E a gente fez amor como a primeira vez. a gente nem pensou que era a última vez.
E a gente só se amou, se amou e nada mais.
Se eu soubesse que ia acabar como acabou, eu tinha amado mais.𝐌𝐀𝐘𝐀.
Acordo com um barulho distante, algo que me faz abrir os olhos de repente. O quarto está escuro, e por um momento fico quieta, tentando entender o que ouvi. Talvez fosse só um sonho? Mas o som volta, mais perto agora, e meu coração começa a bater mais rápido.
Me estico para pegar o celular no criado-mudo, e a tela ilumina o quarto, me cegando por alguns segundos. São duas da manhã. Solto um suspiro e me sento na cama. Está tudo tão quieto agora, como se o mundo inteiro estivesse parado.
Ouço o som de novo, um leve rangido vindo da varanda. Minha respiração fica mais curta, e eu me levanto devagar, com os pés descalços tocando o chão gelado.
Chego à varanda, puxo a cortina devagar, o coração batendo tão forte que posso ouvir nos ouvidos. Quando meus olhos encontram a figura do outro lado, tudo dentro de mim trava. Meus pulmões esquecem como respirar.
Richard.
Ele está ali, de verdade, bem na minha frente. Por um segundo, acho que estou sonhando, que é algum truque da minha mente. Mas não... é real. A luz fraca da lua ilumina seu rosto, os olhos dele, sempre tão expressivos, agora estão sombrios, cansados, mais tristes do que nunca. Há algo de quebrado neles, como se o peso do mundo tivesse caído sobre ele e não tivesse mais forças para se levantar.
Fico imóvel, sem saber o que fazer. Parte de mim quer correr até ele, abraçá-lo, perguntar o que está acontecendo, por que ele sumiu. Outra parte de mim quer gritar, mandá-lo embora, porque só a presença dele já traz à tona tudo o que eu estava tentando enterrar.
Ele fica ali, parado, me encarando com aquele olhar que parece capaz de atravessar a alma. A dor que exala dele é tão intensa que chega a me prender no lugar. É como se, naquele momento, tudo tivesse desacelerado. Meu coração dispara, e, mesmo com a adrenalina pulsando, tudo ao meu redor se torna um vácuo. Só consigo ouvir o som das nossas respirações e o peso das palavras não ditas pairando no ar.
Faz quase um mês que não o vejo. Os dias sem ele se arrastaram de um jeito insuportável, e cada segundo foi uma batalha entre a saudade e o desejo de seguir em frente. Agora, ele está aqui, e a realidade me atinge como um soco no estômago.
Eu quero gritar, perguntar por que ele está aqui, mas nada sai. A pressão no meu peito é tão forte que sinto que vou desmoronar. Ele também não se move, apenas me observa, como se estivesse esperando eu dar o primeiro passo. Mas entre nós, há um abismo de silêncio e dor, um espaço carregado de tudo o que não foi dito, de promessas quebradas e momentos perdidos. O ar parece denso, como se estivéssemos presos em uma bolha, onde o tempo não avança e tudo que importa é aquele instante.
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𝐂𝐈𝐂𝐀𝐓𝐑𝐈𝐙𝐄𝐒 𝐃𝐀 𝐀𝐋𝐌𝐀- Richard Ríos
Romance𝐀𝐒 𝐕𝐄𝐙𝐄𝐒 𝐍𝐎𝐒 𝐀𝐅𝐎𝐆𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐍𝐀 𝐏𝐀𝐑𝐓𝐄 𝐑𝐀𝐒𝐀... Maya cresceu sob a sombra de uma mãe problemática e de um pai ausente, aprendendo desde cedo a se virar sozinha em um mundo repleto de desafios. Sua infância foi marcada por decepçõ...