Ecos do Passado - AutumnFall HS (1)

Capítulo 11 - Íris Allencar

Duas aulas de Biologia não é nem um pouco fácil, a primeira foi na sala de aula, com a teoria, a segunda aula já foi no laboratório, tivemos que pegar alguns espécimes na natureza para analisa, achei maravilhoso isso e me diverti bastante.

Já no horário do almoço, me sentei na mesma mesa de sempre, com meus amigos, que descobri que tinha criado um apego enorme, nós fofocamos um pouco sobre os professores e alguns alunos que aparentemente estão juntos.

Decidi manter em segredo sobre o meu beijo com Bruno, não sei o que deu em mim, agi por impulso e deu no que deu. Também não consegui olhar mais na cara dele depois disso.

A semana se passou rápido e quando vê já era quinta feira, ela passou calmamente, sem Scarllet me atormentando, sem Bruno cruzando meu caminho, apenas eu e meus amigos se conhecendo mais, fazendo mais amizades com o pessoal da minha turma, tudo muito normal como sempre deveria ser.

No horário do almoço, ouvimos um aviso no rádio sobre comparecermos no anfiteatro para escolhermos nossas eletivas.

-Já sabe qual vai escolher Reese? – Felícia pergunta usando meu mais novo apelido criado por ela, o famoso chocolate na qual eles sempre faziam questão de lembrar e me zoar por ele.

-Olha, ainda não tenho ideia viu... – disse pensativa e vi Theo correndo em direção a fila do teatro fazer sua inscrição. -Ele parece nervoso né?

-Sim, demais, ele nem conseguiu dormir noite passada, tive que ficar em ligação com ele para ele se acalmar.

-Mas vai dar tudo certo, ele é talentoso, com toda a certeza vai entrar no elenco. – Ela assente com a cabeça e eu olho banca por banca, tentando escolher algo que me interesso, já que Fe foi na fila da leitura.

-Oi Íris, por que anda me evitando? – ouço atras de mim aquela mesma voz que me persegue todos os dias.

-Você não é tão importante para eu querer te ignorar, Bruno.

-Não sou importante para você? Achei que nosso momentinho tinha sido o suficiente para provar que isso é mentira. – Mas que filha da putinha.

Tampo a boca dele e o levo para um lugar mais calmo.

-Você endoidou de vez, não é? Combinamos de não falar sobre isso!

-Eu não me lembro de te prometer alguma coisa, gatinha. – Esbravejei e coloquei o dedo na sua cara.

-Olha, me deixa em paz ou eu acabo com sua raça! Não quero problemas com aquela sua namoradinha arrogante. – Ele fecha a cara.

-Já te disse que ela não é minha namorada.

-Então por que você a deixa te chamar de namorado pelos quatro cantos dessa escola?

-E minha vida é da sua conta por acaso? – respiro fundo e me seguro para não bater nele.

-Eu te odeio Bruno! E vê se larga do meu pé.

Deixo ele falando sozinho e entro na fila da leitura, junto com Fe, puta da vida.

Mas ele tem razão em uma coisa, porque eu me preocupo tanto se ele e Scarllet estão juntos? Argh!

Não sei o que anda me acontecendo nesses últimos tempos desde que pisei nessa escola, é sonhos esquisitos, brigas, um possível romance talvez? Muita coisa, muita informação de uma vez.

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Estou na mesma eletiva de Felícia.

Eu gosto de leitura? Sim, mas não tanto ao ponto de ler um livro inteiro em uma semana!

Ela está feliz, eu também estou, mas também me sinto sobrecarregada, muita coisa a se pensar, muita coisa para se fazer.

-Qual livro você vai recomendar?

-Fe, não sou muito de ler, só entrei na eletiva pois não tinha muita opção boa para escolher.

-Eu vou indicar "A Hipótese do Amor" para quem gosta de romance e "Os vizinhos sempre morrem nos romances" para quem gosta de mistério ou dessas coisas. – Ela dita feliz sobre seus livros e eu só assinto com a cabeça. Ela percebe que estou meio estranha e pergunta logo em seguida. -Ei, o que foi?

Respiro fundo me dispersando de meus pensamentos e a olho.

-Nada, só pensando no que vou fazer no fim de semana. – Minto.

-Olha, fiquei sabendo que o Adam vai dar uma festa, quem sabe você não vai, não é mesmo?

-Verdade, vai ser divertido, vamos? – proponho a ela que abre um sorriso grande.

-Claro que vou! Vai ser amanhã a noite, já estou até pensando em qual roupa vou usar.

Ela fica toda animada com a festa e confesso que até eu me animei agora.

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As vezes quando tudo está em silêncio e meu quarto está escuro, gosto de lembrar dos poucos momentos com meus pais. Eles eram incríveis, eram ótimos pais. A mãe teve JP cedo e mesmo assim papai não a abandonou, mas sim se casou com ela e me tiveram logo depois.

Nunca mais vi eles depois daquela noite que fui dormir em uma festa do pijama, nem quiseram me levar no velório por eu ser pequena demais para isso.

As vezes sinto saudades deles...

Me viro na cama lembrando de momentos bons da minha infância e uma lágrima se escorre do meu rosto, parando no travesseiro.

Fico lembrando desses momentos até pegar no sono de maneira pacífica.

Pena que minha mente não é tão pacífica assim...