17 - Quem é você?

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O vento gelado batia contra a face do duque de Wiscold, que estava sob o seu cavalo. Em direção a residência do médico.

Apesar de ter vomitado sangue um pouco antes, ela parecia totalmente bem a acordar. Não só isso, o mandou embora.

Ele não deixaria isso passar, não deixaria mesmo. Iria investigar até mesmo os mais bobos detalhes, não iria simplesmente ignorar que sua esposa ingeriu cianeto.

'Mas... aquele diário é muito estranho. Eu não pensaria em Luella como tão gananciosa, me pergunto o que é que ela tanto almeja.'

(Money money money, must be funny)

"Aquela tola."

(ATCHIM!)

***

Eu me sentei na cama, depois de uma longa jornada no banheiro. Precisava rapidamente que meu projeto ficasse pronto, ah.

Duque Wiscold e o médico entraram, sem nem terem a decência de baterem na porta.

"Duquesa, como se sente?"

O médico perguntou, seu rosto um pouco pálido e surpreso por me ver acordada.

"Me sinto bem."

"Examine-a."

O médico fez coisas comuns, como medir meu pulso, analisar minha respiração e checar minha temperatura.

"Ela parece totalmente recuperada..."

Disse o médico ao meu marido.

"Você tem certeza? Anteriormente você me informou que os medicamentos não faziam nenhum efeito no corpo dela."

Uma gota de suor escorreu de meu rosto, e eu fechei os olhos.

"Senhora...? Você costumava tomar muitos medicamentos quando criança?"

Uma lâmpada acendeu sob minha cabeça.

"Ah... Sim... Eu ficava muito doente antigamente..."

Abri os olhos outra vez, meu marido e o médico se entre olharam.

"Tudo o que posso recomendar é o máximo de repouso possível e muito líquido. Bem, estou de saída."

O médico acenou, indo embora. Isaak ficou por lá durante alguns segundos, até ter o mesmo destino.

Meu silêncio foi o meu único companheiro até Miriam chegar, com uma expressão um pouco severa. Ela veio com uma bandeja com suco.

Eu bebi sem muita vontade, meu corpo ficando cada vez mais sonolento.

"Senhora? Está se sentindo bem?"

"Estou, só um pouco cansada."

"Você deve estar cansada, depois de tanta coisa que aconteceu. É verdade que você foi envenenada com cianeto?"

"Você não sabia?"

"Eram só rumores. O duque apenas disse ter sido uma relação alérgica forte, eu fiquei muito preocupada com a senhora. A senhora comeu algo estranho?"

'Por que sinto que estou sendo interrogada?'

'Woaah, de todo jeito, tudo o que eu disser será relatado ao meu marido. E eu não arriscaria acusar a irmã dele.'

"E-eu não sei direito..."

Meu corpo estava ficando mais leve, graças ao excesso sangue selvagem, eu havia sido curada sem grandes efeitos colaterais. E o sangue selvagem havia diminuído em meu corpo.

Bem, ao menos nem tudo era tão ruim quanto parecia.

Mas ainda assim... eu queria descansar... descansar... descansar...

A única coisa que eu ainda conseguia pensar com lucidez, descansar, descansar, descansar.

Minha cabeça pesou no travesseiro e eu finalmente perdi a consciência. Apenas me restando a escuridão, apesar dos meus outros sentidos estarem tão vívidos.

Sentia um vento frio me cercando, me enrolando, me prendendo. Era frio, mas ao mesmo tempo... Tinha algo atraente nele.

"Quem é você?"

Ouvi uma voz grave dizer, uma voz repleta de escuridão e mistério. Meu corpo se arrepiou, conforme eu ouvia a voz repetir.

"Quem é você?"

"Quem é você?"

"Quem é você?"

"Quem é você?"

Acordei sobressaltada, era madrugada e eu estava completamente sozinha. Tudo aquilo, pareceu tão real que eu fiquei em dúvida se eu havia acordado antes.

Aquilo definitivamente não era um sonho comum. Então quem era a pessoa? O autor? O deus do mundo? Quem era?

Um arrependimento subiu minha mente quando eu lembrei que não li a continuação da novel.

I became the duke's evil wife Onde histórias criam vida. Descubra agora