determinação.

-Assim eu fico até meio nervoso sabendo que uma deusa grega irá me ver jogar. - Ela me dá um tapa no braço e fica vermelha, ela sempre faz isso quando está com vergonha, é fofo.

Chegamos na cidade e olha em volta, ainda caminhando ao meu lado.

-Está bem, o que viemos fazer aqui Bruno?

Olhei bem para seu rosto e dei o melhor sorriso que podia para ela, me aproximando de seu rosto.

-Tudo o que quisermos, gatinha.

Ecos do Passado - AutumnFall HS (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora