— O que vocês conversaram? — Lexie quis saber, subitamente interessada.
— Ah, nada demais — dei de ombros, talvez não devesse citar os gatos.
— Como, nada demais? Vocês trocaram mensagens, alguns áudios... Como você tem a ousadia de me dizer que a conversa não foi nada demais, quando passou os últimos cinco minutos falando sobre como a voz dele parecia sexy?! — Ela soltou uma lufada de ar pelo nariz, incrédula. — O que ele poderia ter de sexy em uma conversa que, segundo você mesma, foi tão insignificante?
— Eu não disse que ele falou coisas sexy. Meu Deus, Babi! — Senti o rosto queimar.
— Entendi, entendi — jogou as mãos para o alto, rindo. — Então vocês conversaram trivialidades e ainda assim ele soou sexy... Uau!
— Podemos parar de falar sobre isso agora? Não fizemos nada de errado e você conseguiu me deixar constrangida.
— Aposto que ele não teria o menor problema em fazer coisas erradas com você — estalou a língua e eu lhe acertei com um livro.
— Pelo amor de Deus! — resmunguei. — Não tem como isso dar certo.
— É claro que tem! — Ela apanhou o exemplar do chão e deu algumas batidinhas na capa para organizar as folhas. — E vocês têm um encontro... — cantarolou.
— Que você também vai, inclusive.
— Acho que estou ficando doente, pode ser... cof-cof contagioso — abafou uma risadinha com a mão em punho sobre a boca.
— Rafael disse que não pode ir — ignorei seu comentário. — Não seria meio estranho nós três?
— Tem razão, dois é par. Acho melhor eu ficar em casa vendo série e comendo pipoca.
— Não se atreva! — ralhei. — Não tem chances de eu ir sozinha. Vincent me deixa desconfortável...
— Como assim, desconfortável? — Ela pareceu séria dessa vez, se sentando bem ao meu lado. O colchão de procedência duvidosa afundou mais do que deveria com a combinação do nosso peso.
Agitei a mão no ar, como se afastasse os pensamentos.
— Deixa pra lá.
— Deixo nada. Como ele te deixa desconfortável? Do jeito bizarro ou do tipo... calcinha molhada?
— Pelo amor de Deus, Bárbara!
— Eu tô brincando! — Ela agarrou meus pulsos. — Mas me fala.
— É estranho — cocei a nuca —, mas é bom. Eu me sinto desconfortável porque ele parece estar sempre me estudando. Quando estamos no mesmo lugar, sinto como se os olhos dele queimassem a minha pele. E quando eu olho de volta, ele está lá, me encarando. Me sinto estranha.
— Pois devia se sentir linda! Ele é um cara gato que não tira os olhos de você. Você é uma sortuda do caralho.
Revirei os olhos.
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BEM ME QUER
RomanceLexie é o tipo certo de garota errada. A vida é um desafio: a máquina de lavar está sempre quebrando, os vizinhos não são dos melhores e sua conta bancária vive no vermelho! Recém-formada em design gráfico e tentando sobreviver em tempos de...