Explicar para a dona Camila quem era o Fermín e o porquê das flores, foi um grande evento no qual não seria necessário eu passar se o Fermín não tivesse feito uma graça.
Antes mesmo de me abraçar, os olhos da minha mãe foram para o enorme buquê de rosas em cima da ilha da cozinha. Ela me abraçou — me esmagou — mas logo foi me puxando para o sofá e me perguntando quem havia enviado o buquê de flores.
— E esse buquê? — Minha mãe me perguntou, com aquele olhar curioso que só mãe sabe dar, enquanto me puxava pelo braço e me levava em direção ao sofá. — Quem foi que mandou isso, hein? Tem admirador secreto e eu não tô sabendo?
Senti minhas bochechas corarem levemente. Eu vou matar o Fermín por isso! Sentamos no sofá, e ela não parava de olhar para o buquê como se fosse uma pista de um mistério que ela precisava desvendar. Respirei fundo, tentando pensar em como explicar sem parecer que eu estava contando uma novela inteira.
— Então... O buquê, na verdade, não é pra mim... — Comecei, tentando não rir da expressão confusa dela. — É pra você, na verdade.
— Pra mim? — Ela me olhou, surpresa, franzindo a testa. — Quem mandaria flores pra mim?
Dei de ombros, tentando segurar o riso que já estava escapando.
— Fermín. — Respondi, soltando a bomba com calma. Ela piscou algumas vezes, visivelmente sem entender.
— Fermín? Quem é Fermín? Eu não conheço nenhum Fermín. — Ela disse, ainda tentando ligar os pontos na cabeça.
Eu sabia que isso ia acontecer. Fermín era alguém que ela não teria como lembrar, especialmente porque fazia tanto tempo desde que qualquer coisa relacionada a ele passara pela minha vida. Era engraçado ver a confusão no rosto dela, mas eu sabia que teria que esclarecer tudo. Inclinei-me um pouco no sofá e suspirei.
— Bom, lembra que eu falei sobre a faculdade, sobre ter me resolvido com a Manu e a Sol? Que a gente se reencontrou no começo da semana?
Ela assentiu, ainda sem entender o que isso tinha a ver com o buquê. Havia contado para ela na noite de quarta-feira em uma conversa rápida que tivemos. Sendo sincera, até me surpreende ela ter entendido, já que a ligação estava péssima por conta do sinal.
— Então... Quando isso aconteceu, reencontrei também a família da Manu, né? — Comecei a contar, escolhendo bem as palavras. — E o Fermín estava na casa dela, junto com o Gavi. Eu passei a tarde lá, e no dia seguinte teria jogo... Eles me convenceram a ir, e desde terça-feira, nós dois estamos próximos... — Eu dei uma risadinha sem jeito. — Agora a gente tem se falado bastante.
Minha mãe me encarou, ainda meio confusa, mas agora com um brilho de curiosidade nos olhos.
— Ah, então é isso! Vocês se reencontraram, e ele me mandou flores porquê?
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publicitaria || fermín lópez
Romance"Livro 4 da Série Barcelona" Velhos conhecidos, desde adolescentes, Fermín e Pilar nunca demonstraram interesse um no outro além da amizade cordial que possuíam por fazerem parte do mesmo ciclo de amizades. Porém, anos depois e mais velhos, ambos se...