Capítulo 26 - Gol

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Terça-feira, 26 de Setembro, 2023

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Terça-feira, 26 de Setembro, 2023

— Acorda, cabeção!

Gavi me deu um tapa na minha nunca assim que passou por mim. Empurrei sua mão, o empurrando em seguida quando ele se jogou no sofá ao meu lado, me olhando com um sorriso sugestivo.

­ — O que é, Gavi? Está cedo ainda para a sua perturbação.

— Foi dormir tarde, é?

Revirei os olhos, pegando uma almofada e a colocando sobre o meu rosto. Eu sabia bem o que ele queria perguntar, e eu não queria responder.

— Me deixa em paz, vai. — Murmurei contra a almofada, tentando afastar qualquer conversa que ele quisesse puxar.

Mas Gavi, sendo Gavi, não desistiu. Ele arrancou a almofada do meu rosto com um movimento rápido, jogando-a no chão.

— Fala logo, Fermín. Por que foi dormir tão tarde? — A curiosidade em sua voz era quase infantil, mas eu sabia que ele não ia parar até arrancar uma resposta.

Eu dei um suspiro frustrado, apertando os olhos fechados por um segundo antes de abrir.

— Se eu contar, você vai parar de me perturbar? — Perguntei, já ciente da resposta, mas ainda assim tentando ganhar um pouco de paz. Ele assentiu rapidamente, mas o sorriso travesso não saía de seu rosto.

Olhei para o teto, como se as palavras fossem mais fáceis de dizer se não precisasse olhar para ele. Afinal, aquilo me pegava de jeito, porque Pilar era uma surpresa em forma de gente. Eu, que tinha planejado um dia tranquilo, acabei me perdendo em uma conversa que durou horas e horas. E o que começou com uma troca boba de mensagens se transformou em uma ligação por vídeo que atravessou a madrugada.

— Eu fiquei em ligação com a Pilar. — Disse, finalmente, tentando soar casual, mas sabendo que o sorriso de Gavi ficaria ainda mais largo com essa informação.

— Ah, é? — Ele provocou, apoiando os cotovelos nos joelhos, como se estivesse prestes a ouvir a maior fofoca da semana. — E o que vocês tanto conversaram até tarde?

— Sei lá, cara, de tudo e de nada. — Respondi, passando a mão no rosto, como se pudesse espantar o sono ou a vergonha de admitir que aquilo tinha sido bom pra caramba. — Ela estava em Tarragona com a mãe, e... Sei lá, de repente, ela começou a mostrar o céu estrelado de lá.

Eu não precisava olhar para ele para saber que ele estava se divertindo com aquilo. Então continuei, mesmo que as palavras saíssem meio contra minha vontade.

— Ficou falando das constelações, contando histórias que a avó de consideração dela contava sobre cada uma. E, sei lá, o céu lá parecia mais bonito do que aqui. — Admiti, dando de ombros. — Aí, a gente ficou nisso, conversando sobre as coisas mais aleatórias. Até que... Já era tarde demais e... Bom, o resto você já sabe.

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