Capítulo 44 - Bruno Rodriguez

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Cheguei em minha casa ainda descrente do que Íris havia me contado.

Se realmente é verdade o que aconteceu, segundo as visões da Íris, eu preciso conversar o mais sério possível com Sara e nos acertarmos.

Ao apenas de chegar perto o suficiente dá para se perceber a porta aberta, estranhei e entrei vagarosamente.

Não fiz barulhos e nem chamei ninguém, pois conforme eu adentrava o recinto, mais alto as discussões ficavam.

Tinha alguém em casa e esse alguém estava discutindo com minha mãe na cozinha.

Me dirigi até lá e observei escondido.

A cozinha estava com a luz acesa, seus móveis eram sofisticados e a bancada no meio de mármore trazia o charme e elegância do campus para dentro de casa.

Vi Sara sendo encurralada por uma mulher alta e loira, que vinha provida dos palavrões mais sórdidos de todos.

-Sua vagabunda! Você nem se deu ao trabalho de fazer a transferência para o meu nome! Quem dita as regras sou eu! Você apenas me dá o dinheiro! - A moça loira quem diz, encarando os olhos da minha mãe.

-Eu não preciso te dar nada, não devo nada a uma viciada. - Sara revida, ela parece estar com sangue nos olhos.

-Ah é? Foi você que matou o amor da minha vida! Nada mais justo do que me dar a compensação por todos esses anos!

-Você não é nem casada no papel com ele para ter esse direito sobre a justiça! Quem dirá sobre mim!

-Nem você, já que se casou com um putinho qualquer. - A mulher fala sobre Ryan. -Vocês são da mesma laia, tudo farinha do mesmo saco! Esse povo rico sempre é esnobe, quer apenas se mostrar e jogar na nossa cara o que vocês têm!

Como ela conhece tanto a nossa família? Ela realmente se envolveu com meu pai?

Elas ficam um pouco em silêncio e ouço um ganido de dor proveniente de Sara.

-Bianca, está me machucando.

Fico em completo estado de choque. Essa é a Bianca Keller? Ela está em busca de dinheiro? Mas a família dela não é endinheirada? O Felipe sabe que ela está aqui?

-Não irei parar enquanto não me dar o meu dinheiro, sua ladra!

-Eu já te disse um milhão de vezes que esse dinheiro não é seu e eu não te devo nada! Nem sequer um centavo!

Decido intervir e entro na cozinha às pressas, segurando o braço de Bianca que se levantou para desferir um tapa em Sara.

-Você não ouviu ela? Ela não vai te dar nada!
Bianca fica perplexa ao me ver, mas é por pouco tempo, o rosto dela se fecha e ela torna a olhar para Sara.

-Ah, então esse é o seu filho? Realmente ele é bem parecido com o pai.

-Você não tem nenhum direito de falar sobre meu pai. - Desafiei-a.

Ela dá uma risadinha nasalada e se solta de minha mãe, se aproximando de mim, eu obviamente um pouco mais alto que ela.

Seu hálito fedia a cigarro e bebida, obviamente ela estava drogada e bêbada. Bom, em sã consciência que não estava para invadir uma casa e ameaçar a dona dela.

-E quem é você para me dizer o que fazer, seu pirralho?

-Eu sei de toda a verdade, do seu poderzinho ridículo, e o que desejou naquela noite, depois que Caio foi embora. - Dou uma pequena risada e a encaro nos olhos, olhos verdes profundos, mas amargurados pelo tempo estão arregalados. -Você desejou a morte dele, não é? Se amasse ele o tanto que você diz para minha mãe não pediria isso, sua assassina.

Ecos do Passado - AutumnFall HS (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora