𝘾𝙖𝙥𝙞́𝙩𝙪𝙡𝙤 𝟮𝟲: 𝙋𝙧𝙤𝙢𝙚𝙨𝙨𝙖𝙨 𝙙𝙚 𝙜𝙪𝙚𝙧𝙧𝙖

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O salão de Pedra do Dragão estava frio, iluminado apenas pela luz trêmula das tochas e pela chama que crepitava no centro da sala. A longa mesa de pedra, onde o mapa de Westeros estava esculpido em detalhes minuciosos, reunia os maiores estrategistas de Rhaenyra. Ao redor, os conselheiros murmuravam entre si, suas vozes cheias de urgência e tensão. A guerra, que antes parecia uma ameaça distante, agora se aproximava como uma sombra inevitável sobre o reino.

Rhaenyra estava sentada à cabeceira da mesa, o olhar fixo no mapa, mas sua mente navegava por mares mais sombrios. A dor pela morte de Lucerys ainda pesava sobre seus ombros, mas agora havia algo mais poderoso a guiá-la: a necessidade de vingança e o desejo de assegurar o Trono de Ferro para si e sua linhagem.

Daemon, como sempre, estava ao seu lado, sua presença imponente e ameaçadora. Ele olhava de soslaio para Rhaenyra, percebendo o peso das decisões que pairavam sobre ela. O irmão de Viserys mantinha uma calma inquietante, como se a guerra o alimentasse de uma maneira que ninguém mais ali poderia entender.

— Não temos tempo a perder — disse Daemon, interrompendo os sussurros ao redor da mesa. Sua voz ressoou pelo salão. — Cada dia que passa, os Verdes consolidam suas forças. Precisamos atacar antes que eles se fortaleçam além do que podemos enfrentar.

Rhaenyra assentiu lentamente, mas havia uma hesitação em seus olhos que Daemon não pôde ignorar.

— Precisamos ser cautelosos — respondeu ela, sua voz baixa, mas firme. — Se atacarmos sem uma estratégia sólida, perderemos mais do que já perdemos. Não podemos nos dar ao luxo de um erro agora.

— Cautela não trará Lucerys de volta — Daemon retrucou, seus olhos brilhando com fúria contida. — E não colocará a coroa em sua cabeça. A guerra já começou, Rhaenyra, quer você goste ou não.

O silêncio pairou sobre a sala por um instante, pesado e carregado de tensão. Todos ali sabiam que as próximas decisões selariam o destino de muitos.

— O que sugere, então? — Rhaenyra ergueu o olhar, encarando Daemon. — Um ataque direto à Fortaleza Vermelha?

Daemon sorriu de lado, um sorriso frio.

— Não exatamente. Ainda não. Precisamos primeiro dividir suas forças. Cortar suas rotas de suprimento. Se isolarmos Porto Real, os aliados dos Verdes hesitarão. Podemos forçá-los a implorar por um acordo, ou enfraquecê-los o suficiente para um ataque decisivo.

— E como faremos isso? — Jacaerys, que estava calado até então, finalmente falou, sua juventude contrastando com a seriedade da situação. — Otto Hightower já deve ter reforçado as defesas. Alicent não é estúpida.

— Não subestime a fraqueza dos Hightower — disse Daemon, cruzando os braços. — Otto é um homem velho. Suas alianças dependem de promessas e ouro. Podemos fazer essas promessas parecerem vazias.

Rhaenyra permaneceu em silêncio por um momento, considerando as palavras de Daemon. Ela sabia que ele tinha razão sobre a urgência, mas cada movimento deveria ser calculado. As forças dos Verdes eram vastas, e um erro significaria o fim de sua reivindicação.

— Enviaremos corvos para as Casas que ainda estão indecisas — disse Rhaenyra, sua voz ganhando força. — Riverrun, os Arryns no Vale. E precisamos garantir que Dorne não entre nessa guerra ao lado dos Verdes.

— Dorne não lutará por ninguém além deles mesmos — disse Daemon, com desdém. — Mas podemos convencê-los a ficar neutros.

Jacaerys assentiu, concordando.

— Vou pessoalmente a Winterfell — disse ele, determinado. — Cregan Stark é um homem de honra. Ele lutará ao nosso lado, como prometeu.

Rhaenyra olhou para seu filho com orgulho, mas também com apreensão. Enviar Jacaerys ao norte seria arriscado, mas necessário.

Fare And Desdiny - Aemond And Rhaenyra Targargaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora