Capítulo 16

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— Pode entrar

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— Pode entrar. — eu o ouvi dizer assim que bati na porta da sua sala.
Vincent levantou os olhos do computador e sorriu, um sorriso que fez meu coração acelerar.
— Oi. — apertei o laptop contra o peito.
— Oi!
— Você está livre para avaliar o projeto agora?
— Claro! — ele respondeu, animado.
— Eu fiquei realmente empolgada com esse trabalho. A ideia era criar algo que refletisse a essência da marca, algo que se conectasse emocionalmente com o público.

Vincent se inclinou para frente, interessado.
— Sim.
— Bom, eu segui as diretrizes que combinamos... Uma paleta de cores que transmitisse frescor e modernidade. É muito importante que seja algo que se destaque, mas que também seja acessível. — Comecei a explicar, gesticulando com as mãos. — Usei esses tons de azul e verde, como você sugeriu, e achei que alguns toques de amarelo trariam mais vida. Depois que conversamos, passei a noite imaginando as combinações. O azul traz confiança, enquanto o verde remete à sustentabilidade. E o amarelo traz um aspecto vibrante.

— Exatamente! — Vincent assentiu, claramente satisfeito. — E quanto à tipografia, estou pensando em algo mais clean, mas com um toque de personalidade.
— Podemos explorar fontes que tenham um pouco de curvatura, para dar um ar mais amigável. — sugeri, já visualizando algumas opções em mente. — Isso ajudaria a humanizar a marca.
— Ótima ideia! — Vincent disse, seu olhar brilhando. — Estou impressionado com o que você já tem.

Senti um calor subir pelo rosto, mas me forcei a manter a compostura.
— Obrigada! Posso começar a criar alguns mockups para apresentarmos na próxima reunião?
— Seria perfeito! — Vincent respondeu, com um entusiasmo contagiante. — E, se precisar de qualquer coisa, é só me chamar. Estou aqui para ajudar.

Sorri, sentindo-me mais confiante. A conversa fluiu de maneira natural, e consegui me esquecer de que tínhamos um encontro naquela noite.
— Aliás, você já pensou em como vamos apresentar isso ao cliente? — perguntei, forçando a mente a pensar em outra coisa.
— Sim! Estava pensando em fazer uma apresentação interativa, algo que envolva o cliente desde o início. Podemos usar alguns vídeos curtos para mostrar a evolução do design. O que acha?
— Eu gosto bastante da ideia! Isso vai dar um toque mais dinâmico a toda a apresentação. Já consigo imaginar a estrutura.

Vincent sorriu, claramente satisfeito com a minha empolgação. Ele se recostou na cadeira, cruzando os braços, e eu percebi que estava prestes a compartilhar mais ideias.

— Podemos também pensar em incluir alguns exemplos de como a identidade visual se aplicaria em diferentes plataformas, como redes sociais e materiais impressos. Isso pode ajudar a visualizar a marca em ação — ele sugeriu.

— Podemos criar simulações de postagens e até mesmo um mockup de um cartão de visita. Isso vai dar ao cliente uma visão mais completa.

Vincent assentiu.

— E quanto ao nosso cronograma? — perguntei, tentando manter o foco no trabalho, mas a tensão do encontro mais tarde ainda pairava no ar.

— Seguimos com os prazos que foram definidos para cada etapa. — Vincent respondeu, pegando um bloco de notas. — Que tal termos um primeiro rascunho para a próxima semana? Assim, teremos tempo para revisões antes da apresentação.

— Perfeito! — exclamei, fazendo uma anotação mental. — Vou me organizar.

A conversa continuou fluindo, e eu me perdi em detalhes sobre cores, fontes e layouts. O tempo parecia voar enquanto discutíamos como cada elemento se encaixaria na visão que tínhamos para a marca.

— Lexie, você  tem um talento incrível. — Vincent disse de repente, interrompendo meus pensamentos. — Sua visão criativa traz uma nova vida aos projetos. Fico feliz de termos você aqui.
Senti meu rosto aquecer novamente. Aquele elogio, vindo dele, significava muito.
— Obrigada, Vincent. — respondi, tentando manter a voz firme.
Ele sorriu, e por um momento, o ambiente ficou carregado de uma energia diferente.
— Então, podemos revisar os mockups amanhã? — ele sugeriu, quebrando o momento.
— Com certeza! — confirmei. — Vou começar a trabalhar nisso.

— Lex? — Vincent me chamou, antes que eu pudesse sair da sala. Senti um arrepio na espinha pela forma como a voz dele soou baixa e rouca.
— Hum? — murmurei.
— Acha que vai ficar desconfortável depois dessa noite?

Eu o encarei por alguns segundos, e então ele continuou:
— Depois do nosso encontro...
— Não! — respondi rápido demais. — Com certeza não será tão desconfortável quanto depois de ter te agarrado na minha casa. — Deixei escapar uma risadinha nervosa e me arrependi na mesma hora.

— Acha que foi isso que aconteceu? — ele ergueu uma das sobrancelhas.
— Eu estava bêbada. — pigarreei.
— Bom, nesse caso, devo me sentir ofendido por você só querer me agarrar quando está sob efeito de álcool?
— Eu não bebo mais. — jurei, atropelando as palavras. — Você estará seguro. A propósito, onde nós vamos? — tentei desesperadamente mudar de assunto, já sentindo o rosto quente.
Vincent me observou com um sorriso divertido, como se estivesse avaliando minha tentativa de mudar de assunto.

— Onde vamos? — ele repetiu, inclinando-se levemente para frente.

— Ah, se você não tiver nada em mente, pensei que poderíamos ir àquele restaurante novo que abriu na esquina. Dizem que o lugar é uma graça — sugeri, tentando soar casual.

— Restaurante novo? — ele refletiu, a expressão no rosto se suavizando. — Achei que ia poder cozinhar pra você.

Eu ri.

— Espera, é sério?

— Não — ele cruzou os braços, rindo. — Não costumo levar uma garota para a minha casa no primeiro encontro.

— Nem eu. — me apressei em dizer. — Garotas ou garotos. Não costumo.

Ele me observou por um momento, e a intensidade do olhar dele me fez sentir um frio na barriga.

— Lex, posso te perguntar uma coisa? — Vincent disse, quebrando o silêncio.

— Claro, o que foi? — perguntei, tentando esconder a ansiedade na minha voz.

— O que você realmente pensa sobre nós? — Ele parecia sério, e a pergunta me pegou de surpresa.

Eu hesitei, as palavras se acumulando na minha mente. O que eu realmente pensava?

— Eu... — comecei, mas as palavras não saíram. Em vez disso, optei por um sorriso nervoso. — Somos colegas e amigos.

Ele sorriu de volta.

— Claro que somos amigos. Já saímos duas vezes com outros amigos, então é o que somos. Não é?

Vincent queria que eu confessasse algo mais? Nós trocamos algumas mensagens, áudios pelo celular e nos beijamos na minha casa. O beijo não parecia nada amigável para mim.

Balancei a cabeça levemente de um lado para o outro, afastando a lembrança das nossas respirações ofegantes.

— É só... complicado. Temos um projeto para trabalhar, e eu não quero que isso interfira. O que aconteceu na minha casa...

— Lex, eu não estou dizendo que devemos parar de trabalhar juntos. — Ele se aproximou um pouco mais, e a proximidade fez meu coração disparar. — E o que aconteceu na sua casa já foi resolvido, certo? Você pediu para que fingíssemos que não aconteceu nada.

No entanto, eu não parava de falar sobre isso, e meu corpo traidor tremia todas as vezes que me lembrava de como havíamos ficado juntos.

Umedeci o lábio inferior, sentindo a garganta seca de repente.

— Nós podemos sair, amigavelmente. Gosto da sua companhia. Isso não precisa ser um problema; vamos manter o trabalho no trabalho.

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⏰ Última atualização: 13 hours ago ⏰

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