04 • 𝐅esta na piscina

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POV: Mário Ayala

Eu e os meninos fomos todos juntos para a casa de Amélia, cuja era enorme. Um quarto lá era minha casa inteira.

- Meninos! Que bom que chegaram. A piscina fica por esse caminho - recebeu-nos Amélia - essa é a Denise, ela irá preparar todos os lanchinhos.

- Olá, meninos! Senhorita Amélia, está tudo pronto para servir.

- Denise, querida, você sabe que não precisa dessa formalidade para falar comigo - respondeu Amélia.

- Jesus! Esses meninos andam todos amontoados - disse um garoto de cabelo lambido entrando na casa.

- Quem é você? - perguntei.

- Não conheço esse menino, e vocês? - disse Kokimoto.

Os meninos negaram.

- Esse é o Jorge, meu novo vizinho, filho de um dos amigos do meu pai - apresentou Amélia - ele se mudou há poucos dias.

- Oi, Amélia, nem te cumprimentei - disse o menino, agachando e beijando sua mão.

- Que romântico - exclamou Laura - ele é como um cavalheiro!

Que moleque atrevido. Me aproximei de Amélia e coloquei meu braço em volta de seus ombros.

- Olá, vocês são os colegas de classe dela? - perguntou o vaca-lambeu.

- Colegas não, amigos - respondi.

- Como eu imaginei. Não tem classe alguma, quase destruíram a sala entrando.

- O que você disse, cabelo lambido? - insultou Paulo.

- Vocês são mal educados.

- Cala a boca, se não vou te dar um dos meus golpes de samurai - disse Koki, fazendo aqueles movimentos engraçados.

- Bom, vamos para a piscina, a maioria das meninas estão lá - apaziguou Amélia.

- Uau, que piscina bonita - disse Cirilo - parece a Maria Joaquina.

Todos reclamaram.

- Eu só quis dizer!

Todos os meninos (menos Jaime, Paulo e eu) e Carmem, Marcelina, Alícia, Valéria e Bibi estavam na piscina. Jaime e Laura estavam comendo, como sempre. Maria Joaquina, Amélia e Jorge estavam conversando perto da beira da piscina.

- Amélia! Larga esses maricas! Entra logo - chamou Valéria.

- Estou indo - respondeu.

- Marica é você, sua barraqueira - disse Maria Joaquina, revirando os olhos.

Eu e Paulo corremos e empurramos os três na piscina.

- Seus brutos e selvagens! - gritou Maria Joaquina.

- Não se empurra duas damas na piscina dessa maneira - repreendeu o cabelo lambido, que não estava mais lambido porque o gel derreteu.

- Ah é assim? Na força? Vocês vão ver - disse Amélia, saindo da piscina acompanhada de Alícia.

Estavam empurrando eu e o Paulo até a piscina, quando Amélia estava prestes a me derrubar, a abracei e caímos juntos.

- Ih, galera, o Mário abraçou a Amélia - gritou Koki.

- Casal! Casal! Casal! - todos estavam provocando, exceto Jorge e Maria Joaquina, claro.

- Não sei porque a Alícia, o Paulo, Carmem e Daniel estão gritando, todo mundo sabe que eles se gostam - disse Amélia.

Todos nós nos divertimos muito. Fazia tempo que eu não me divertia tanto.

- Mário, por que você não trouxe o Rabito? - perguntou Amélia.

- Minha madrasta não deixou, disse que em casa de gente rica, não é pra levar bichos pulguentos. Eu detesto aquela mulher - expliquei.

- Você me conhece, sabe que tanto eu quanto meu pai nunca iríamos proibí-lo de entrar. Da próxima vez, se não trazê-lo, eu mesma o busco - sorriu Amélia.

Jorge estava sentado conversando com Maria Joaquina. Os chatonildos se deram muito bem, o que já era de se esperar. Paulo e eu estávamos chegando perto deles e derramamos refrigerante na cabeça dos dois.

- Eu vou embora! Amélia, tentei ficar, mas esses dois não deixam ninguém em paz - reclamou Maria Joaquina, andando e batendo o pé tão forte no chão que fazia eco.

- Estou indo também. Amélia, por favor, não faça a besteira de se misturar com esses... marginais! Se alguma coisa valiosa sumir da sua casa, você já terá os suspeitos - exclamou Jorge.

- Jorge, você vai me desculpar, mas não admito que você fale com eles desse jeito na minha casa. Você não pode chamá-los de ladrões sem ao menos conhecê-los. São meus amigos - disse Amélia, enfatizando o "meus" - não me importo com o que pensa. Agora, se puder prosseguir o que estava fazendo - apontou para a porta.

- É isso aí, Amélia, mostra pra esse mimado quem é que manda - exclamou Valéria.

- O ar não está mais tóxico! - gritou Paulo.

Todos riram e voltamos a aproveitar o dia. Após a turma toda se abraçar, foram todos embora.

- Mário, onde você pensa que vai? - perguntou Amélia, quando eu já estava na porta.

- Ué, para minha casa - respondi.

- Eu quero ir junto para ver o Rabito! Por favor, deixa - implorou, e claro que eu nunca negaria.

- Oi, garoto! Estava querendo te ver desde quando nos encontramos na rua. É, isso mesmo - disse com uma voz doce, acariciando Rabito.

- Está vendo, Rabito? Ela te dá mais atenção do que dá para mim - provoquei.

- O Mário tem razão. Fala pra ele que está certo, fala...

- Mário, você entrou na casa pingando! Sobra tudo para empregada aqui limpar - gritou minha madrasta, entrando na sala - e você? Quem é?

- Prazer, senhora, sou Amélia - estendeu a mão, mas a idiota da Natália nem apertou.

- Bem, se não se importar, pode ir embora, o Mário tem que passar pano na sala que vocês molharam.

- Eu não vou deixar você expulsá-la, Natália - repreendi.

- Melhor eu ir, Mário. Quer ajuda para limpar? - perguntou Amélia.

Neguei e ela saiu da casa. Que raiva da Natália, uma estraga prazeres. Nem consegui me despedir direito.

POV: Amélia Morales

Ouvi a campainha e para minha felicidade, era Jorge.

- Ah, oi Jorge. Entre.

Ele entrou e sentamos no sofá.

- Talvez eu esteja te devendo um pedido de desculpas por ter te expulsado daqui anteontem - confessei.

- Bem, admito que eu não estava ajudando - se desculpou - Me desculpa por ter insultado e julgado seus... amigos.

- Tudo bem, você só precisa conhecê-los melhor - disse eu - mudando de assunto, quando você vai ir para a escola Mundial?

- É sobre isso que vim falar. Amanhã já estou lá.

Sorri forçadamente e ficamos um bom tempo em silêncio, até que Jorge começou a falar sobre seus videogames, aulas de trezentos instrumentos diferentes, países que já viajou. Bocejei diversas vezes e o bendito não notava que eu queria sair dali. Até que a campainha toca, para minha sorte.

- Oi, Amélia. Fui até a casa de Jorge e disseram que ele estava aqui - explicou Maria Joaquina.

- Ah, ele está aqui sim - afirmei.

- Jorge, eu queria saber se você gostaria de tomar um sorvete comigo - convidou.

- Claro, Maria Joaquina. Você é nossa vizinha e tem meu nivel social - levantou-se - tchau, Amélia, até segunda-feira!

- Tchau, vejo vocês na escola - fechei a porta e dei graças a Deus por ter me livrado dessa. Imagina passar a tarde com esses dois?

𝐘𝗈𝗎 𝐡𝖾𝖺𝗅𝖾𝖽 𝐦𝖾 . . . | 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓸 𝓐𝔂𝓪𝓵𝓪Onde histórias criam vida. Descubra agora