𝗖𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝟭: 𝗖𝗶𝗻𝘇𝗮𝘀 𝗻𝗼 𝗩𝗲𝗻𝘁𝗼

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As chamas crepitavam e dançavam, refletindo a majestade cruel do sol poente sobre as águas de Driftmark. O funeral de Laena Velaryon era um espetáculo sombrio de poder e luto, onde o mar encontrava o fogo, e os dragões sobrevoavam em um círculo de respeito silencioso. A fumaça subia aos céus, misturando-se com o vento salgado, enquanto a pira funerária ardia com uma intensidade que parecia rivalizar com o próprio fogo dos dragões.

Aemond Targaryen observava a cerimônia à distância, seus olhos violeta fixos nas chamas que consumiam o corpo da mulher que, em vida, fora tão impressionante quanto o próprio fogo. Ele podia sentir a tensão no ar, um prenúncio do que estava por vir. As mortes em sua família sempre traziam mais do que apenas tristeza; eram sementes de discórdia, promessas de conflito.

A seu lado, sua mãe, Alicent Hightower, mantinha uma postura rígida e digna, seus olhos verde-escuros brilhando com um misto de dor e determinação. Aemond sabia que, para ela, este era mais um capítulo em uma saga de poder e intriga. Ela apertou o braço do filho, um gesto que transmitia mais do que conforto; era um lembrete de lealdade e dever.

— Ela era uma mulher forte — Alicent murmurou, seu olhar ainda fixo na pira. — Mas agora, mais do que nunca, precisamos estar atentos. Rhaenyra e seus filhos... a linhagem deles está cada vez mais ameaçada.

Aemond assentiu, mas suas atenções estavam divididas. Ele procurou no meio da multidão e encontrou o rosto de Rhaenyra. Vestida em trajes de luto, ela ainda irradiava uma presença que era impossível ignorar. Sua força e graça pareciam amplificadas pela tristeza que a envolvia. Aemond sentiu um aperto no peito, uma sensação que ele não queria admitir, mas que se tornava mais difícil de ignorar a cada dia.

Daemon Targaryen estava ao lado da pira, uma figura sombria e imponente. Seu olhar era uma máscara de dor contida, mas havia algo mais ali, uma faísca de determinação que Aemond reconheceu. Daemon nunca fora um homem fácil de ler, mas seu luto era palpável, um aviso silencioso de que qualquer que fosse o próximo movimento de Rhaenyra, seria com ele ao seu lado.

Os murmúrios e sussurros dos presentes eram como um zumbido constante ao redor de Aemond. Nobres e lordes de todas as casas observavam com atenção, alguns movidos por condolências genuínas, outros pelo interesse em como esta morte alteraria o delicado equilíbrio de poder. Ele sabia que cada olhar, cada palavra murmurada era um potencial complô ou aliança nascendo.

Quando a cerimônia chegou ao fim, e as chamas começaram a morrer, Aemond seguiu sua mãe enquanto ela se movia com graça calculada através da multidão, cumprimentando e oferecendo palavras de consolo, mas sempre mantendo a vigilância. Ele sentia o peso do olhar de Alicent sobre ele, esperando que ele desempenhasse seu papel perfeitamente.

— Precisamos conversar — ela disse baixinho, assim que tiveram um momento de privacidade. — Sobre Rhaenyra.

— Eu sei o que você vai dizer, mãe — Aemond respondeu, seu tom mais defensivo do que pretendia. — Mas não podemos ignorar a força dela. Não agora, com Daemon ao seu lado.

— Precisamente por isso — Alicent replicou, seu olhar firme. — Ela é uma ameaça. E Daemon... ele é imprevisível. Precisamos estar preparados para o que quer que eles planejem.

Aemond olhou novamente para Rhaenyra, que agora estava cercada por seus filhos e aliados. Ele viu o brilho de determinação em seus olhos, a mesma determinação que via em sua própria mãe. Duas forças opostas, ambas inflexíveis, ambas dispostas a tudo pelo que acreditavam.

Naquela noite, enquanto o vento do mar varria Driftmark e o cheiro de cinzas ainda pairava no ar, Aemond se retirou para seus aposentos, o peso da responsabilidade e do desejo lutando em seu peito. Ele sabia que o caminho à frente seria cheio de perigos e escolhas impossíveis. A lealdade à sua mãe era inquestionável, mas a atração por Rhaenyra era um fogo que ele não podia apagar.

Sentado sozinho, ele permitiu que seus pensamentos vagassem, imaginando cenários e possibilidades. A visão de Rhaenyra, a lembrança de seu sorriso, o som de sua voz... tudo isso o puxava em direções conflitantes. Ele fechou os olhos, tentando encontrar um momento de paz, mas tudo o que encontrou foi a certeza de que a tempestade estava apenas começando.

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Fare And Desdiny - Aemond And Rhaenyra Targargaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora