A vida de Lexie é um desafio: a máquina de lavar está sempre quebrando, os vizinhos não são dos melhores e sua conta bancária vive no vermelho!
Apesar de acreditar no amor à primeira vista - e se apaixonar por caras que mal sabem de sua exis...
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Depois de ler todas as mensagens da minha amiga, mandei uma mensagem me desculpando por não ter retornado antes, e na mesma hora meu telefone tocou. — Ei! Você sumiu. — Eu sei, me desculpa. — Eu quase fui até a sua casa, sabia? Mas usei toda a minha confiança em Vincent e acreditei que ele estava te fazendo companhia. — Ele estava. — É mesmo? — o barulho da água na torneira parou. — E ele ainda está aí, por acaso? — notei a insinuação na sua voz e mordi a parte de dentro da bochecha. — Não. — Mas você bem que queria! — me acusou, e então a água voltou a cair do outro lado da linha. — Como está o tornozelo? — Bem — fitei a faixa imobilizadora. — Um pouco inchado e dolorido, mas não está tão ruim. Como foi com o trabalho? — Consegui chegar a tempo, deu tudo certo! Vocês foram ao pronto-socorro? — A enfermeira disse que foi só uma luxação. Vincent se ofereceu para me levar ao hospital de novo. — Acha que vai precisar de atestado? — Ainda não tentei apoiar o pé no chão, mas acho que consigo andar. — Eu chego aí em cinco minutos, não force o pé — ela disse e então desligou. Ignorando seu pedido, deslizei as pernas pelo colchão e fiquei de pé, tentando não fazer força no tornozelo machucado. Sai me apoiando nos móveis e na parede, dando alguns pulinhos até chegar ao banheiro. Levei um susto quando me olhei no espelho; meu cabelo apontava para todas as direções, cheio de frizz e com o dobro do volume habitual. Tentei domar as mechas da frente, mas acabei prendendo tudo em um coque alto. O rímel estava borrado, formando uma bolsa escura embaixo dos olhos, e esfreguei sabonete no rosto para tentar limpar. Depois de me equilibrar em uma perna só enquanto escovava os dentes, senti o tornozelo doer. Eu deveria mantê-lo pra cima se quisesse voltar ao trabalho pela manhã. Ouvi Babi bater na porta e fui me equilibrando no caminho até lá, para recebê-la com um saquinho de padaria que exalava um cheiro delicioso e um copo de café fumegante. — Parece feio — ela franziu a testa enquanto acomodava meu pé em um banquinho. — Melhora se eu coloco ele pra cima. — Você pode trabalhar de casa. — Tenho um projeto para entregar, Vincent e eu já tínhamos combinado o prazo. — Um ou dois dias não vão matar ninguém. Além disso, aposto que ele não vai te cobrar nada. Afundei no sofá, me sentindo um pouco culpada. — E sobre o que vocês conversaram ontem a noite? — Nada em especial. — cutuquei as unhas. — Claro que não — ela não parecia convencida, mas resolveu deixar pra lá. — Como a irmã dele está? — Na mesma. — soltei o ar com força, lembrando da situação. — Você acha que ela vai... — Babi! — É uma possibilidade, não é?! — Acho que sim. — respondi, sem convicção. — Ele ficaria arrasado. — Eu sei — voltei a ficar triste, olhando para o chão. — Eu acho que ele pensou que você sentiria pena dele quando contasse sobre a irmã. Talvez quisesse que vocês passassem um tempo juntos além disso. — Eu gosto da companhia dele. — Seria maluca se não gostasse, ele é um príncipe! — Babi riu, mas seu sorriso logo se desfez. — Como você se sente em relação a isso? — E se ele só quiser uma fuga de tudo o que está acontecendo na família dele? — Acha que ele faria algo assim? — ela perguntou, franzindo a testa. — Eu não sei. — respondi com sinceridade. — As pessoas lidam de formas diferentes com a dor. — Você sabe tudo que implica estar envolvida emocionalmente com alguém que está passando por um momento assim? — Babi parecia preocupada. — Eu sei... — murmurei, lembrando dos meus próprios medos. — E se ele só não quisesse que você se sentisse na obrigação de estar com ele? — ela sugeriu, olhando nos meus olhos. Pensei por um momento, tentando entender o que Babi queria dizer. — Talvez ele esteja tentando proteger você tanto quanto a si mesmo. — É, pode ser — concordei, balançando a cabeça. — Mas isso só torna tudo mais complicado. — Complicado, mas não impossível. — Babi sorriu, tentando me encorajar. Tomei café da manhã e Babi me ajudou no banho, tentando manter a faixa de compressão seca, o que foi um trabalho e tanto. Depois de um tempo, ouvimos o barulho da chave na fechadura. Meu coração disparou. Era Vincent. Ele entrou com um sorriso, deixou algumas sacolas sobre o balcão e caminhou até mim, no sofá. — Bom dia! — Bom dia! — respondi, tentando esconder a animação na minha voz. — Como você está se sentindo? — perguntou, com um olhar preocupado enquanto examinava meu pé. — Melhor, na verdade. Obrigada por ontem. Você foi incrível. — Fiz o que qualquer amigo faria. — Ele deu de ombros, mas eu vi um brilho nos olhos dele que me fez acreditar que ele estava sendo modesto. — Eu sei que você fez mais do que isso. Vincent se sentou ao meu lado. — Você não respondeu a minha mensagem, não sabia se você tinha acordado bem. — Ai. Meu. Deus! — exclamei. — Eu esqueci. Me desculpa. — Tudo bem, Babi me disse que estava aqui com você. — Obrigada por cuidar dela, Vincent — Babi disse assim que saiu do quarto, trazendo um travesseiro para a minha perna. — Foi um prazer, ela quase não me deu trabalho. Lancei um olhar duro para ele. — Eu sei como ela pode ser teimosa! — Eu estou bem aqui. — falei, tentando me defender. — Ela não queria ir ao hospital, achou que pudesse se curar sozinha — Vincent continuou. — Ela tem esse probleminha de não confiar nas pessoas para resolver os seus problemas. — Babi! — ralhei. — E ela dorme muito bonitinho — sussurrou, como se fosse um segredo. — Para com isso. — apertei seu braço de leve, nervosa. — Ele dormiu aqui? — Babi mexeu os lábios para mim. — Sua mentirosa. — Não! Ele não dormiu aqui. — É, eu não dormi. Não recebi o convite. Minhas bochechas estavam quentes. — Não preciso de duas babás. — eu disse, tentando parecer séria. — Eu vim cozinhar pra você. — Jura? — fitei Vincent nos olhos, e depois as sacolas que ele trouxe consigo. — O que você vai fazer? — Frango ao molho de mostarda. — Eu nunca comi isso na vida! Vincent soltou uma risada de canto, e então caminhou até suas sacolas. — Garanto que é uma delícia e combina muito bem com arroz e salada. — Você precisa de ajuda? Lamento dizer que tenho duas mãos esquerdas na cozinha, e agora um pé a menos — bufei, tentando rir da situação. — Babi, você pode me ajudar? Minha amiga estava quase sumindo dentro do quarto. — Quem, eu? — perguntou com metade do tronco para fora. — Ah, eu não quero atrapalhar. — Você também tem duas mãos esquerdas? — ele riu de novo. — Ela cozinha muito bem! — a encorajei, piscando para Babi. — Eu ajudo, claro. — Ótimo! Tem mais que o suficiente para nós três. Pode me mostrar onde fica tudo? — Como se você já não tivesse revirado todas as minhas gavetas. — provoquei, lembrando de suas visitas anteriores. — Não a das calcinhas. — ele provocou de volta, e eu quis morrer.