Aemond estava sentado em seus aposentos, a luz bruxuleante das velas lançando sombras dançantes pelas paredes de pedra. Seus olhos estavam perdidos na escuridão do céu noturno através da janela, como se buscassem respostas nas estrelas. A mente dele estava tumultuada, repleta de pensamentos que ele preferia não ter.
A porta rangeu ao se abrir, mas ele não se moveu. Alicent entrou silenciosamente, suas passadas suaves ecoando levemente na sala silenciosa. Ela se aproximou, hesitando por um momento antes de falar.
- Aemond - começou ela, sua voz suave, mas carregada de preocupação. - Você está tão distante ultimamente.
Ele permaneceu em silêncio, sua mandíbula tensa enquanto olhava para o horizonte. Alicent se sentou ao lado dele, buscando o olhar do filho, mas ele continuava a evitar seus olhos.
- Há muito em jogo - murmurou Aemond finalmente, com a voz baixa e controlada. - O futuro da nossa família, do reino.
Alicent assentiu, seu olhar nunca deixando o rosto do filho.
- Eu sei. Mas às vezes, as maiores batalhas não são travadas no campo de guerra, mas dentro de nós mesmos - disse ela, sua voz se tornando um sussurro carregado de tristeza.
Aemond virou-se ligeiramente para ela, sua expressão ainda fechada.
- Do que você está falando, mãe?
Alicent respirou fundo, como se estivesse tentando reunir coragem para continuar.
- Rhaenyra - disse ela simplesmente. - Eu vejo como você a olha, Aemond. Sei que ela está nos seus pensamentos.
A tensão no ar se tornou quase palpável. Aemond cerrou os punhos, mas não respondeu imediatamente. Alicent aproveitou o silêncio dele para continuar.
- Eu entendo, de certa forma - ela admitiu, desviando o olhar brevemente, como se mergulhasse em suas próprias lembranças. - Desejar algo que você não pode ter, ou não deveria querer... Mas você precisa lembrar o que ela representa.
Ele finalmente encontrou os olhos da mãe, seus próprios olhos brilhando com uma mistura de sentimentos conflitantes.
- E o que ela representa? - perguntou ele, um tom desafiador em sua voz.
Alicent manteve o olhar firme.
- Uma ameaça, Aemond. Ela é uma ameaça a tudo pelo que lutamos, a tudo o que temos. Você sabe disso - disse ela, sua voz se tornando mais firme. - E você sabe o que deve ser feito.
Aemond olhou para ela, o conflito em seus olhos claro. Alicent sabia que havia plantado a semente da dúvida, da raiva. Ela havia tocado na ferida aberta que era Rhaenyra na vida dele, uma ferida que ele sabia que poderia ser sua ruína.
- Eu só quero que você se lembre do seu dever, do seu lugar - continuou ela, suavizando o tom novamente. - O que está em jogo aqui é mais do que sentimentos. É o futuro, Aemond.
Ele se virou para olhar pela janela novamente, mas agora seu olhar estava turvo, perturbado. Alicent o observou em silêncio, sabendo que tinha feito sua parte. A guerra interna de Aemond estava apenas começando, e ela seria o fio que puxaria cada movimento dele contra Rhaenyra.
Aemond permaneceu em silêncio, os olhos fixos na escuridão além da janela. A guerra interna dentro dele era como um dragão acorrentado, prestes a ser libertado. Alicent sabia que tinha tocado na ferida certa, um ponto sensível que ele tentava suprimir, mas que, no fundo, alimentava seu conflito.
- Você sempre soube qual é o seu papel nesta família, Aemond - Alicent prosseguiu, sua voz mais suave, mas com uma firmeza que não deixava espaço para contestação. - Somos os verdadeiros herdeiros, aqueles que mantêm a ordem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fare And Desdiny - Aemond And Rhaenyra Targargaryen
FanfictionFire and destiny Aemond Targaryen sempre foi fiel à sua mãe, Alicent Hightower, apoiando-a em todas as intrigas e conflitos que marcaram a corte dos Targaryen. Porém, à medida que os anos passam, ele começa a enxergar sua meia-irmã Rhaenyra sob uma...