Choi San Pov's:
O sol se erguia lentamente no horizonte, tingindo o céu com matizes dourados e alaranjados, enquanto eu me encontrava absorto em pensamentos. O peso da coroa que adornava minha cabeça parecia insignificante diante da avalanche de emoções que invadia meu coração. A lembrança de um jovem ômega, que cruzara meu caminho na galeria na tarde anterior, dominava minha mente como uma pintura inacabada, clamando por cores e formas que eu ainda não conseguia definir.
O ômega que tinha capturado minha atenção possuía uma beleza singular. Seu rosto era adornado por olhos delicados, como se o próprio sol tivesse decidido deixar sua marca ali. Seus olhos castanhos brilhavam com a intensidade do céu em um dia claro, e seus cabelos pretos eram tão radiantes e bem cuidados que pareciam capturar a luz ao seu redor. Era impossível não se perder em sua doçura e graça enquanto ele admirava as obras expostas na galeria. Não poderia esquecer de seu rosto.
Naquele momento, ao vê-lo contemplar minha pintura, senti uma conexão inexplicável. Era como se as almas de ambos se entrelaçassem através da arte. Nossa breve conversa havia sido leve e cheia de promessas não ditas. Ele falara sobre a beleza da natureza que eu capturar em minhas telas, mesmo sem saber que eram minhas, e sua voz era suave como uma melodia que ecoava em meu coração. Mas antes que eu pudesse me permitir explorar mais daquela conexão, seu irmão mais novo o chamou, interrompendo nosso momento e levando-o para longe de mim.
Desde então, cada pensamento parecia retornar àquele jovem ômega. Eu me vi perdido em devaneios sobre sua educação refinada e gentileza inata. Como poderia um ser tão encantador existir neste mundo? Meu coração pulsava com uma intensidade desconhecida, revelando um desejo incontrolável de conhecê-lo mais profundamente.
Enquanto o dia avançava, a corte de Baekje exigia minha atenção. Os assuntos do reino clamavam por um rei presente e decidido; no entanto, minha mente vagava para longe das questões políticas e sociais. Eu me via imaginando seu sorriso ao falar sobre arte, suas mãos delicadas gesticulando enquanto expressava suas opiniões sobre as nuances de cada obra. O riso suave que escapou de seus lábios ainda ressoava em meus ouvidos como uma canção encantadora.
Na solidão do meu estúdio, cercado por telas brancas e tintas coloridas, lutei para canalizar essa nova paixão em arte. Mas nada parecia suficiente para capturar a essência daquele ômega que havia despertado algo profundo dentro de mim. A paleta estava repleta de cores vibrantes; no entanto, tudo parecia opaco diante da luminosidade que ele irradiava.
— Por que não posso simplesmente esquecê-lo? — questionei a mim mesmo em um sussurro angustiado. — Por que ele ocupa cada canto da minha mente?
A resposta era clara: estava apaixonado sem perceber.
Enquanto tentava capturar sua essência com cores vibrantes e traços leves e delicados na tela diante de mim, a porta do meu estúdio se abriu com um rangido familiar. Meu irmão mais velho, Jongho, entrou com um ar de curiosidade em seus olhos.
— San! O que você está fazendo aqui sozinho? — Ele perguntou, aproximando-se para observar o que eu estava criando.
— Apenas... tentando capturar algo especial — respondi vagamente, mantendo os olhos fixos na tela. O retrato começava a tomar forma, mas era uma luta constante; cada pincelada parecia insuficiente para transmitir a beleza que eu via em minha mente.
Jongho inclinou-se para frente e examinou a pintura. Ele franziu a testa ao perceber a intensidade do meu foco.
— Você está obcecado por isso? — ele indagou, com um tom de brincadeira na voz.
— Não é uma obsessão! É... é arte! — retruquei defensivamente. Mas sabia que havia verdade nas palavras dele. Eu estava realmente consumido por pensamentos sobre Wooyoung.
Jongho cruzou os braços e observou em silêncio por alguns instantes antes de falar novamente.
— Você precisa parar de se lamentar por causa desse ômega "encantador" — brincou sobre jeito que me referia ao Wooyoung — E focar nas responsabilidades do nosso reino. O futuro de Baekje não pode ficar à mercê de um simples encontro fugaz.
As palavras dele ecoaram em mim como um chamado à realidade. Eu sabia que tinha obrigações maiores, mas como poderia ignorar a crescente paixão que sentia?
—Eu sei disso... mas ele é diferente! — protestei, tentando explicar a profundidade do que sentia. — Ele é gentil e educado; sua presença ilumina qualquer lugar!
Jongho revirou os olhos e deu um passo atrás.
— Olha, você não precisa ficar tão angustiado. Amanhã mesmo você pode mandar alguém atrás dele. Não há razão para essa ansiedade toda quando logo poderá encontrá-lo novamente.
A ideia fez meu coração acelerar. Era verdade: eu poderia enviar alguém para buscar informações sobre Wooyoung ou até mesmo convidá-lo para outra visita à galeria ou ao palácio. Mas outra parte de mim hesitava; não queria parecer ansioso ou desesperado por atenção.
— E quanto a você? — perguntei subitamente com um sorriso travesso nos lábios — Não seria bom para você também encontrar um ômega? Herdeiros são importantes para o nosso reino!
Jongho soltou uma risada baixa e balançou a cabeça.
— Ah, San... Você sabe que isso não é tão simples assim. As coisas estão diferentes agora; existem muitas responsabilidades a serem consideradas.
— Mas isso não significa que você deve desistir da felicidade! Assim como eu quero buscar minha própria felicidade com Wooyoung...
A cada palavra trocada, percebi que Jongho tinha razão: precisava encontrar um equilíbrio entre meu dever e meus sentimentos pessoais.
Por fim, ele se aproximou novamente da tela onde estava pintando Wooyoung.
— Se ele realmente for especial para você, então vá atrás dele! Mas lembre-se: herdeiros são importantes; precisamos garantir o futuro de Baekje.
A determinação crescia dentro de mim enquanto considerava suas palavras. Sim! Eu encontraria uma maneira de me conectar com Wooyoung novamente sem forçar nada. Essa nova esperança iluminava meu coração ansioso.
Com isso em mente, decidi que no dia seguinte enviaria alguém para buscar notícias sobre Wooyoung. Ao mesmo tempo, prometi a mim mesmo que respeitaria seus desejos; nada seria forçado entre nós dois.
Ouvindo as instruções de Jongho sobre as obrigações do reino me fez sentir mais centrado naquela tarde tumultuada. Depois de algumas horas trabalhando juntos juntamente com a corte
Jongho organizando documentos importantes enquanto eu tentava terminar de atender o desejo do povo, que escreveram cartas para mim... Grande parte das cartas é sobre casamento, ou algo do tipo
Chegou o momento em que finalmente conseguimos nos concentrar nas responsabilidades reais que compartilhávamos.
Quando o sol se pôs completamente e as estrelas começaram a brilhar no céu noturno, percebi que minha mente estava mais clara e meu coração mais leve. Eu estava pronto para enfrentar os desafios do dia seguinte com renovada determinação - determinado a fazer Wooyoung parte da minha vida, sem pressa ou pressão desnecessária.
E assim terminei aquele dia com uma sensação diferente: não apenas como rei de Baekje ou artista oculto na cidade, mas também como um homem apaixonado disposto a lutar pelo seu amor verdadeiro quando chegasse o momento certo.
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HANABI - Woosan
FanfictionEm uma galeria, um artista sensível se encanta ao ver um jovem ômega admirando sua pintura vibrante. A conexão entre eles vai além da arte, revelando suas almas e memórias. Durante a conversa sobre a beleza da natureza e a expressão artística, o art...