Nos últimos dois dias, muita coisa mudou pra mim. A volta para Barcelona, o reencontro com a Manu, Gavi e agora, o Fermín... Tinha sido intenso, mas de um jeito bom. Eles são um grupo divertido, cheio de vida, e é engraçado como me senti acolhida rapidamente, como se fizesse parte daquele círculo de amigos há muito tempo. Mas, de uma forma ou de outra, eu nunca fui tão próxima deles. Sempre observei de longe, na época da escola, mas nunca participei ativamente. Agora, eu tenho essa oportunidade.
E eu queria. Queria ser parte disso, estar mais próxima deles, e mais próxima do Fermín, de uma forma que eu ainda não sabia bem como explicar. Sair com eles hoje foi uma das coisas mais divertidas que eu já fiz em muito tempo. A energia que eles têm é contagiante, e o jeito como eles se provocam, riem e falam sobre a vida faz com que o ambiente fique leve, mesmo que eu perceba algumas tensões não ditas aqui e ali.
A parte mais engraçada da noite foi, sem dúvida, o Fermín cantando. Ver aquele cara que, até ontem, eu mal conhecia, se soltando no karaokê com aquela confiança meio desajeitada, foi algo que eu não esperava. Ele parecia tão confortável naquele grupo, mas também havia uma vulnerabilidade, como se estivesse tentando impressionar, tentando provar alguma coisa. E, por mais bobo que pareça, eu gostei disso. Eu gostei de ver esse lado dele.
O Fermín é curioso. Em dois dias, nós criamos uma dinâmica que eu não esperava. Ele me provoca e, ao mesmo tempo, me deixa confortável para provocar de volta, como se a gente tivesse se conhecido de verdade há muito mais tempo. E tem algo na forma como ele me olha — não sei explicar. Uma curiosidade, talvez, ou quem sabe uma tentativa de entender o que está acontecendo entre nós, assim como eu também tento.
O que quer que seja, parece natural. Como se a gente já tivesse feito isso antes, mesmo que não tenha. Esses dois dias foram um misto de novidade e familiaridade, e não sei se é por isso que estou curiosa para ver até onde isso vai.
Enquanto eu pensava nisso, percebi o clima meio estranho no ar. Gavi, que normalmente estava rindo ou provocando alguém, de repente ficou sério, olhando fixamente para o outro lado da rua. Parecia que tinha visto algo — ou alguém — que o incomodava, mas ele não disse nada. E, por mais curiosa que eu estivesse, resolvi ficar quieta. Eu não tinha essa intimidade com eles, não ainda.
Talvez fosse melhor não me meter, não agora. Fiquei observando de longe, trocando algumas palavras com o Fermín, que também parecia não ter notado a mudança de humor do Gavi. Ou talvez tenha notado e, como eu, preferiu não comentar.
O fato é que, por mais que eu tenha me sentido parte do grupo, ainda havia muito que eu não sabia sobre o que acontecia com eles. Mas acho que, com o tempo, talvez eu descubra.
Depois que o Gavi marcou aquele gol, parecia que todo mundo estava em êxtase. O plano era claro: iríamos todos para a casa da Maya comemorar. Eu não conhecia muito bem todo mundo, só de vista, mas depois dessa noite com o Fermín e o grupo, me senti um pouco mais confortável. Mesmo assim, uma parte de mim estava um pouco nervosa. Ir para a casa da Maya, onde estaria também a Mia e o Matteo... Eu não sabia o que esperar.
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publicitaria || fermín lópez
Romance"Livro 4 da Série Barcelona" Velhos conhecidos, desde adolescentes, Fermín e Pilar nunca demonstraram interesse um no outro além da amizade cordial que possuíam por fazerem parte do mesmo ciclo de amizades. Porém, anos depois e mais velhos, ambos se...