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Narradora Pov's:

San estava em seu estúdio, cercado por tintas e pincéis, a luz suave do sol filtrando-se através das janelas. Ele se concentrava em sua pintura, a imagem de Jung Wooyoung tomando forma na tela. O ômega que havia despertado algo dentro dele, algo que ele não conseguia ignorar. Cada traço que ele dava evocava lembranças do sorriso cativante de Wooyoung, seu olhar gentil e a energia vibrante que irradiava. Contudo, a serenidade de sua arte foi abruptamente interrompida.

— San! — A voz de seu pai, Choi Dooshik, cortou o ar como uma lâmina afiada. O alfa entrou no estúdio, seu olhar cheio de desdém. — O que você está fazendo aqui? Desperdiçando seu tempo com essas... porcarias?

San respirou fundo, tentando manter a calma. O que seu pai considerava "porcarias" era a única forma de expressão que ele possuía, a única saída para toda a dor que o cercava. Mas a paciência estava se esgotando.

— Pai, eu estou pintando. É o que eu amo fazer — respondeu San, a voz firme, mas controlada.

Dooshik avançou, olhando para a tela com desprezo.

— Em vez de ficar aqui sonhando acordado, você deveria ir atrás de um ômega, alguém que possa dar herdeiros ao reino. Precisamos de um futuro, San, não de mais quadros!

As palavras de seu pai eram como veneno, penetrando em sua mente. A pressão que ele sempre sentira, a expectativa de se casar e gerar herdeiros, era uma sombra constante. Mas a ideia de se comprometer com alguém apenas para satisfazer o ego de Dooshik o enfurecia.

— Eu não sou um mero reprodutor, pai! — San disparou, a paixão queimando em seu peito. — Eu tenho sonhos, desejos. Não posso simplesmente...

— Sonhos? — interrompeu Dooshik, rindo de forma desdenhosa. — O que você tem é um capricho. O reino precisa de um líder forte, e você está aqui, perdido em suas fantasias!

A raiva fervia dentro de San. Ele se levantou, a pintura de Wooyoung parecendo brilhar de forma quase mágica contra a escuridão que sua vida se tornara.

— Chega! — ele gritou, chamando os guardas. — Expulsam meu pai deste palácio!

Os guardas, sempre leais, não hesitaram. Dooshik, surpreso, protestou, mas a determinação de San era inabalável. O velho, aquele homem que havia transformado sua infância em um campo de batalha emocional, não tinha mais lugar ali. Assim que seus olhos se encontraram, San sentiu uma onda de satisfação ao vê-lo sair, seu coração batendo mais leve.

Com o silêncio do estúdio agora preenchido apenas pela respiração pesada de San, ele voltou sua atenção para a pintura. O rosto de Wooyoung, tão sereno e bonito, parecia brilhar com vida. Ele não conseguia deixar de sorrir ao lembrar do jantar na noite anterior, o jeito como Wooyoung falava, sua risada contagiante, a energia que preenchia o ambiente. Mas a felicidade rapidamente se dissipou, dando lugar à frustração.

Ele pegou um manto simples, decidindo que precisava de ar fresco. O palácio, com suas paredes opressivas e a constante expectativa de seu pai, estava se tornando sufocante. Ao sair, ele se misturou à vida da cidade, um rei disfarçado entre seu povo.

As ruas estavam vivas, cheias de sons e cores. San andava lentamente, observando as melhorias que havia promovido nos últimos meses. As casas estavam mais coloridas, os mercados vibravam com a energia dos vendedores e compradores. Ele comprou algumas frutas, um gesto simples, mas que trazia um sorriso aos rostos dos comerciantes.

Os olhares o seguiam, admirados e curiosos. Ômegas, betas e até alfas o observavam com desejo, mas ele se sentia distante, quase invisível em meio ao seu próprio poder. Aquela beleza que todos admiravam não trazia felicidade; era apenas um peso que ele carregava.

Quando ele se afastou da agitação do mercado, encontrou um campo verde, onde a natureza parecia vibrar em harmonia. O sol brilhava, e a brisa suave acariciava seu rosto, mas San hesitou. Aquele campo era privado, e ele não queria causar problemas. Decidiu voltar, mas a sensação de paz que encontrou ali o acalmou, ajudando a dissipar a raiva que ainda ardia em seu peito.

Ao retornar ao palácio, sentiu-se mais leve. As cores da pintura de Wooyoung dançavam em sua mente, e ele se lembrou do sorriso do ômega. O que era aquilo que sentia? Uma conexão? Um desejo? Ele não sabia, mas a ideia de procurar por Wooyoung novamente começou a tomar forma em seu coração.

— San! — A voz de Jongho o chamou, tirando-o de seus devaneios. Seu irmão mais novo se aproximou, seus olhos brilhando com curiosidade. — Onde você esteve?

— Apenas dando uma volta pela cidade — respondeu San, tentando esconder sua emoção.

Jongho franziu a testa, percebendo algo diferente.

— Você parece mais calmo. Aquele velho ainda está te atormentando?

Ele sorriu, admirando a forma como Jongho sempre se preocupava.

— Um pouco, mas eu o mandei embora. Preciso focar no que realmente importa.

— Isso é bom, San. — Jongho pareceu satisfeito. — E o que importa para você agora?

San hesitou, seu coração batendo mais rápido ao pensar em Wooyoung.

— Eu... Eu não sei ainda. Mas quero descobrir.

Os olhos de Jongho brilharam com entendimento.

— Vá atrás do que te faz feliz, irmão. Você merece isso.

San assentiu, sentindo-se fortalecido pelas palavras do irmão. Ele se dirigiu para seu estúdio novamente, decidido a terminar a pintura. Os traços de Wooyoung ganhavam vida sob suas mãos, e a beleza do ômega parecia brilhar mais a cada pincelada.

Enquanto ele pintava, a ideia de um futuro ao lado de Wooyoung se tornou mais concreta. Ele não queria ser apenas um rei, mas um homem que amava, que poderia construir algo verdadeiro e belo. A imagem de Wooyoung na tela era apenas o começo.

Com o pôr do sol tingindo o céu de laranja e rosa, San finalizou a pintura, dando um último toque no sorriso de Wooyoung. Ele se afastou e observou sua obra, um sentimento de realização preenchendo seu coração.

A noite caiu, e a cidade se iluminou com as estrelas. San decidiu que, na manhã seguinte, ele procuraria Wooyoung. Ele queria conhecê-lo melhor, descobrir mais sobre o ômega que havia capturado seu coração de uma maneira que ele nunca esperou.

Enquanto se preparava para dormir, a imagem de Wooyoung ainda dançava em sua mente. Ele sabia que a vida no palácio não seria fácil, especialmente com seu pai e as expectativas que o cercavam, mas estava decidido a lutar pelo que queria. A felicidade não era apenas um sonho; era algo que ele podia alcançar, se apenas tivesse coragem para ir atrás.

E com esses pensamentos, San adormeceu, sonhando com um futuro onde o amor e a beleza poderiam coexistir, um futuro ao lado de Jung Wooyoung.

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