𝐓𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀 𝐄 𝐃𝐎𝐈𝐒.

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𝐌𝐀𝐘𝐀

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𝐌𝐀𝐘𝐀.

Semanas depois.

A vida seguia "normalmente", com as conversas e os almoços de domingo rolando como sempre. Mas, para mim, tudo parecia distante, como se eu estivesse dentro de uma bolha que ninguém conseguia atravessar. O peso no peito estava sempre ali, firme e constante, mas eu tentava ignorar, empurrando as emoções para longe, como se pudesse simplesmente me livrar delas.

Kiara estava sentada no meu lado, falando sobre alguma coisa que eu não conseguia focar. A cada palavra que saía da boca dela, eu me sentia mais ausente, como se estivesse escorregando para longe da realidade. Era como se eu estivesse ouvindo tudo de um lugar distante, um eco sem significado.

De repente, senti de novo. Aquele nó no estômago, a mesma sensação que vinha me derrubando há semanas. Mas dessa vez, era mais profundo, mais desesperador. Era como se meu corpo inteiro estivesse tentando me avisar sobre algo que eu me recusava a ouvir. Um frio na barriga, um aperto no peito, um sinal claro de que alguma coisa estava errada.

Meus dedos tremiam enquanto eu tentava me manter firme, mas o enjoo voltou com força total. O som ao redor começou a sumir, e tudo se reduziu àquela sensação incontrolável. Minhas mãos foram direto para a boca, o gosto amargo subindo na garganta, e, antes que eu pudesse pensar duas vezes, levantei num pulo, sem dizer uma palavra, e corri para o banheiro.

Atrás de mim, ouvi o som abafado de Kiara me chamando.

Me curvei sobre o vaso, vomitando como se estivesse expulsando algo que meu corpo simplesmente não aguentava mais. Quando o alívio momentâneo veio, me apoiei na pia, tentando encontrar fôlego. O espelho refletia uma versão de mim que parecia uma estranha: pálida, com os olhos perdidos.

― Maya você tá bem? ― pergunta Kiara entrando no banheiro.

Eu ainda estava apoiada na pia, o gosto amargo na boca e a cabeça girando. Olhei para ela rapidamente pelo espelho, tentando esconder o quanto estava mal, mas era inútil.

― Tô… ― murmurei, forçando um sorriso que nem chegou perto de ser convincente. ― Só preciso descansar um pouco.

Minha voz saiu fraca, como se eu mesma não acreditasse no que estava dizendo. Meus dedos ainda tremiam, e o corpo todo estava exausto. Eu sabia que ela não estava convencida, mas não queria encarar o olhar dela por mais um segundo. Eu precisava sair dali.

― Eu vou pro meu quarto. ― Falei enquanto já caminhava para a porta, sem esperar resposta.

Passei por ela, sentindo os olhos de Kiara me acompanhando, mas eu não queria parar. Cada passo parecia mais pesado, como se o caminho até o quarto fosse mais longo do que o normal. Meu corpo gritava por um descanso que eu sabia que não viria, não de verdade.

Quando cheguei ao quarto, fechei a porta com cuidado, tentando me isolar daquele turbilhão de coisas que eu não conseguia entender. Me joguei na cama, o peito subindo e descendo rápido, como se o peso que eu carregava estivesse me sufocando.

𝐂𝐈𝐂𝐀𝐓𝐑𝐈𝐙𝐄𝐒 𝐃𝐀 𝐀𝐋𝐌𝐀- Richard Ríos Onde histórias criam vida. Descubra agora