28 - Papeis

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Acordei cedo, percebendo a presença do meu marido ao lado. Eu não esperava de que ele realmente passaria a noite em meu quarto. Silenciosamente fui até o meu quarto de vestir, onde troquei de roupas e vesti as minhas longas luvas habituais.

Quando voltei, o duque não estava mais lá. Respirei aliviada, peguei a minha sacola com os forros e fui até o escritório. Nem esperei que Miriam chegasse.

Meu escritório era muito decorado, com vasos, flores, plantas, muitas plantas. Quase uma estufa domiciliar. O que era de se esperar vindo de Flore.

'Eu definitivamente vou mudar isso quando tiver algum tempo.'

Me sentei na cadeira, enquanto anotava mentalmente sobre a produção do plástico.

'Eu não tenho certeza de como fazer isso.'

Pensei por alguns momentos, tentando me lembrar das imagens dos meus livros didáticos. Do rosto dos professores. De suas expressões. A durabilidade do plástico... Seu processo de produção.

'Ah! Petróleo! Mas onde diabos eu vou achar isso? Talvez eu deva tentar isso em meu espaço pessoal. Eu definitivamente preciso de mão de obra escrava.'

Eu pensava, até que Ezekiel chegou. Ele trazia com si duas xícaras de café, exibindo um sorriso brilhante. Meu coração, quase, derreteu.

"Bom dia, duquesa."

"Bom dia, Ezekiel. Bem, eu tenho algo para te mostrar."

Eu tirei um dos forros da bolsa e o mostrei.

"Isso..."

"Eu encomendei na Camilla, lindo não é?"

"Nossa. É realmente impressionante."

O homem correu os dedos pela peça. Eu achei engraçado aquela emoção por algo que eu mesma havia feito, apesar de ninguém saber disso.

"Eu também pensei assim quando vi pela primeira vez. Podemos usar isso? Não podemos? Talvez devamos encomendar mais!"

'Por que eu estou empurrando tanto trabalho para mim? Se bem que todo o dinheiro que eu gastar com isso também é meu.'

Meu coração bateu mais forte com o pensamento de possuir tantas moedas de ouro.

"Nossa, talvez sim! Mas não é muito difícil encomendar lá? Dizem que eles escolhem os clientes por dedo, tipo a Tesla inicialmente."

Enrolei uma mecha de cabelo por entre meus dedos.

"Eu sou um caso a parte."

***

Um dos cavalheiros de Isaak entrou em seu escritório, com alguns papéis amassados. O duque franziu as sobrancelhas.

"Vossa graça, informações sobre nosso treinamento foram vazadas."

"Você tem certeza?"

"Eu trouxe para que o senhor veja com seus próprios olhos."

O duque abriu o papel, vendo detalhadamente informações sobre a rotina dos cavalheiros. Suas orelhas ficaram vermelhas.

"Mas que inferno! Quem seria o destinatário?"

"Não temos certeza, acredito que sejam os rebeldes."

"Hm..."

Por um momento, ele comparou a caligrafia da carta com a de Luella mentalmente. Aquela caligrafia era simples, como a de alguém analfabeto. A de Luella era precisa, mas rabiscada, o que sugeria que ela escrevia muito rápido. Enquanto a outra pessoa tentava ser cautelosa ao escrever, como se não soubesse muito disso, no fim de tudo.

Se fosse a de sua esposa, deveria a ver algum sinal de pressa. No fim, era como se a pessoa levasse minutos para escrever uma única simples palavra.

Um pensamento de culpa invadiu-o. Pensando em quando Ezekiel contou sobre aquela mulher, chorando até colapsar por causa das ameaças de seu próprio pai. Ele apertou os dedos em torno do papel, o fazendo amassar.

"Mantenha um bom olho nos novatos."

"Sim, vossa graça."

O cavalheiro se despediu, deixando o duque sozinho com sua solidão e culpa. A única coisa que poderia o curar era imaginar a imagem de Reeze em sua mente, com aqueles lindos cabelos dourados e olhos azuis. Seu perfume suave e doce. Era tudo o que ele precisava.

Não aquela mulher ruiva com olhos de carvão.

I became the duke's evil wife Onde histórias criam vida. Descubra agora