Insuperável - Rebeca andrade & Gabi guimarães

Amor?

Na manhã do dia seguinte, Gabi foi a primeira a acordar. Se levantou e caminhou até o banheiro, onde tomou um longo banho na água quente. A jogadora sentiu todos os seus músculos doerem e abriu um sorriso ao se lembrar da ótima noite que teve. Se secou e seguiu até o quarto, onde pegou uma roupa qualquer em sua mala. Pensou em acordar Rebeca, mas preferiu se dar a liberdade de preparar um café da manhã para a atleta. Saiu do quarto na intenção de ir até a cozinha, mas ao chegar na sala de estar, se assustou com a porta sendo aberta, conteve um grito ao ver Saraiva adentrar o apartamento.

- Olha quem está de volta!!! - a pequena disse muito animada, enquanto fechava a porta - Como você está? - Flávia se virou para encarar Gabriela e arregalou os olhos.

- Eu estou bem! - disse simples, mas estranhou a reação da mini ginasta - O que houve, Flávia? Vai dizer que agora você me odeia também.

- Não é isso... - disse sem graça.

- Então o que houve? - questionou - Parece que está vendo um fantasma na sua frente...

- Não é bem isso... - Flavinha passou a mão no próprio rosto, sem saber como explicar a situação para Gabriela - É que...

- Bom dia... - as mulheres escutaram a voz rouca de Rebeca. A mulher estava vestida com um simples vestido e coçava os olhos, tentando se livrar do sono - Vocês se juntaram cedo hoje.

- Flávia está toda estranha. - Gabi disse emburrada. Queria saber qual era o problema da amiga da sua morena, mas a pequena estava muda e com as bochechas avermelhadas.

- Estranha porque? - Rebeca encarou a jogadora e arregalou os olhos, tendo a mesma reação que sua amiga - Nossa...

- Você também? - Gabriela perdeu a paciência - Qual o problema de vocês comigo? - perguntou.

- Amor, eu acho melhor você mesmo se olhar no espelho. - disse com uma mistura de vergonha e medo.

Flávia explodiu em uma gargalhada assim que a mais alta deixou a sala, voltando até o quarto para ver qual era o problema. Rebeca sorriu forçado e fechou os olhos quando escutou um grito de Gabriela.

- Rebeca, eu vou te mataaaaaar!

Ao se olhar no espelho, Gabriela viu o rosto e o pescoço cheio de marcas, de chupões e tapas. Realmente sentiu vontade de matar Rebeca, mas não podia fazer isso, tinha amado a noite e isso era apenas uma consequência. Procurou na mala as maquiagens e cobriu tudo aquilo que estava a mostra, voltando para a sala decentemente, encontrando as mulheres ainda rindo.

- Agora sim! Está perfeita, Gabizinha! - Flavinha sorriu, agora se sentindo menos envergonhada - Pelo jeito a noite foi boa em! Deu pra matar a saudade?

- Me faz um favor... - a jogadora encarou a menor - Se fode. - disse séria, mas não aguentou uma gargalhada.

- Podemos tomar o nosso café da manhã agora? - Rebeca questionou se levantando do sofá e indo até a cozinha - Sinto informar as queridas, mas só temos o básico... Não fui ao supermercado essa semana.

- Qualquer coisa mata a minha fome. - Saraiva disse enquanto procurava uma faca para abrir o pão. Rebeca gargalhou baixinho e caminhou até Gabi, que estava apoiada na pia.

- Quer que eu peça algo no Ifood para você comer? - perguntou com um bico extremamente fofo nos lábios, fazendo Gabriela se derreter feito manteiga.

- Pra ela você pergunta isso né? - Flavinha interrompeu o momento do casal.

- Da próxima vez que eu vier, me lembra de trancar a porta. Não aguentou pessoas insuportáveis. - Gabi brincou em forma de indireta - Mas não precisa, Rê. Eu quero a mesma coisa que vocês foram comer.

- É o mínimo, já pensou? Ser visita e ainda exigir o que quer comer. - a pequena ainda resmungava, fingindo estar brava.

Andrade serviu Gabriela e em seguida se serviu, sentando a mesa junto com as mulheres, que ainda se implicavam. Tomaram o café da manhã de forma calma, estavam sem pressa, embora tivessem mais de cinco planos para o decorrer do dia. Na metade da manhã, Flávia Saraiva cansou de ser uma vela e voltou para o seu apartamento, após inventar uma desculpa esfarrapada. As sós, as duas mulheres se jogaram no sofá.

- Ainda estou brava com você. - disse Gabi.

- Mas, meu amor... Eu não tive culpa, na hora eu nem percebi que estava deixando marcas. - argumentou - E com a maquiagem está imperceptível, não precisa ficar brava.

- Eu vou ter que me maquiar por no mínimo quinze dias, Rebeca. - revirou os olhos - Eu odeio me maquiar.

- Ah, mas na hora você não reclamou né. - Rebeca sorriu de lado - Se duvidar, ainda tava me pedindo mais. Então para de reclamar, tá igual uma velha.

- Já disse que você é insuportável? - perguntou segurando os seus pulsos, a deixando imóvel - Não sei o que fiz pra merecer.

- Eu tenho certeza que fui a melhor coisa que já te aconteceu, Gabriela. - disse convencida e conseguiu arrancar um sorriso meigo da jogadora.

- Com certeza... - suspirou - Sabe, Rê... Eu pensava que nunca iria acreditar nessas coisas de novo, mas aí você chegou... Com esse jeitinho fofo, com essa risadinha boba, com todo esse charme e me fez acreditar no amor.

- Amor? - questionou. Gabriela a amava? Ou ela tinha entendido de forma errada.

- É. - disse simples - Essas coisas bregas de assistir a lua em uma praia do Rio de Janeiro. Usar roupas uma da outra. Apelidos fofos e essas coisas de amor.

- Você me ama? - Rebeca perguntou de uma só vez, mas se arrependeu. Gabriela se mexeu, um tanto quanto desconfortável e sorriu amarelo - Não precisa responder. Nem sei porque lhe perguntei isso.

- Hey, não é esse o problema. - Gabi a tranquilizou - Mas você sabe como nós somos diferentes... Bem, as nossas realidades são diferentes. Não é sobre te amar, ou não.

- Eu já te prometi que aquilo não vai acontecer de novo, Gabi. Não vamos perder tempo por um erro. - pediu triste. Queria Gabriela Braga. Queria Gabriela Guimarães como sua namorada.

- Porque sempre voltamos para o mesmo assunto? - perguntou triste - Eu já te disse a minha visão sobre isso. Não vamos agilizar as coisas, para no final perceber que não passou de um calor do momento.

- O que eu sinto por você não é um calor do momento.