A vida de Lexie é um desafio: a máquina de lavar está sempre quebrando, os vizinhos não são dos melhores e sua conta bancária vive no vermelho!
Apesar de acreditar no amor à primeira vista - e se apaixonar por caras que mal sabem de sua exis...
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— Você tá maluco, seu filho da puta?! — Babi xingou, mas já era tarde demais. O cara da moto sequer ouviu os protestos da minha amiga, já estava longe o suficiente. — Você está bem? — ela vasculhou meu corpo com os olhos. — Alguma coisa quebrada? Apalpei minhas pernas e, exceto o tornozelo, nada mais parecia doer. Nada quebrado, ok. — Eu tô bem. — fiz força pra levantar. — Droga! — murmurei. — Acho que torci o pé. Uma dor aguda atravessou meu tornozelo, e eu quase caí de novo. — Ah, meu Deus! — Babi parecia ainda mais nervosa que eu. — Você consegue andar? — Acho que sim. — fiz força sobre o pé e gemi baixinho. — Não dá. — E agora, o que eu faço? — Calma, a gente dá um jeito. — ofeguei. Ouvimos os burburinhos das pessoas que passavam ao redor, mas ninguém se dispôs a ajudar. Com dificuldade, consegui atravessar a faixa e chegamos do outro lado da rua. — Vou chamar um Uber, e então a gente vai cuidar desse pé. — Você não pode, precisa chegar lá em vinte minutos ou vai perder o trabalho. — Não vou deixar você voltar pra casa sozinha! Ficamos ali uns dez minutos esperando. As coisas estavam tão ruins que não tinha como piorar. Uma BMW diminuiu a velocidade e foi parando bem do nosso lado. Os vidros escuros abaixaram e alguém muito bem-humorado gracejou. — Moças! — Vincent disse, apoiando o cotovelo sobre a janela. — Tudo... Lexie, o que houve? — seu tom de voz mudou na hora. Babi me segurava pela cintura enquanto eu levantava o tornozelo. — Ela torceu o pé. Um maluco quase jogou a moto em cima da gente. Ele xingou alguma coisa e então abriu a porta. — Posso levar você para o hospital. — Tudo bem, eu só preciso ir para casa. — O quê? — ele parecia incrédulo. — Se você torceu ou luxou o pé, precisa ser examinada. — Não foi nada! — Você pode tentar convencê-la? — Babi pediu, lhe lançando um olhar significativo. Fuzilei minha amiga com o olhar. — Você vai ficar bem? — ela perguntou, preocupada. — Não foi nada demais, você precisa ir. Acha que ainda dá tempo? — Eu me viro. Babi mordeu os lábios, indecisa. — Eu posso cuidar dela, não se preocupe. — Vincent a assegurou. — Vou te ligar depois. Se precisar, eu posso dormir com você. — Ela depositou um beijo na minha testa. — Preciso correr! E Vincent, gosto de você, não me decepcione. — Eu não seria capaz. — ele riu. — Vamos? — me estendeu a mão quando fiz uma careta. — Para a minha casa? — Para o pronto-socorro, Lexie — ele disse sério. Ele me acomodou no carro com cuidado e, antes de fechar a porta, deu uma boa olhada no meu pé. — Isso vai ficar feio. Consegue tirar a sandália? É claro que eu conseguia, não era tão difícil desfazer um laço. Mas ele não esperou que eu respondesse, se agachou e segurou meu tornozelo com cuidado, deslizando a sandália para fora. — Chegamos em um minuto. A pressa de Vincent me deixou um pouco nervosa, mas ao mesmo tempo aliviada. Ele parecia determinado a cuidar de mim. Assim que chegamos ao hospital, ele estacionou e rapidamente saiu do carro, vindo até minha porta. — Vamos, eu te ajudo. Ele me ofereceu o braço, e eu me apoiei nele, tentando colocar o mínimo de peso possível no pé machucado. Assim que entramos no pronto-socorro, o ambiente estava agitado, mas a equipe parecia eficiente. Uma enfermeira nos viu e se aproximou. — O que aconteceu? — ela perguntou, olhando para o meu pé. — Ela torceu o tornozelo, talvez tenha luxado — Vincent respondeu, sua voz firme e preocupada. — Vamos dar uma olhada. — A enfermeira me guiou até uma maca. — Você pode se deitar aqui. Com cuidado, fui me acomodando, enquanto Vincent ficava ao meu lado, segurando minha mão. A enfermeira examinou meu tornozelo, pressionando suavemente. — Isso é uma luxação, mas não parece ser nada muito sério. Vamos fazer um raio-X só para ter certeza. — Viu? Eu disse que não era nada! — tentei me mostrar confiante, mas a dor ainda estava presente. Vincent sorriu, mas seu olhar ainda estava preocupado. Assim que o raio-X foi feito, voltamos à sala de espera. A enfermeira retornou com os resultados em mãos. — É apenas uma luxação. Você vai precisar de um pouco de repouso e gelo, e eu vou te dar uma faixa para imobilizar o tornozelo. — Isso é bom, certo? — perguntei, aliviada. — Sim, você vai se recuperar logo. — Ela começou a preparar a faixa. — Mas evite colocar peso no pé por alguns dias. Enquanto ela me atendia, Vincent se inclinou mais perto. — Você está bem, Lexie? — Estou. — tentei sorrir. Ele me lançou um olhar carinhoso que fez meu coração disparar. Até ali, as coisas estavam boas e eu não sabia. Meu tornozelo agora parecia bem mais inchado e dolorido, e Vincent insistia em me carregar para dentro de casa. — Você ficou maluco? Sabe quantas pessoas dessa rua vão falar sobre isso amanhã? Toda essa história de chegar nos braços de um cara rico. — Não sou rico. — O seu carro parece ser de alguém com grana. — Eu trabalho, não sou rico. E só tem uma senhora na porta. — Claro, a pior de todas! Só me ajuda a andar até lá. Não é a primeira vez que o seu carro fica parado na minha porta. Você não faz ideia do burburinho que aquela mulher maldita já anda fazendo. Vincent fez um esforço para disfarçar o sorriso. Com muita dificuldade, consegui chegar à porta com a ajuda dele. Assim que entramos, ele me colocou nos braços e caminhou até o sofá. — Você tem gelo? — perguntou, fiz que sim com a cabeça. Era uma das poucas coisas que eu tinha na geladeira. — Tenho uma bolsa no congelador. — Perfeito. Vincent voltou rapidamente, trazendo a bolsa de gelo e uma toalha de rosto. — Mexeu nas minhas gavetas? Que feio! — Deveria ficar agradecida. Estou cuidando de você. — Ele levantou meus pés para ter espaço no sofá. — Desculpe, — disse ao notar minha expressão de dor. — Preciso sentar aqui. — É a segunda vez que faz isso. — Isso o quê? — Ele colocou a toalha embaixo do meu pé e pressionou o gelo por cima da faixa. — Sei que dói, mas vai ajudar. — Cuidar de mim. — respondi. — Ah. — Foi tudo o que ele disse. — Obrigada. — Saiba que é um prazer. Minhas mãos estavam suadas. — Eu disse que não era nada demais. — Poderia ter sido muito mais sério. — Mas não foi. Cruzei as mãos no colo, nervosa. — Você tinha planos para a noite? — Na verdade, não. — Um desperdício. — comentei. — O plano agora é cuidar de você até sua amiga voltar. — Esse não era o plano. — Agora é. — Ele disse isso como se fosse a coisa mais natural do mundo. — Não quero que passe o resto da noite olhando para o meu pé machucado. — Esse foi um convite? — Não! — me apressei a dizer, mas ele estava sorrindo. — Eu posso ver o que tem no seu quarto. — Não se atreva! — alcancei seu braço. — Qual é a gaveta das calcinhas? Eu ri de novo, dessa vez bem mais alto. Vincent parecia se divertir. — Você está com fome? — quis saber. Pensei em dizer não, mas meu estômago traiçoeiro roncou. — Isso é um sim. Podemos pedir alguma coisa, o que acha? A não ser que você queira comer macarrão de micro-ondas. — estreitei os olhos e ele continuou — Eu dei uma olhada. — Eu gosto desse macarrão! — Tudo bem, vamos comer então. Ele tirou meu pé machucado com cuidado do seu colo e se levantou. — Precisa de um travesseiro? — Eu tô bem. Ele assentiu e foi para a cozinha. Quando voltou, trouxe uma porção de macarrão em uma vasilha. — Quando é que eu vou poder cozinhar de verdade pra você? — Achei que você não soubesse cozinhar. — Eu digo que não acertei um prato, e você deduz isso? — Então você só não sabe fazer comidas chiques? — Por que você não me diz na próxima vez que jantar comigo? — Só uma porção, Vini. Vamos dividir, ou você não vai comer? — respondi, em vez disso. Já disse o quanto gostei desse apelido? Senti meu coração traidor errar as batidas. Qual era o meu problema? Ele voltou para a cozinha e, quando sentou ao meu lado, também tinha uma vasilha cheia de macarrão nas mãos. Eu me endireitei no sofá e usei um banquinho para apoiar o pé. Não achava saudável — para mim — ter o corpo dele tão perto do meu.