POV: Mário Ayala
Eu e os meninos fomos todos juntos para a casa de Amélia, cuja era enorme. Um quarto lá era minha casa inteira.
- Meninos! Que bom que chegaram. A piscina fica por esse caminho - recebeu-nos Amélia - essa é a Denise, ela irá preparar todos os lanchinhos.
- Olá, meninos! Senhorita Amélia, está tudo pronto para servir.
- Denise, querida, você sabe que não precisa dessa formalidade para falar comigo - respondeu Amélia.
- Jesus! Esses meninos andam todos amontoados - disse um garoto de cabelo lambido entrando na casa.
- Quem é você? - perguntei.
- Não conheço esse menino, e vocês? - disse Kokimoto.
Os meninos negaram.
- Esse é o Jorge, meu novo vizinho, filho de um dos amigos do meu pai - apresentou Amélia - ele se mudou há poucos dias.
- Oi, Amélia, nem te cumprimentei - disse o menino, agachando e beijando sua mão.
- Que romântico - exclamou Laura - ele é como um cavalheiro!
Que moleque atrevido. Me aproximei de Amélia e coloquei meu braço em volta de seus ombros.
- Olá, vocês são os colegas de classe dela? - perguntou o vaca-lambeu.
- Colegas não, amigos - respondi.
- Como eu imaginei. Não tem classe alguma, quase destruíram a sala entrando.
- O que você disse, cabelo lambido? - insultou Paulo.
- Vocês são mal educados.
- Cala a boca, se não vou te dar um dos meus golpes de samurai - disse Koki, fazendo aqueles movimentos engraçados.
- Bom, vamos para a piscina, a maioria das meninas estão lá - apaziguou Amélia.
- Uau, que piscina bonita - disse Cirilo - parece a Maria Joaquina.
Todos reclamaram.
- Eu só quis dizer!
Todos os meninos (menos Jaime, Paulo e eu) e Carmem, Marcelina, Alícia, Valéria e Bibi estavam na piscina. Jaime e Laura estavam comendo, como sempre. Maria Joaquina, Amélia e Jorge estavam conversando perto da beira da piscina.
- Amélia! Larga esses maricas! Entra logo - chamou Valéria.
- Estou indo - respondeu.
- Marica é você, sua barraqueira - disse Maria Joaquina, revirando os olhos.
Eu e Paulo corremos e empurramos os três na piscina.
- Seus brutos e selvagens! - gritou Maria Joaquina.
- Não se empurra duas damas na piscina dessa maneira - repreendeu o cabelo lambido, que não estava mais lambido porque o gel derreteu.
- Ah é assim? Na força? Vocês vão ver - disse Amélia, saindo da piscina acompanhada de Alícia.
Estavam empurrando eu e o Paulo até a piscina, quando Amélia estava prestes a me derrubar, a abracei e caímos juntos.
- Ih, galera, o Mário abraçou a Amélia - gritou Koki.
- Casal! Casal! Casal! - todos estavam provocando, exceto Jorge e Maria Joaquina, claro.
- Não sei porque a Alícia, o Paulo, Carmem e Daniel estão gritando, todo mundo sabe que eles se gostam - disse Amélia.
Todos nós nos divertimos muito. Fazia tempo que eu não me divertia tanto.
- Mário, por que você não trouxe o Rabito? - perguntou Amélia.
- Minha madrasta não deixou, disse que em casa de gente rica, não é pra levar bichos pulguentos. Eu detesto aquela mulher - expliquei.
- Você me conhece, sabe que tanto eu quanto meu pai nunca iríamos proibí-lo de entrar. Da próxima vez, se não trazê-lo, eu mesma o busco - sorriu Amélia.
Jorge estava sentado conversando com Maria Joaquina. Os chatonildos se deram muito bem, o que já era de se esperar. Paulo e eu estávamos chegando perto deles e derramamos refrigerante na cabeça dos dois.
- Eu vou embora! Amélia, tentei ficar, mas esses dois não deixam ninguém em paz - reclamou Maria Joaquina, andando e batendo o pé tão forte no chão que fazia eco.
- Estou indo também. Amélia, por favor, não faça a besteira de se misturar com esses... marginais! Se alguma coisa valiosa sumir da sua casa, você já terá os suspeitos - exclamou Jorge.
- Jorge, você vai me desculpar, mas não admito que você fale com eles desse jeito na minha casa. Você não pode chamá-los de ladrões sem ao menos conhecê-los. São meus amigos - disse Amélia, enfatizando o "meus" - não me importo com o que pensa. Agora, se puder prosseguir o que estava fazendo - apontou para a porta.
- É isso aí, Amélia, mostra pra esse mimado quem é que manda - exclamou Valéria.
- O ar não está mais tóxico! - gritou Paulo.
Todos riram e voltamos a aproveitar o dia. Após a turma toda se abraçar, foram todos embora.
- Mário, onde você pensa que vai? - perguntou Amélia, quando eu já estava na porta.
- Ué, para minha casa - respondi.
- Eu quero ir junto para ver o Rabito! Por favor, deixa - implorou, e claro que eu nunca negaria.
- Oi, garoto! Estava querendo te ver desde quando nos encontramos na rua. É, isso mesmo - disse com uma voz doce, acariciando Rabito.
- Está vendo, Rabito? Ela te dá mais atenção do que dá para mim - provoquei.
- O Mário tem razão. Fala pra ele que está certo, fala...
- Mário, você entrou na casa pingando! Sobra tudo para empregada aqui limpar - gritou minha madrasta, entrando na sala - e você? Quem é?
- Prazer, senhora, sou Amélia - estendeu a mão, mas a idiota da Natália nem apertou.
- Bem, se não se importar, pode ir embora, o Mário tem que passar pano na sala que vocês molharam.
- Eu não vou deixar você expulsá-la, Natália - repreendi.
- Melhor eu ir, Mário. Quer ajuda para limpar? - perguntou Amélia.
Neguei e ela saiu da casa. Que raiva da Natália, uma estraga prazeres. Nem consegui me despedir direito.
POV: Amélia Morales
Ouvi a campainha e para minha felicidade, era Jorge.
- Ah, oi Jorge. Entre.
Ele entrou e sentamos no sofá.
- Talvez eu esteja te devendo um pedido de desculpas por ter te expulsado daqui anteontem - confessei.
- Bem, admito que eu não estava ajudando - se desculpou - Me desculpa por ter insultado e julgado seus... amigos.
- Tudo bem, você só precisa conhecê-los melhor - disse eu - mudando de assunto, quando você vai ir para a escola Mundial?
- É sobre isso que vim falar. Amanhã já estou lá.
Sorri forçadamente e ficamos um bom tempo em silêncio, até que Jorge começou a falar sobre seus videogames, aulas de trezentos instrumentos diferentes, países que já viajou. Bocejei diversas vezes e o bendito não notava que eu queria sair dali. Até que a campainha toca, para minha sorte.
- Oi, Amélia. Fui até a casa de Jorge e disseram que ele estava aqui - explicou Maria Joaquina.
- Ah, ele está aqui sim - afirmei.
- Jorge, eu queria saber se você gostaria de tomar um sorvete comigo - convidou.
- Claro, Maria Joaquina. Você é nossa vizinha e tem meu nivel social - levantou-se - tchau, Amélia, até segunda-feira!
- Tchau, vejo vocês na escola - fechei a porta e dei graças a Deus por ter me livrado dessa. Imagina passar a tarde com esses dois?
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𝐘𝗈𝗎 𝐡𝖾𝖺𝗅𝖾𝖽 𝐦𝖾 . . . | 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓸 𝓐𝔂𝓪𝓵𝓪
Romance𝐇𝗂𝗌𝗍𝗈́𝗋𝗂𝖺 𝖽𝖾 𝖺𝗆𝗈𝗋 entre 𝖽𝗎𝖺𝗌 𝖼𝗋𝗂𝖺𝗇𝖼̧𝖺𝗌 𝗊𝗎𝖾 𝗉𝗈𝗌𝗌𝗎𝖾𝗆 𝖺 𝗆𝖾𝗌𝗆𝖺 𝖽𝗈𝗋, 𝗆𝖺𝗌 𝗅𝗂𝖽𝖺𝗆 𝖼𝗈𝗆 𝖾𝗅𝖺 𝖽𝖾 𝗆𝖺𝗇𝖾𝗂𝗋𝖺𝗌 𝖽𝗂𝖿𝖾𝗋𝖾𝗇𝗍𝖾𝗌. 𝐀𝗆𝖾́𝗅𝗂𝖺, 𝗌𝖾𝗆 𝗉𝖾𝗋𝖼𝖾𝖻𝖾𝗋, 𝗋𝖾𝖺𝖼𝖾𝗇𝖽𝖾 𝗈 𝖺𝗆...