𝗖𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝟰: 𝗖𝗵𝗼𝗾𝘂𝗲 𝗱𝗲 𝗩𝗼𝗻𝘁𝗮𝗱𝗲𝘀

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O salão parecia sufocar sob a pressão das palavras não ditas e dos olhares carregados de ódio e desconfiança. Aemond, mantendo a postura rígida, observava cada movimento e expressão dos que estavam ao redor da mesa. Viserys, embora visivelmente desgastado pelo tempo e pela doença, tentava mais uma vez acalmar os ânimos.

— Por favor — começou ele, a voz fraca, mas insistente. — Este é um momento para celebrar nossa família. Vamos deixar as brigas para outra ocasião.

Rhaenyra, com os olhos brilhando de frustração, encarou o pai.

— Celebrar? Como podemos celebrar quando há tanto rancor entre nós? Quando cada reunião se transforma em uma arena de acusações e insultos?

Alicent interveio, o tom cortante.

— Rhaenyra, nós estamos aqui para mostrar respeito ao seu pai. Tente, pelo menos por uma noite, conter sua língua afiada.

Aemond sentiu a tensão aumentar quando Rhaenyra levantou-se, os olhos fixos nos de Alicent.

— Minha língua é afiada porque as mentiras e manipulações que vocês tecem me obrigam a falar a verdade.

Aemond, percebendo que a situação estava prestes a explodir, decidiu tentar intervir novamente.

— Rhaenyra, não precisamos fazer isso agora. Vamos encontrar uma maneira de resolver nossos problemas sem brigas.

Rhaenyra virou-se para ele, a raiva em seu olhar misturada com algo mais profundo.

— E qual é a sua solução, Aemond? Continuar vivendo sob o jugo das maquinações de sua mãe e seu avô? Aceitar que vocês tentem roubar o que é meu por direito?

Antes que Aemond pudesse responder, Aegon, ainda mais embriagado, riu.

— Roubar? Como se algo fosse realmente seu por direito, sua puta.

Alicent olhou para Aegon com reprovação.

— Aegon, já chega. Não piora as coisas.

Mas Jacaerys e Lucerys já estavam de pé, prontos para defender a honra de sua mãe.

— Você não tem o direito de falar assim com ela — disse Jacaerys, os punhos cerrados.

Aemond levantou a mão, tentando apaziguar.

— Parem com isso. Vamos tentar resolver isso com palavras, não com violência.

— Palavras? — Rhaenyra riu amargamente. — Palavras são o que nos trouxe até aqui. Promessas quebradas e mentiras sussurradas.

Aemond se aproximou de Rhaenyra, os olhos fixos nos dela.

— Eu não estou aqui para mentir para você, Rhaenyra. Eu só quero paz.

— Mas você não entende, Aemond — ela respondeu, a voz tremendo. — Não haverá paz enquanto houver desconfiança e traição.

A atração entre eles, até então velada, agora era evidente. Os olhos de Aemond traíram sua determinação, revelando a confusão de sentimentos que ele lutava para esconder. Rhaenyra, apesar de sua raiva, não pôde ignorar o magnetismo entre eles.

Viserys, cansado e triste, tentou mais uma vez.

— Por favor, meus filhos, lembrem-se de que somos uma família. As lutas internas só enfraquecem nosso reino.

Antes que a atmosfera pudesse se acalmar, Daemon, com seu sorriso irônico, interrompeu.

— Família? Desde quando nos importamos com isso? É cada um por si, e quem tiver o dragão maior vence.

Fare And Desdiny - Aemond And Rhaenyra Targargaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora