Capítulo 4

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— Onde estava com a cabeça? Convidou meu chefe para uma festa na qual eu pretendo ficar bêbada e beijar um colaborador da empresa!

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— Onde estava com a cabeça? Convidou meu chefe para uma festa na qual eu pretendo ficar bêbada e beijar um colaborador da empresa!

— E desde quando você fica bêbada? — Babi franziu as sobrancelhas.

— Você sabe, o álcool entra e a vergonha...

— Ah meu Deus! — Ela me deu um leve tapa, como se estivesse ofendida. — Juro que se soubesse que pra você é apenas um cara, eu não me preocuparia.

— É apenas um cara.

— Você vai querer pegar ele, vai dizer que ele é um gato e que é apenas diversão — Ela deu dois passos ao meu lado e então parou.

— Ele é um gato e é apenas diversão — repeti.

— Então você vai se apegar, ele vai deixar de ser um cara gostoso com quem você sai às vezes, vai se apaixonar e ele vai quebrar seu coração — Ela estava séria agora. — Já vi isso acontecer.

— Tudo bem, eu não tenho um bom dedo para garotos — concordei. — Não espero encontrar um príncipe nem nada disso.

— Mas você vai! — Ela se pendurou no meu braço esquerdo. — Vai encontrar alguém que irá superar todas as suas expectativas. Ele vai ser doce e gentil, te trará flores e chocolates, e deixará bilhetes na cabeceira da cama depois de uma noite de amor selvagem — quase cantarolou.

Eu explodi em uma gargalhada.

— E você viu isso nas cartas?

— Não precisei, eu sinto — levou uma das mãos ao peito esquerdo. — Bem aqui dentro. Você só precisa ter paciência e confiar no Universo.

— O universo quer que eu me ferre.

— O universo e eu te achamos uma cética do caramba. Assim não dá!

— Nós vamos mesmo ao shopping? Você respira lá dentro e já gastou cento e cinquenta reais.

— Você precisa desesperadamente de roupas decentes.

— Eu sei, mas não posso perder o foco. Estou quase conseguindo dinheiro suficiente pra comprar de volta a nossa casa.

— E você vai conseguir! Ainda falta muito?

— Considerando que é metade do valor que eu preciso de verdade...

— A outra metade vai ser mais fácil — afagou meu ombro. — Sei como isso significa pra você.

— É, não vejo a hora de me mudar. Tenho uma péssima vizinhança — tentei sorrir.

Babi não disse nada, mas estava ali como sempre esteve. Nos últimos dois anos, ela foi tudo o que eu tive, me ajudou com o luto e com o recomeço. Graças a ela, consegui uma vaga na agência e encontrei um lugar modesto, mas suficientemente bom para morar. As coisas tinham melhorado.

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