15 • 𝐒em esperanças?

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POV: Amélia Morales

Na aula de música, Mário entrou pela porta da sala de aula. Ele parecia preocupado e triste. Não hesitei em perguntar como ele estava.

— Mário, está tudo bem?

— Não, o Rabito está muito doente. Acho que ele vai morrer. — respondeu.

— Não, não diga isso! Você já levou ele naquele veterinário que é seu amigo? — perguntei novamente.

— Ele se mudou e eu não sei para onde ele foi. — suspirou — Não sei o que eu faço.

Disse a ele para pedir ajuda a professora Helena, mas ele não quis. Mário estava realmente mal, e quando ele está triste, automaticamente fica de mau humor.

Prosseguimos a aula de música, cantamos Aquarela e a professora Matilde parecia nervosa. Parece que ela tem traumas da nossa sala, ela é meio maluca.

Não demorou muito e a professora percebeu que Mário não estava bem.

— O que foi, Mário?

— Me deixa. — respondeu seco.

— Não vou te deixar, quero te ajudar. Pode falar, o que aconteceu?

Os olhos de Mário começaram a ficar cheios de lágrimas.

— Meu cachorro está morrendo.

Será que o Rabito está tão mal assim?

Fomos dispensados para o intervalo mais cedo porque a diretora Olívia queria falar com a professora Helena. A sala toda foi conversar com o Mário, todos estavam preocupados.

— Eu tenho certeza que quando eu voltar 'pra casa, o Rabito não vai estar mais vivo. — disse Mário.

— Não, Mário. Os cachorros são mais fortes do que a gente imagina. — consolou Davi.

— E você cuida muito bem dele. — falei.

— O cachorro lá de casa ficou doente várias vezes. Só foi levar ele no veterinário que ele ficou bom. — Koki disse.

Eu nem sabia que o Koki tinha um cachorro de estimação.

— Se o Jaime ficar doente, a gente leva ele no veterinário. — brincou Paulo.

— A gente está num momento triste e você fica fazendo piadinha. — Jaime nem ameaçou bater no Paulo dessa vez.

— Verdade, seu anti romântico. — Laura disse.

Sentei ao lado de Mário e fiquei abraçada com ele por um tempão. O olhar dele estava tão distante. Nem gosto de imaginar o tanto de possibilidades que estão passando na cabeça dele. Detesto vê-lo triste, ele merece apenas coisas boas.

Depois fui conversar com as meninas.

— Maria Joaquina, por que não pede 'pro seu pai cuidar do Rabito? — perguntou Marcelina.

— Meu pai é médico. Ele cuida de pessoas, não de animais. — disse Maria Joaquina em um tom rude.

— Quem cuida dos animais são os veterinários, Marcelina. — Carmem explicou.

— Falando em veterinários, o que era amigo do Mário se mudou, agora ele não conhece nenhum de confiança. — falei.

— Na verdade, quem tem que pagar um veterinário para o Mário é a família dele. — disse Maria Joaquina.

— Como se eles não têm dinheiro? — questionou Carmem.

— Nem vontade, esqueceram que a madrasta do Mário é uma bruxa voadora? — disse Laura, nos fazendo rir.

𝐘𝗈𝗎 𝐡𝖾𝖺𝗅𝖾𝖽 𝐦𝖾 . . . | 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓸 𝓐𝔂𝓪𝓵𝓪Onde histórias criam vida. Descubra agora