"Livro 4 da Série Barcelona"
Velhos conhecidos, desde adolescentes, Fermín e Pilar nunca demonstraram interesse um no outro além da amizade cordial que possuíam por fazerem parte do mesmo ciclo de amizades.
Porém, anos depois e mais velhos, ambos se...
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— Pilar... Bom dia, querida.
Abri os olhos devagar, tentando entender da aonde estava vindo aquela voz. Virei meu rosto, o colocando sobre o travesseiro e puxando a coberta. Escutei passos e o barulho da minha janela sendo aberta.
— Fecha isso. — Murmurei.
— Eu sei que está com dor de cabeça, mas seu pai quer falar com você, querida. Vamos, levante, eu trouxe remédio.
Choraminguei um pouco, tomando a péssima decisão de sentar na cama. Minha cabeça parece que ia soltar do meu corpo de tão pesada que estava.
— Epa, vai com calma. Toma, trouxe remédio.
Senti uma mão nos meus ombros, me mantendo sentada no lugar sem que eu tombasse para o lado.
— Toma, vai te ajudar.
Peguei o comprimido da mão de Andrea, tendo uma dificuldade enorme para leva-lo até a minha boca. Senti vontade de vomitar quando senti a água descer pela minha garganta e tive que me segurar para não vomitar ali mesmo. Passei a mão pelo rosto e pelo cabelo, notando um nó enorme que estava ali.
Puxei a mecha para frente e parecia que eu tinha sido atacada. O meu ruivo estava todo emaranhado em um enorme nó que eu não sabia como eu iria tira-lo sem cortar o meu cabelo.
— Bom dia, querida. — Andrea sorriu.
— Bom dia... — Sussurrei. — Chegou hoje?
— De madrugada, seu pai ainda estava acordado um pouco bravo na sala e o motivo era a senhorita.
— Ah... — Encostei na cabeceira da cama.
— Quer me contar o que houve dessa vez? Seu pai está ficando de cabelos brancos e sinceramente, ele fica insuportável quando está bravo ou irritado. — Disse rindo.
— O que houve é que meu pai é um insuportável e você é guerreira por aguentar ele todos os dias.
Andrea sorriu, balançando a cabeça. Ela era a nova namorada do meu pai, mas ao contrário da maioria, eu a amava. De fato, existem as famosas "boadrasta" por aí e eu fui abençoada com uma. Andrea trabalhava como estilista, então, sempre estava viajando quando tinha algum evento de moda ou algo parecido. Nesse tempo que tenho ficado em Mônaco, a vi poucas vezes por conta disso.
Os dois devem estar junto há pelos menos um ano e alguns meses. Pelo o que ela me contou, eles começaram a sair quando ele já estava morando em Mônaco há cinco meses. Quando venho ver meu pai e Andrea está aqui, as coisas são mais fáceis porque ela me ajuda, mas quando ela não está, meu pai vira o que é normalmente: insuportável.
— Eu não acredito que você fez isso, Pilar!
Ela me olhava com o seu típico olhar de repreensão e braços cruzados, mas ao mesmo tempo, também percebia que ela queria rir. Suspirei, passando a mão pelo rosto e encarando-a novamente.